Marselha em França, Marselha em Alvalade, Tottenham em Inglaterra e Eintracht Frankfurt em Alvalade. Esta terça-feira, o Sporting regressava à Liga dos Campeões depois de não ter vencido nenhum dos últimos quatro jogos na competição, na fase de grupos de 2022/23, um registo negativo que era o pior jejum dos últimos oito anos. E conseguiu superá-lo.

Gyökeres, o delegado de uma turma que passou de ano sem negativas (a crónica do Sporting-Lille)

Os leões venceram o Lille em Alvalade, somando os primeiros três pontos num novo formato da Liga dos Campeões que começa com uma espécie de liga com todas as 36 equipas. A equipa de Rúben Amorim beneficiou bastante da expulsão de Angel Gomes ainda na primeira parte, mas foi quase sempre superior aos franceses e também alcançou o quarto jogo consecutivo sem sofrer golos — sendo que, no mesmo período, marcaram 12, uma média de 3.43 golos por jogo que é a mais alta dos últimos 60 anos. Com este resultado, o Sporting leva agora 24 jogos sem perder em casa, sendo que só foi derrotado uma vez nos últimos 39 (Atalanta, Liga Europa).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Depois do apito final, na flash interview, Rúben Amorim revelou que chegou a temer o pior na altura em que Gonçalo Inácio saiu lesionado. “Era um jogo em casa, o primeiro, e notou-se o nervosismo no início, mas depois correu tudo bem. Lembro-me de que quando nos estreámos contra o Ajax [Liga dos Campeões 2021/22) correu mal. O Inácio lesionou-se no início, como nesse jogo, e parecia que era o mesmo. Mas o resto correu bem”, começou por dizer.

“Estávamos nervosos e depois sentia-se que o Lille estava ansioso e nós fomos dando confiança. Muita velocidade quando podíamos ter a bola controlada. O Jonathan David marcava os nossos médios e nós a meter a bola na frente… Mas é normal, uma equipa jovem, que estava ansiosa por este jogo. Mas depois fomos criando mais oportunidades, com mais diretas no Viktor Gyökeres. Marcámos e não demos muitas oportunidades ao Lille. Depois, já com eles com 10, controlámos o jogo, mas com más decisões na saída de bola. Este formato é muito de jogo a jogo, são três pontos. Não foi um jogo brilhante, mas é uma vitória e seguimos em frente”, acrescentou.

Sobre a ligação entre o trio ofensivo do Sporting, formado por Gyökeres, Pedro Gonçalves e Trincão, Rúben Amorim preferiu recordar os suplentes. “O que me dá conforto é saber que temos o Marcus [Edwards] e o [Conrad] Harder, que podem jogar na mesma e com características diferentes. Mas a ligação deles é muito importante. Mesmo não tendo sido tão boas, tivemos oportunidades porque eles conseguiam a solução”, sublinhou.

Por fim, o treinador leonino ainda abordou a lesão de Gonçalo Inácio, que saiu lesionado ainda durante a primeira parte. “Pode ser uma entorse, pode ser que não seja nada de grave. Espero que não, porque os centrais são uma posição complicada e estamos sem o [Eduardo] Quaresma. É difícil”, reconheceu Amorim.

Já Gyökeres, que fez a estreia na Liga dos Campeões e desde logo com um golo e o troféu de melhor em jogador em campo, mostrou-se satisfeito com o resultado — e com o óbvio salto na carreira. “O jogo foi difícil, trememos um pouco no início, mas depois criámos algumas oportunidades e marcámos um golo. Acho que a partir daí conseguimos manter o ritmo até ao fim da primeira parte. No segundo tempo poderíamos ter feito melhor, mas estivemos bem e não sofremos nenhum golo, o que também é bom. É um sonho jogar na Liga dos Campeões e fazê-lo num jogo como este não podia ser melhor”, começou por dizer o avançado sueco na zona de entrevistas rápidas.

“Foi fantástico, senti-me muito bem em campo e foi uma grande exibição da equipa. No geral foi muito bom e os adeptos também estiveram espetaculares. Pedro Gonçalves e Trincão? Jogamos muitos jogos juntos e torna-se cada vez mais fácil, tentamos estar sempre disponíveis para qualquer um dos colegas de equipa dentro de campo. Futuro? É muito bom estar no Sporting e logo vemos o que acontece”, terminou.