Macau empregava, no final de julho, mais de 182 mil trabalhadores sem estatuto de residente, o valor mais elevado desde agosto de 2020, foi anunciado esta quarta-feira.

Segundo dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública, a região administrativa especial chinesa tinha 182.307 trabalhadores não residentes, mais 1.999 do que no final de junho.

As estatísticas, divulgadas esta quarta-feira pela Direção dos Serviços para os Assuntos Laborais, mostram foram contratados em Macau mais de 5.600 trabalhadores sem estatuto de residente desde o início do ano.

O setor da hotelaria e da restauração foi o que mais contratou este ano, ganhando 1.431 trabalhadores não residentes, seguido dos casinos e atividades culturais e recreativas (mais 808) e dos empregados domésticos (mais 769).

A área da hotelaria e restauração tinha sido precisamente a mais atingida pela perda de mão-de-obra durante a pandemia, tendo despedido mais de 17.600 funcionários não residentes desde dezembro de 2019.

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A cidade perdeu quase 45 mil não residentes (11,3% da população ativa) desde o pico máximo de 196.538, atingido no final de 2019, no início da pandemia.

Em janeiro de 2023, a mão-de-obra vinda do exterior, incluindo da China continental, tinha caído para menos de 152 mil, o número mais baixo desde abril de 2014.

Desde janeiro de 2023, o número de trabalhadores não residentes em Macau aumentou em quase 30.400.

O número de trabalhadores não residentes tem vindo a aumentar há 18 meses seguidos, atingindo em final de julho o valor mais elevado desde agosto de 2020.

Macau, que à semelhança da China seguia a política ‘zero covid’, reabriu as fronteiras a todos os estrangeiros, incluindo trabalhadores não residentes, a partir de 8 de janeiro de 2023, depois de quase três anos de rigorosas restrições.

Com o fim da política de ‘zero covid’, a cidade acolheu nos primeiros sete meses de 2024 mais de 19,7 milhões de turistas, mais 37% do que em igual período do ano passado, e a taxa de ocupação hoteleira foi de 84,6%, uma subida de 4,9 pontos percentuais em termos anuais.

No domingo, os Serviços de Turismo anunciaram que Macau recebeu em agosto quase 3,7 milhões de visitantes, um valor mais elevado do que no mesmo mês de 2019, pela primeira vez desde o fim da pandemia.

A crise económica criada pela pandemia levou a taxa de desemprego a atingir 4% no terceiro trimestre de 2022, o valor mais alto desde 2006.

Mas, e apesar da subida do número de trabalhadores não residentes, a taxa de desemprego caiu para 1,7% no segundo trimestre deste ano, igualando o mínimo histórico de 1,7% atingido antes do início da pandemia.

A economia de Macau cresceu 15,7% na primeira metade de 2024, em comparação com igual período do ano passado, graças à retoma do jogo, de acordo com dados oficiais.

O produto interno bruto (PIB) representou 86,2% do valor registado na primeira metade de 2019, antes do início da pandemia.