Era para ter sido o início de um fim de semana perfeito para os Estados Unidos. No Arthur Ashe Stadium, Jessica Pegula tinha a possibilidade de prolongar o legado de Coco Gauff e voltar a dar a o US Open a uma norte-americana. Stephen Curry, Lewis Hamilton, Noah Lyles e muitas figuras de Hollywood surgiram nas bancadas para a apoiar. Mas Aryna Sabalenka, pouco preocupada com o facto de ser a vilã, estragou a festa. 

A tenista bielorrussa venceu Jessica Pegula em dois sets (7-5, 7-5) e conquistou o US Open pela primeira vez na carreira, alcançando o terceiro Grand Slam depois de ter vencido o Open da Austrália em 2023 e 2024. Mais do que derrotar a adversária, Sabalenka derrotou um ambiente hostil, onde raramente ouviu palmas depois de pontos conquistados ou pancadas mais arriscadas — algo que não tinha conseguido fazer há um ano, quando perdeu a final para a também norte-americana Coco Gauff e disse que o barulho estava a “bloquear os ouvidos”.

Desta vez, tudo foi diferente. Até a postura de Aryna Sabalenka. A dada altura, durante um primeiro set equilibrado que chegou a estar empatado nos 5-5, a bielorrussa levantou os braços para as bancadas depois de ganhar um ponto. Durante segundos, o Arthur Ashe Stadium gelou. Mas depressa voltou à lógica normal e natural de empurrar Jessica Pegula.

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A vitória da tenista de 26 anos, que é agora a bielorrussa mais bem sucedida de sempre depois de ter superado o registo de Victoria Azarenka, torna-se ainda mais significativo depois do ano complexo que acabou por ter. Em março, o ex-namorado de Sabalenka apareceu morto em Miami, tendo alegadamente tirado a própria vida, com a tenista a indicar na altura que estava “de coração partido”. Abandonou o Roland Garros devido a uma virose e uma lesão no ombro impediu-a de participar em Wimbledon, com a atleta a revelar depois em entrevista ao The Guardian que deveria ter parado por completo depois da morte do ex-namorado.

No US Open, todas nuvens negras desapareceram. “Desde que perdi o meu pai que sempre tive o objetivo de colocar o nome da nossa família na história do ténis. Sempre que vejo o meu nome num troféu sinto um grande orgulho, um grande orgulho na minha família, que nunca desistiu do meu sonho e que fez tudo para que eu pudesse continuar. Tive essa oportunidade na vida, o que significa muito para mim. Sempre foi o meu sonho”, disse a tenista ainda no court norte-americano.

“Hoje tive de me recordar constantemente de que isto era uma final do US Open, claro que ela também ia lutar muito e claro que não ia ser fácil. Sabia que tinha de trabalhar muito para ganhar. Nestes momentos difíceis, estava a tentar manter-me forte e a recordar-me sempre de que passei por muito e tenho força suficiente para me aguentar debaixo de toda esta pressão”, terminou.