A pré-época foi de sonho e terminou só com vitórias. A máquina criada por Vítor Bruno estava bem oleada para o arranque da temporada e confirmou isso mesmo com a conquista da Supertaça. Seguiram-se mais três vitórias no Campeonato Nacional, mas tudo mudou à quarta jornada. O FC Porto caiu em Alvalade e perdeu pela primeira vez com o novo treinador. Apesar de não ser decisivo, o resultado preocupa se tivermos em conta que o Sporting mostrou que está uns furos acima dos dragões, que continuam com problemas defensivos.

Os abalos de Gyökeres dão uma ordem natural ao jogo através do caos (a crónica do Sporting-FC Porto)

Depois deste primeiro desaire, não se sabe que FC Porto vai aparecer dentro de duas semanas, depois da pausa para as seleções. Certo é que o plantel passou por uma forte reconstrução nas últimas semanas e ainda se esperam mais chegadas nas últimas horas da janela de transferências. As opções são muitas, a qualidade é inegável e é praticamente certo que Vítor Bruno terá de mexer no seu onze base. A defesa não é o setor que precisa de mudanças. No meio-campo, a entrada de Vasco Sousa tirou liberdade a Nico González, que não ter aparecido tanto em zonas de finalização. No ataque, Namaso passou ao lado do jogo e a titularidade de Samu Omorodion é um dado praticamente adquirido. Falta saber quando acontecerá.

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Voltando ao jogo de Alvalade, Vítor Bruno elogiou a forte da sua equipa no clássico, mas lamentou o golo sofrido aos 72 minutos, quando o FC Porto se encontrava na sua melhor fase no encontro. “Entrámos bem. A partir dos 20 minutos, encolhemos em demasia, o Sporting foi montando uma teia da qual tivemos dificuldade de sair. Na segunda parte, os alas ficaram mais ousados. No nosso melhor período sofremos aquele golo de penálti. O Sporting fez o 2-0 já perto do final e o jogo terminou aí. O Sporting acaba por ganhar bem, não é isso que está em causa, mas sofremos o golo no nosso melhor período e não conseguimos reagir”, partilhou o treinador na flash interview da SportTV.

Quanto à primeira derrota, o novo treinador desvalorizou esse dado. “Significa três pontos, nada mais do que isso. Ninguém é campeão à quarta jornada e também ninguém deixa de o poder ser. Temos duas semanas de pausa, em que não vamos ter todos aqueles que vêm agora, mas vamos continuar a trabalhar em prol da equipa. Temos de ser fiéis e fidelizarmos a nossa ideia. Temos de atacar o próximo jogo para irmos atrás dos três pontos. A equipa dá garantias sem mais reforços? Dá, dá garantias”, acrescentou Bruno. Ainda assim, o Observador sabe que deverá chegar mais um central nas próximas horas.

Já na sala de conferências de imprensa do Estádio José de Alvalade, o técnico de 41 anos foi questionado sobre o posicionamento de Galeno que, apesar de ter atuado na linha defensiva, foi o jogador mais clarividente no ataque. “É uma solução. Entendo o futebol como tendência que vai por este caminho, com jogadores a saberem flutuar entre vários espaços do campo. O Galeno voltou a estar bem defensivamente. No momento ofensivo tem chegado [ao ataque]. Conseguimos construir nuances para lhe dar algum conforto. Defensivamente tem respondido, tem resolvido os problemas que vão aparecendo, sem passar por grandes sobressaltos. Os jogadores têm de estar aptos a responder em diferentes espaço”.

Questionado sobre uma eventual demonstração de apatia da sua equipa, Vítor Bruno desvalorizou. “Podíamos ter feito mais, podíamos ter sido mais ousados, sim. Mas não me parece ter havido apatia. A equipa lutou, foi brava. O Sporting tem mérito na forma de chegar à última linha. A vitória foi justa. Estamos à quarta jornada, ninguém é campeão agora. Seremos eternos insatisfeitos, a querer mais e mais. Temos caminho longo a percorrer. No futebol o tempo é quase inexistente, mas temos de lhe dar isso aos jogadores”.

“Queremos trabalhar para poder dar o nosso jogo aos que chegaram de novo. Muitos dos que se vão ausentar são Sub-21. Temos muita gente com alguma inexperiência, mas têm muita qualidade. Têm-me dado muito e estou muito satisfeito com o que têm feito. Vamos investir ao máximo no nosso jogo e fazer com que todos estejam aptos a responder. Ninguém gosta de perder. Nesta casa é impossível pensar noutra coisa que não a vitória. O empate já não era bom”, concluiu.