Jovem. Polivalente. Rápido. Podíamos estar a falar de qualquer outro jogador contratado por Rúben Amorim durante a passagem pelo Sporting. Estamos a falar de Maximiliano Araújo, ala esquerdo que, nas próximas horas, será apresentado como jogador dos leões. Com o radar público focado em contratações para o setor ofensivo, com Fotis Ioannidis à cabeça, os campeões aproveitaram para reforçar uma posição que tem sido nevrálgica nas últimas épocas, com o uruguaio a aterrar este domingo em Lisboa.

À partida para esta temporada, era certo que havia Nuno Santos e Matheus Reis para a posição, mas as alternativas para lá destas duplas eram poucas ou nenhumas. E isso podia revelar-se fundamental tendo em conta que o brasileiro também é opção para o centro da defesa. O episódio mais recente aconteceu na Supertaça, quando, devido à suspensão de Matheus e à lesão de Nuno Santos, Amorim teve de “adaptar” Geny Catamo ao corredor esquerdo, opção que se manteve no arranque na Primeira Liga.

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Assim, era crucial arranjar uma alternativa para a posição por onde também já passaram Gonçalo Inácio, Ricardo Esgaio e Iván Fresneda. A alternativa está encontrada, vem do México e irá assinar um contrato válido para as próximas cinco temporadas, custando 13,5 milhões de euros aos cofres verde e brancos por 100% dos direitos desportivos e económicos, um dos pontos que foi “retardando” o negócio. Para trás fica o Toluca, clube treinado por Renato Paiva e para o qual se transferiu, recentemente, Paulinho.

Nascido em 2000 e atualmente com 24 anos, Maxi Araújo começou a carreira no Uruguai, país onde nasceu, mas, com 18 anos, deixou o Montevideo Wanderers e rumou ao futebol mexicano, assinando pelo Puebla a troco de dois milhões de euros. Na altura jogava como lateral esquerd, mas foi aí que começou a ser testado em zonas mais adiantadas do terreno de jogo. Em 2023 chegou ao Toluca, a troco de 5,6 milhões, e foi às ordens de Renato Paiva que se estabeleceu como extremo.

Para além do crescimento ao serviço dos clubes, Araújo estabeleceu-se na seleção uruguaia e, atualmente, é um dos elementos mais preponderantes para Marcelo Bielsa. Na Copa América, que se disputou recentemente nos EUA, o Uruguai venceu o grupo só com vitórias, eliminou o Brasil nos quartos de final e terminou na terceira posição depois do desaire nas meias com a Colômbia. Nesse percurso, Maxi foi titular em todas as partidas, marcou dois golos e fez uma assistência.

“Gosto dos extremos que jogam desde o vértice da área contrária ao da sua própria área e que consigam tirar muitos cruzamentos. O Maxi tem todas estas particularidades. Depois, é como todos os jogadores, às vezes consegue fazê-lo e outras vezes não. Há poucos jogadores com estes recursos. O bom jogador não é o que tem virtudes. Isso é importante e todos as têm. Os melhores são aqueles que mostram em campo uma percentagem alta das virtudes que têm”, partilhou El Loco Bielsa durante a competição.

Maxi Araújo caracteriza-se por ser um jogador versátil e polivalente, que pode atuar nos dois corredores, seja como lateral ou extremo, e ainda como médio centro, como descreve o próprio site do Toluca, o seu agora ex-clube. Esta flexibilidade tática, aliada à rapidez e habilidade que demonstra com bola, promete ser importante e assentar que nem uma luva no futebol de Rúben Amorim. Com apenas 24 anos, o potencial e o crescimento estão presentes no novo ala dos leões, que promete prosseguir o legado do Uruguai no clube de Alvalade. Para já, Franco Israel vai, certamente, ajudar no processo de adaptação, mas repetir o trajeto de Manuel Ugarte e conquistar a importância de Sebastián Coates não se afigura fácil.