Um canguru que se encontrava à solta na zona da Aroeira foi quarta-feira capturado numa operação conjunta da Provedoria dos Animais e Proteção Civil de Almada, com a colaboração da GNR, anunciou o município. Ao Observador, o provedor dos animais da Câmara de Almada refere que “o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) não tem qualquer registo oficial de um animal destes na região”, o que significa que o canguru era mantido em cativeiro de forma ilegal.

9 fotos

Ao Observador, o provedor dos animais da Câmara de Almada diz que os primeiros relatos de que o animal andava à solta chegaram à autarquia na noite de terça-feira. “Ao início, estávamos um pouco céticos” sobre a veracidade da história. “Mas, depois, começaram a chegar-nos vídeos” e, já esta quarta-feira de manhã, refere ainda Nuno Paixão, elementos da provedoria dos animais e do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR deram início a uma operação de busca.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo uma nota de imprensa da Proteção Civil de Almada, a operação de resgate foi desencadeada depois do alerta dado por vários moradores que avistaram o animal e de forma a garantir a segurança do canguru e da população da Aroeira, no concelho de Almada, distrito de Setúbal. “O animal, que tinha sido avistado por vários moradores nos últimos dias, estava a causar preocupação na comunidade devido à sua natureza exótica e ao potencial risco de acidentes”, lê-se na nota.

Dono não registou canguru no ICNF — e o registo era obrigatório

Depois de ter sido encontrado “numa zona de mato cerrado” da Aroeira, foi então montada uma cerca pelos elementos do SEPNA e da Proteção Civil de Almada, explica o provedor dos animais. Ainda segundo a Câmara de Almada, a captura foi realizada “de forma tranquila, com o canguru a ser sedado e transportado para uma instalação segura, onde receberá os cuidados necessários”. Ao Observador, Nuno Paixão explica que o canguru “está em recuperação”, depois de ter sido encontrado “com sinais de desidratação, com feridas e com uma temperatura bastante elevada”.

A Provedoria dos Animais de Almada está agora a investigar como é que o animal chegou à região. Será instaurado um processo pelo Ministério Público e o SEPNA deverá colaborar na investigação para apurar o local de onde o canguru fugiu. Nuno Paixão refere que “não está nada confirmado” sobre o local de origem do animal, mas também refere que o animal não estava registado junto do ICNF, algo que será obrigatório por lei.

“Em última análise, pode estar em causa um crime de tráfico de animais, mas há pelo menos a questão da falta de registo do animal, há um fracasso alojamento — porque, se fugiu, não estava bem —, e há uma falha também pelo facto de o dono não aparecer” a reclamar a responsabilidade sobre o animal.