A 42.ª Concentração Internacional de Motos de Faro, que arranca esta quinta-feira no Algarve, espera acolher até domingo 20.000 inscritos, número limite para o esquema de segurança montado, disse o presidente do Motoclube de Faro.

“Temos as inscrições para 20 mil [pessoas]. Até agora, pelo que se vê ali fora, já são filas intermináveis e milhares de pessoas para se inscreverem. Condiz com o que nós prevíamos”, afirmou José Amaro, em conferência de imprensa realizada no recinto do evento.

Segundo o dirigente, os 20 mil inscritos correspondem ao número limite para o esquema de segurança e de proteção civil e o dispositivo médico preparados para receber os ‘motards’ presentes na concentração.

Depois de as autoridades ambientais terem inviabilizado, no ano passado, a utilização de um terreno contíguo ao recinto para acampamento de motociclistas, devido à proteção de um cordão dunar, o Aeroporto de Faro cedeu para este ano um outro terreno, que permitirá albergar alguns milhares de inscritos.

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“Esperamos que este ano, a exemplo de anos anteriores, tudo corra bem, com todas as condições de segurança, com um grande ambiente motociclista e com bons espetáculos”, salientou José Amaro.

O cartaz musical desta edição inclui concertos de Wolfmother, Katia Guerreiro, Tara Perdida, Iris, Tony Moore, entre outros.

O presidente da Câmara Municipal de Faro, Rogério Bacalhau, enalteceu o impacto económico “muito grande” do evento na restauração, comércio e hotelaria do concelho e da região.

Se Faro é reconhecido a nível mundial, muito deve ao Motoclube“, referiu.

Em relação à segurança, o autarca lembrou que os acidentes mais graves, nos últimos anos, têm acontecido fora do recinto e apelou aos motociclistas “que não se deixem levar” pelo “espírito da velocidade”.

O dispositivo médico da concentração, centralizado no Hospital de Faro, integra 42 médicos e cerca de 100 enfermeiros, tripulantes de ambulâncias e socorristas da Cruz Vermelha Portuguesa, informou João Ildefonso, médico e membro da direção do Motoclube de Faro.

“Este ano, o dispositivo foi melhorado, porque a Cruz Vermelha trouxe-nos mais meios, inclusivamente uma unidade móvel de saúde, que nos permite satisfazer as necessidades de todas as pessoas aqui dentro”, acrescentou.

O “staff” total que permite a realização da concentração chega às 1.200 pessoas, a grande maioria em regime de voluntariado, considerado “essencial” pelo presidente do motoclube farense.

José Amaro, que lidera o Motoclube de Faro desde a sua fundação, em 1982, anunciou esta quinta-feira a sua saída, uma vez que não se recandidatará às eleições de novembro, e deixou um pedido aos seus sucessores.

“O que peço à futura direção é que não vejam isto como uma maneira de ganhar dinheiro. Isto não é empresa nenhuma. Precisamos de arranjar dinheiro para pagar as despesas, mas não exageremos. Isto é um clube de motos com determinadas referências e é isso que é preciso preservar”, assinalou.

Segundo Gaspar Gago, membro da direção do Motoclube de Faro presente na conferência de imprensa, em 2023 a concentração gerou receitas de cerca de 2 milhões de euros e despesas na ordem dos 1,8 milhões de euros, sendo o lucro destinado a iniciativas solidárias.

A concentração termina no domingo com o habitual desfile de milhares de motociclistas pelas ruas da cidade, a partir das 10h00.