A Metro do Porto afirmou, numa carta enviada ao grupo de trabalho da Assembleia Municipal, que irá fazer os possíveis para que a Praça da Liberdade fique desimpedida dos trabalhos da linha Rosa até ao final do ano.
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Na resposta ao terceiro relatório do grupo de trabalho da Assembleia Municipal do Porto, a que a Lusa teve esta segunda-feira acesso, a Metro do Porto assegura que “irá envidar os seus melhores esforços” para que a Praça da Liberdade fique desimpedida até ao final do ano.
A conclusão da empreitada de construção da linha Rosa, que ligará São Bento à Casa da Música, está prevista para julho de 2025 e a linha deverá entrar em funcionamento nesse verão, prevê a Metro do Porto.
No documento, a Metro do Porto diz ser “uma prioridade” a devolução do espaço público e que “sempre que existe a possibilidade de reduzir área de estaleiro de apoio”, a questão é colocada à análise e consideração do município.
“As áreas que se encontram neste momento ocupadas correspondem às áreas mínimas imprescindíveis para a circulação dos equipamentos e para a execução dos trabalhos”, assegura.
Com um custo total que ascende aos 304,7 milhões de euros, a linha Rosa terá ligação às atuais estações de metro e terá estações intermédias no Hospital de Santo António e Praça da Galiza.
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Questionada sobre os atrasos nas diferentes frentes de obra, a Metro do Porto salienta que cada frente de trabalho “tem características únicas e distintas”, mas que todas são “de elevado nível de complexidade”.
Entre o “leque dos impactos mais significativos” na obra, a Metro do Porto destaca os vestígios arqueológicos, mas também a existência de serviços afetados não cadastrados que “são transversais a todas as frentes”.
“Cada frente de trabalho é única e consigo aporta os seus condicionamentos específicos, motivo pelo qual a Metro do Porto sempre assumiu uma postura de total honestidade e transparência junto da CMP [Câmara do Porto], dando conhecimento e partilhando em tempo útil as dificuldades sentidas no terreno”, observa.
Já questionada sobre o número de árvores que foram abatidas em toda a extensão da obra, a Metro afirma que procedeu ao transplante de 73 árvores e que foram abatidas 109.
“No total dos estaleiros e frentes de obra encontram-se neste momento 272 árvores a ser alvo de monitorização”, indica a empresa, acrescentando que após a conclusão dos trabalhos está prevista a plantação de 256 árvores.
No documento, o presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, Tiago Braga, considera inaceitável que o grupo de trabalho avance com considerações sem que os seus membros “tenham oportunidade de visitar in loco as diversas frentes de obra”, reiterando o convite feito para que visitem a obra da Linha Rosa e do metrobus.
Tal visita, considera Tiago Braga, “poderá seguramente contribuir para que o grupo de trabalho possa desfazer alguns equívocos que foram criados”.
Reiterando que a empreitada de construção da linha Rosa não está com um atraso de 700 dias, Tiago Braga assume, no entanto, que a obra sofreu atrasos fruto de “um conjunto de variáveis” como a deteção de vestígios arqueológicos, o aumento de preços das matérias-primas e os impactos nas cadeias de abastecimento.
Tiago Braga esclarece, no entanto, ter solicitado pareceres a vários consórcios de empreiteiros “com um vasto portefólio de obra realizada”, como o Bolhão, e que estão a ser recuperados prazos em várias frentes de obra.
“Entramos numa fase decisiva — o momento em que são fundamentais um ainda maior aprofundamento colaborativo e o estreitamento de sinergias e vontades entre a Câmara e a Metro do Porto — para que juntos possamos dar a obra por terminada em julho do próximo ano. O trabalho vai ser muito árduo, o esforço será intenso e permanente — é a natureza das grandes obras — a de dedicação total. Juntos, seremos capazes”, defende.