“Recebi um aviso por ter excedido os limites de pista em dois setores, onde é mais complicado de olhar para o painel da moto, não vi o aviso, e quando cheguei à linha da meta já tinha desaparecido. Ficou visível durante dois setores. Tinha o Fabio [Quartararo] à frente, foi na altura em que ia ultrapassar e depois por alguma razão… Toquei na parte verde, não sei onde e recebi a long lap. Quando a estava a fazer queria perder o menor tempo possível mas entrei com velocidade a mais e fui para a gravilha. Perdi tanto tempo a fazer isso e como não cumpri as regras da long lap tive de repetir. A corrida acabou, estava morta…”, explicou esta semana Miguel Oliveira. Quando parecia que já nada podia acontecer, o português trocou a luta pelo 13.º lugar com Fabio Quartararo por uma corrida contra o tempo para entrar ainda nos pontos, algo que só aconteceu pela queda de Pedro Acosta no fim. Azares atrás de azares à beira da pausa por um mês…

Já não são azares, é uma autêntica lei de Murphy: Miguel Oliveira acaba em 15.º nos Países Baixos após dupla penalização

Era neste contexto que chegava o Grande Prémio da Alemanha, era neste contexto que Miguel Oliveira ia apostando as fichas. “Sachsenring é uma pista única e interessante. É muito curta e tem muitas curvas à esquerda. Normalmente sempre fui muito competitivo na Alemanha, por isso estou ansioso por chegar para esta última ronda da primeira metade da época, antes da pausa, tentar sentir-me bem logo de imediato com a RS-GP24 e terminar com uma boa forma e pontos”, apontara antes do dia inicial de treinos livres. De manhã, as indicações dificilmente poderiam ser melhores, com o português a acabar em quarto com 1.21,106 só atrás de Jorge Martín (1.20,584), Marc Márquez (1.20,734) e Maverick Viñales (1.20,878). À tarde era necessário confirmar esses bons registos e o Falcão abriu mais uma vez as asas em Sachsenring.

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A sessão vespertina, essa, trouxe um autêntico festival de quedas. Começou por Bezzecchi, passou de seguida para Marc Márquez (ambas na curva 11 após perderem a frente, com o espanhol a percorrer muitos metros a roçar no asfalto), teve Nakagami e Joan Mir, conheceu a queda mais feita de todas com Fabio Di Giannantonio que levou mesmo a bandeira vermelha para troca das proteções fora da pista (passou também pelo centro médico, sendo que Marc Márquez teve a situação que levantou maior preocupação). No meio de tantas quedas, Miguel Oliveira foi-se mantendo sempre no top 10, sendo que quando saiu dessa posição a menos de 20 minutos do final fez duas voltas rápidas fulgurantes que o deixaram em quarto e logo a seguir em segundo apenas atrás de Maverick Viñales. Mais tarde, mais um voo do Falcão e o terceiro registo do dia.

Em mais uma semana em que voltou a ser falado sobretudo pelas possibilidades em aberto que tem para a próxima temporada, sendo colocado como hipótese para a Gresini e como um dos três nomes possíveis para a Pramac na nova era com motores da Yamaha (a par de Jack Miller e Fabio Di Giannantonio, o “preferido” de Fabio Quartararo), Miguel Oliveira respondeu na pista. “Encontro-me na posição de ter de esperar. Falei com algumas equipas e têm de tomar uma decisão sobre o que fazer em 2025. Gostaria de continuar na Aprilia mas podem existir alternativas. A Pramac é certamente super interessante”, apontara o português.

Contas feitas, no regresso às pistas após o fim de semana desastroso em Assen, Miguel Oliveira acabou o dia com 1.19,984, atrás de Maverick Viñales (1.19,622) e Jorge Martín (1.19,962). Ficaram também qualificados de forma direta para a Q2 Álex Márquez, Pecco Bagnaia, Enea Bastianini, Franco Morbidelli, Pedro Acosta, Fabio Di Giannantonio e Brad Binder, ao passo que Raúl Fernández, companheiro de equipa do português que tem estado melhor do que o 88 nas últimas provas, não passou da 12.ª posição.