O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela ratificou esta sexta-feira o Presidente Nicolás Maduro como vencedor das eleições presidenciais de domingo, com 51,95% dos votos, num processo considerado fraudulento pela oposição e parte da comunidade internacional.

O anúncio foi feito em Caracas pelo presidente do CNE, Elvis Amoroso, em conferência de imprensa sem direito a perguntas, depois de Estados Unidos e alguns países latino-americanos apontarem o candidato da oposição, Edmundo Gonzalez Urrutia, como Presidente eleito.

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Segundo o CNE, Maduro foi reeleito com 6.408.844 votos, 51,95% do total, ficando em segundo lugar o principal candidato opositor González Urrutia, com 5.326.104 votos, 43,18%.

No segundo boletim informativo sobre o processo eleitoral, o CNE afirma que nas presidenciais de domingo houve 12.335.884 votos válidos.

Segundo o CNE, o candidato Luís Martínez obteve 152.360 votos (1,24%) e os restantes ficaram todos abaixo de 1%.

Elvis Amoro alegou que ataques informáticos, provenientes do estrangeiro, contra a infraestrutura tecnológica do Poder Eleitoral e das principais empresas de telecomunicações do Estado, atrasaram a transmissão das atas e o processo de emissão de resultados.

O organismo eleitoral argumentou que tinha sofrido um ataque informático, o que não o impediu, no entanto, de atribuir a Maduro uma “vitória irreversível” no domingo à noite, no primeiro e único boletim informativo oficial emitido até ao momento.

A oposição venezuelana reivindicou a vitória nas presidenciais, com 70% dos votos para Gonzalez Urrutia, com a líder opositora María Corina Machado a recusar reconhecer os resultados oficiais, com base em atas na posse da coligação da oposição.

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De acordo com a página dos resultados, esta sexta-feira, quando afirmam ter digitalizado 81,25% das atas, Edmundo González soma 67% dos votos (7.173.152 votos), contra 30% para Maduro (3.250.424).

O Centro Carter (CC), uma das organizações convidadas pelas governo venezuelano para observar as presidenciais, disse na terça-feira que não foi capaz de verificar os resultados das eleições, culpando as autoridades por uma “falta completa de transparência” ao declarar Maduro o vencedor.

As eleições presidenciais na Venezuela não se adequaram aos parâmetros e padrões internacionais de integridade eleitoral e não podem ser consideradas como democráticas”, indicou o centro, num comunicado divulgado na sua página na internet.

Na segunda-feira, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano proclamou Maduro Presidente eleito do país para um terceiro mandato, de seis anos (2025-2031), com 51,2% (5,15 milhões) dos votos, atribuindo a González Urrutia 44,2% (pouco menos de 4,5 milhões de votos).

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O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou na quinta-feira que os Estados Unidos reconhecem a vitória do candidato da oposição nas presidenciais da Venezuela, com base em “provas incontestáveis”.

O chefe da diplomacia dos EUA disse considerar válida a contagem de votos apresentada pela oposição, liderada por María Corina Machado, que representa 80% das assembleias de voto e mostra que González Urrutia “recebeu a maioria dos votos com uma margem insuperável”.

Uruguai reconheceu esta sexta-feira Edmundo González Urrutia como vencedor das eleições presidenciais na Venezuela, em que o Conselho Nacional Eleitoral atribuiu a vitória ao partido do Presidente Nicolás Maduro num processo contestado pela oposição.

Com base nas provas esmagadoras, é claro para o Uruguai que Edmundo González Urrutia obteve a maioria dos votos nas eleições presidenciais venezuelanas”, escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros do Uruguai, Omar Paganini, na sua conta na rede social X, depois de proclamações no mesmo sentido por parte da vizinha Argentina e dos Estados Unidos.

O chefe da diplomacia uruguaia acrecentou que espera que a vontade do povo venezuelano “seja respeitada”.

Antes, a Argentina havia confirmado “sem sombra de dúvida” a vitória de González Urrutia.

“Todos podemos confirmar, sem sombra de dúvida, que o legítimo vencedor e Presidente eleito é Edmundo González”, escreveu a ministra dos Negócios Estrangeiros, Comércio Internacional e Culto da Argentina, Diana Mondino, na sua conta da rede social X, onde também partilhou uma ligação para uma página da internet em que a oposição afirma estar a partilhar as atas oficiais da votação das eleições presidenciais.