O Ministério da Saúde confirmou em comunicado que Vítor Almeida concluiu que “não estavam reunidas as condições para assumir a presidência do INEM, por razões profissionais e face ao contexto atual do instituto”, uma semana depois de ter sido anunciado para o cargo. Para o seu lugar, o Governo nomeou Sérgio Dias Janeiro, atualmente diretor do serviço de medicina interna do Hospital das Forças Armadas.

“No dia 4 de julho, o Ministério da Saúde anunciou a nomeação de Vítor Almeida, médico anestesista com comprovada experiência em emergência médica, para Presidente do Conselho Diretivo do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que havia aceite o convite do Governo para o cargo”, refere o comunicado, acrescentando que “contudo, nos contactos com a tutela durante a última semana, Vítor Almeida concluiu que não estavam reunidas as condições para assumir a presidência do INEM, por razões profissionais e face ao contexto atual do instituto”.

A desistência de Vítor Almeida tinha sido noticiada pelo Jornal de Notícias que adiantou como um dos motivos do recuo o facto de o médico anestesista ter imposto condições que não foram aceites pela tutela. Essas condições estarão relacionadas com o caso dos helicópteros de emergência médica. Como o Observador escreveu, o Tribunal de Contas apontou ilegalidade ao contrato de ajuste direto que entregou por seis meses a prestação dos meios aéreos ao serviço de emergência do INEM e avisou que podia recusar novo ajuste direto.

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O Ministério revela que, perante a situação, decidiu nomear Sérgio Dias Janeiro, em regime de substituição por 60 dias, enquanto não é aberto o concurso pela Cresap.

Sérgio Dias Janeiro é médico e, atualmente, diretor do serviço de medicina interna do Hospital das Forças Armadas, onde, de 2022 a 2023, ocupou o cargo de diretor clínico do serviço de urgência.

O novo presidente do INEM nasceu em Vale de Cambra, em 1981, e licenciou-se em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, tendo feito a formação militar complementar ao curso de medicina para o exército, na Academia Militar, no curso de 1999-2006.

É tenente-coronel médico e tem o curso de paraquedismo militar, de Advanced Trauma Life Support (ATLS) e Medical Response to Major Incidents (MRMI), além dos cursos certificados pelo INEM de viatura médica de emergência e reanimação para médicos, médico regulador do centro de orientação de doentes urgentes e curso de fisiologia de voo e segurança em heliportos.

O médico cumpriu ainda uma comissão em operações NATO em Kabul, no Afeganistão, no Medical Advisor da Operational Mentoring and Liaison Team. É membro da Ordem dos Médicos desde 2006 e do Colégio da Especialidade de Medicina Interna desde 2014.