O primeiro passo estava dado. Portugal não acusou a pressão de se estrear num Campeonato do Mundo na condição de detentor do troféu e goleou a frágil seleção do Panamá na ronda inaugural do Grupo E (10-1). O jogo não deu para tirar muitas ilações, mas o domínio da formação comandada por Jorge Braz foi claro e aproximou a Seleção Nacional dos oitavos de final, que ficaram carimbados já esta quinta-feira.

Parou aos dez e podiam ter sido mais: Portugal goleia Panamá e arranca defesa do título da melhor maneira

Nesta segunda jornada, Portugal encontrou o Tajiquistão que, apesar de ser um verdadeiro desconhecido para grande parte dos adeptos, apresenta-se como uma das seleções de destaque na Ásia, evidenciando um crescimento notável nos últimos anos. Prova disso foi a prestação diante de Marrocos na primeira jornada, que terminou com um apertado triunfo africano (2-4), alcançado apenas nos últimos minutos. O aviso estava dado e a tarefa da equipa nacional previa-se mais complicada.

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“O Tajiquistão é daquelas equipas que está com um entusiasmo brutal por ser a estreia num Campeonato do Mundo. Fizeram uma Taça da Ásia [terminaram em quarto] muito boa e não terão nada a perder. Vão dar tudo por tudo. É uma equipa muito alegre a jogar e serão uma equipa galvanizada. Nós vamos ser Portugal, organizados e pacientes, é o importante”, assumiu Braz. Certo é que, até ao momento, só o trânsito do Uzbequistão travou a seleção portuguesa. Portugal tem tido várias dificuldades logísticas devido ao trânsito da cidade de Tashkent e, nos últimos dias, perdeu muito tempo em viagens de autocarro entre o hotel os pavilhões de treino. Ainda assim, o selecionador desvalorizou essa situação.

Para a partida frente aos tajiques, Jorge Braz voltou a lançar de início o cinco tradicional, composto por Edu Sousa, João Matos, Erick Mendonça, Bruno Coelho e Pany Varela. O jogo começou de feição para as cores nacionais que, logo no segundo minuto, inauguraram o marcador num lance de bola parada em que a defesa tajique ficou a ver jogar e culminou num remate certeiro rasteiro de Pany (2′). Determinado a pressionar alto e a jogar à procura do erro de Portugal, o Tajiquistão procurou responder de imediato, mas Edu parou o remate de Ismoilov (2′).

Ainda assim, os campeões do mundo conseguiram contrariar a estratégia do adversário, recorrendo a posses de bola mais prolongadas e a uma coesão defensiva que quase nunca deixou Edu em apuros. No ataque, Fábio Cecílio apareceu isolado perante Bekmurodov, mas permitiu a intervenção do guardião (4′). Na oportunidade mais clamorosa do primeiro tempo, Afonso Jesus surgiu isolado à entrada da área e desperdiçou a ocasião, rematando por cima (9′). Pouco depois, Zicky Té voltou a mostrar-se ao mundo, ultrapassou tudo e todos e atirou para o 2-0 (11′). 

Na segunda parte, Portugal voltou a entrar, teve duas oportunidades por Bruno Coelho (24′) e Cecílio (26′), mas rapidamente o jogo fugiu do controlo depois de uma excelente reação asiática. Depois de Salomov ter obrigado Edu a aplicar-se, Aliev fez o 2-1 com um remate certeiro de fora da área (27′). Contudo, a Seleção não tremeu perante a pressão e os assobios do público e depois de um remate fortíssimo de Kutchy, que Bekmurodov não conseguiu parar, Erick encostou para o terceiro golo (28′).

Na parte final, o Tajiquistão lançou o cinco para quatro na quadra, em busca de reduzir a desvantagem. Contudo, a estratégia acabou por ser dificultada por um Portugal que continuou a jogar com a posse de bola e a conseguir circular fora do bloco tajique. Quando não o fez, o adversário não conseguiu romper a defesa composta por Matos, Coelho, Pany e Zicky e só o fez a dois segundos do fim, com Soliev a reduzir num lance em que a bola embateu nos dois postes (40′). Consumada a vitória pela margem mínima (3-2), a Seleção garantiu o apuramento para os oitavos de final do Mundial. A última jornada acontece no domingo, com o jogo com Marrocos a decidir o primeiro lugar.