Os trabalhadores dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra defenderam esta terça-feira um plano de férias de 25 dias, referindo que há motoristas com 30, 40 e 50 dias de férias por gozar, afirmou esta terça-feira a Comissão de Trabalhadores.

Atualmente, a administração dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) aplica um plano de férias de 20 dias, ficando os restantes para serem gozados pelos trabalhadores para assuntos pessoais e inadiáveis, mas, desde 2022, esta situação não se aplica, por falta de motoristas, ficando vários dias de férias por gozar, disse o presidente da Comissão de Trabalhadores (CT), Carlos Cristina, que falava à agência Lusa no final de uma assembleia de trabalhadores que se realizou esta terça-feira.

O acumular de dias de férias por gozar de ano para ano leva a que já haja “motoristas com 20, 30, 40 e até 50 dias de férias por gozar” nos SMTUC, notou.

Nesse sentido, os trabalhadores defenderam a criação de um plano de férias anual de 25 dias (o número de dias úteis a que os trabalhadores têm direito, sem contar com a antiguidade), assim como uma reestruturação que permita aos funcionários dos SMTUC gozar os dias de férias acumulados para trás, referiu Carlos Cristina.

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Na assembleia, que contou com a participação de cerca de 150 trabalhadores, foi decidido apresentar a proposta ao conselho de administração dos SMTUC, estando já agendada uma reunião para 24 de setembro, informou.

“Agora, com a redução das carreiras e horários, veremos se há motoristas para termos um plano de férias digno e gozarmos aquilo que são os dias a que temos direito”, apontou Carlos Cristina, admitindo a possibilidade de se marcar, no futuro, uma ação de luta, em conjunto com as estruturas sindicais representativas dos trabalhadores.

Outro dos temas que foi abordado na assembleia foi a possível empresarialização dos SMTUC, com Carlos Cristina a vincar que o estudo que está a ser elaborado não foi a pedido dos funcionários dos SMTUC, ao contrário do que tinha sido dito pelo município, numa resposta à Lusa.

“Isso é falso. Não é verdade que o estudo tenha sido pedido pelos trabalhadores. A Câmara pode e deve apresentar o estudo, mas não pode dizer que foi pedido pelos trabalhadores”, salientou.

Questionado pela agência Lusa, o presidente da CT reconheceu que há falta de motoristas e que a profissão não é atrativa, nomeadamente num serviço como os SMTUC que está dependente da iniciativa legislativa do Governo para reposição da carreira de agente único ou criação de um subsídio, o que não aconteceu quer com o anterior executivo quer com o atual.

“Há uma clara falta de motoristas, porque a profissão não é atrativa. Têm de ser criadas condições remuneratórias para atrair os jovens. Carta, formação e certificados, tudo junto, não fica em menos de 3.500 ou 4.000 euros, para depois ir ganhar o salário mínimo?”, questionou Carlos Cristina.

A falta de motoristas levou a Câmara de Coimbra a reduzir a oferta dos SMTUC, de forma temporária, até dezembro.