O espetáculo tem (mesmo) de continuar. Depois de uma primeira semana intensa, repleta de emoção e histórias para recordar, a Volta a França entrou na segunda semana com a luta pelo primeiro lugar incerta, depois de uma etapa de domingo que tinha tudo para agitar o top 10, mas acabou marcada pela “tranquilidade”.

A etapa que teve de tudo acabou sem “nada”: Turgis vence em Troyes, Pogacar mantém amarela e João Almeida fecha semana em 6.º no Tour

Ainda assim, os momentos que marcaram o fim da tirada e o dia de descanso foram marcados por uma troca de palavras intensa entre Tadej Pogacar (UAE Team Emirates), Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step) e Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike), com os dois primeiros a acusarem o dinamarquês de não trabalhar quando estes se isolaram.

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“Podíamos ter ganhado tempo e consolidar o pódio. A Visma está fixada em mim e isso pode sair-lhes caro. Creio que se não tivesse havido ordens da equipa, teria sido diferente. Ele tinha companheiros no pelotão, mas só pensam na minha roda, não na do Remco ou do Primoz [Roglic]. A maneira como [Vingegaard] está a correr e como os seus companheiros estão a encarar a corrida mostra-me que está em boa forma. Penso que tenta dizer que está pior do que realmente está. Mas eu não tenho medo deles. Este domingo, temi mais o Remco”, partilhou o esloveno.

Vingegaard defendeu-se e explicou o plano da equipa. “Não pensávamos em puxar nos ataques, era melhor para nós recuperar mais companheiros para o caso de haver algum imprevisto. O nosso objetivo nesta etapa era não perder tempo, por isso era melhor esperar. Mas estou satisfeito por ter podido alcançá-lo e não ter perdido tempo nesta jornada que era perigosa para mim”, disse o dinamarquês.

Para as hostes portuguesas, a grande notícia acabou por chegar na segunda-feira, durante o dia de descanso em Orléans. A organização do Tour realizou uma votação na rede social X (antigo Twitter) para eleger o “gregário da semana” e João Almeida (Emirates) acabou por triunfar com 55,6% dos votos, batendo Frank van den Broek (dsm-firmenich PostNL), Christophe Laporte (Visma) e Michael Morkov (Astana).

Para esta terça-feira estava, assim, reservada mais uma etapa talhada para os homens mais rápidos do pelotão, ainda que o vento pudesse aparecer para causar dificuldades durante os 187,3 quilómetros que ligaram Orléans a Saint-Amand-Montrond e que não foram cumpridos por Aleksandr Vlasov (Red Bull-Bora-hansgrohe), que abandonou antes da partida. Numa etapa sem grande história e sem fuga, um dos momentos mais marcantes aconteceu a 79 quilómetros da chegada, altura em que Biniam Girmay (Intermarché-Wanty), detentor da camisola verde, teve um furo, embora tenha conseguido reentrar no pelotão logo a seguir.

Já na parte final da etapa, Arnaud de Lie (Lotto Dstny) teve de mudar de bicicleta e viu-se obrigado a um esforço extra antes do sprint final. Na reta da meta, a Alpecin-Deceuninck entrou na frente e, depois de ter sido lançado por Mathieu van der Poel, Jasper Philipsen bateu Girmay e Pascal Ackermann (Israel-Premier Tech) e venceu pela primeira vez neste Tour.

Na geral as contas mantiveram-se intactas, com Tadej Pogacar a chegar a mais uma etapa de montanha com 33 segundos de vantagem para Remco Evenepoel e 1.15 minutos para Jonas Vingegaard. João Almeida continua em sexto, a 2.17 minutos. Rui Costa (EF Education-EasyPost) está no lugar 43 a 32.38, ao passo que Nelson Oliveira (Movistar) é 50.º, a 37.19.