O Serviço Olímpico de Transmissão (OBS) pediu este domingo aos operadores de câmara, encarregados de captar todos os momentos das diversas provas dos Jogos Olímpicos, para filmarem atletas masculinos e femininos da mesma forma. Organização pretende evitar que “estereótipos e sexismo” transpareçam na cobertura televisiva.

Os Jogos Olímpicos de Paris ficaram para a história bem antes da prova se realizar: pela primeira vez em 128 anos, a paridade de género entre os atletas foi alcançada. Para além disso, o desporto feminino recebeu mais espaços de transmissão em horário nobre. Perante isso, o OBS decidiu atualizar as suas diretrizes para operadores de câmara, a maioria do sexo masculino.

Uns Jogos Olímpicos para ver onde, como e quando quiser: como foi preparada a transmissão de Paris-2024

“Infelizmente, em alguns eventos, as mulheres ainda são filmadas de uma forma que é possível identificar que os estereótipos e o sexismo permanecem, pela forma como alguns operadores de câmara enquadram de forma diferente os atletas masculinos e femininos. As atletas femininas não estão lá porque são mais atraentes ou sexys, ou o que quer que seja. Elas estão lá porque são atletas de elite”, partilhou Yiannis Exarchos, CEO do OBS, em comunicado citado pela France24.

Segundo o diretor-executivo, o problema deve-se ao “preconceito inconsciente” presente nos operadores de câmara e nos realizadores, que tendem a mostrar mais close-ups (planos fechados) de mulheres do que de homens. O OBS é o órgão responsável pela cobertura televisiva dos Jogos Olímpicos, cedendo as suas imagens a detentores de direitos de todo o mundo. Em Portugal, a prova é transmitida pela RTP e pelo Eurosport.

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