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Um zoo de pufes: as estrelas do desfile Bottega Veneta foram os assentos e estão à venda por alguns milhares de euros

O desfile Bottega Veneta começou a surpreender antes de começar. Os convidados sentaram-se em pufes inspirados em animais e assinados pela Zanotta, à venda por 6 ou 8 mil euros cada.

Uma imagem dos pufes organizados na sala de desfile antes de receber os convidados e começar
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Uma imagem dos pufes organizados na sala de desfile antes de receber os convidados e começar

@Instagram/matthieu blazy

Uma imagem dos pufes organizados na sala de desfile antes de receber os convidados e começar

@Instagram/matthieu blazy

O que é preciso acontecer num desfile para que nos dias seguintes estejamos a falar dos assentos dos convidados e não da coleção que foi apresentada? Matthieu Blazy tem a receita. O criador ao leme da Bottega Veneta encheu a sala com uma série de pufes inspirados em animais e criados para os seus convidados se sentarem. A ideia foi um sucesso e o reino animal saltou para o site da marca italiana, onde eles podem ser encomendados por seis mil ou oito mil euros.

Pássaros, gatos, cães, cavalos, cobras em ursos, em várias cores, claro. Até há um dinossauro, animal do passado há muito extinto e sabemos como a moda gosta de olhar para o futuro. A joaninha já está esgotada e alguns coelhos e elefantes também. Mas dos 59 pufes disponíveis no site da Bottega Veneta há ainda muito por onde escolher e mais virão durante os próximos seis meses. Os que ainda não estão esgotados requerem encomenda, mas só serão feitos dois exemplares de cada animal.

Small bird pouf, 6000 euros, e Medium elephant pouf, 8000 euros

Bottega Veneta

A coleção chama-se “The Ark”, tem edição limitada e inspira-se nos Sacco, ou seja os pufes da marca italiana Zanotta desenhados originalmente por Piero Gatti, Cesare Paolini e Franco Teodoro em 1968. “Pensámos nos colchões antigos cheios com folhas de castanheiro, muito utilizados pelos camponeses. Pega-se num saco enche-se com folhas ou com materiais semelhantes e ele molda-se para se adaptar ao corpo”, segundo explicaram sobre o seu projeto. A ideia ficou na história do design, porque há exemplares Sacco nas coleções de museus como o MoMa, o Musée des Artes Décoratifs ou o Victoria & Albert.

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Agora, em 2024, a ideia e encomenda foram feitas por Matthieu Blazy, que viu nos pufes da Zanotta e nas primeiras carteiras Bottega uma partilha de características, como por exemplo o facto de serem maleáveis, suaves e anti-formalismo. Decidiu então reinterpretar os Saccos, mas de forma divertida. Infantil? Talvez. Divertido? Sem dúvida. “Isto é sobre o poder da sinceridade sobre o a estratégia”, disse Blazy citado na revista W.

Além do design, cada peça conta com uma pega feita em pele entrelaçada, uma assinatura da casa de moda. Na verdade, a questão dos assentos nos desfiles Bottega Venete está a tornar-se uma assinatura da casa. Já há dois anos Blazy juntou-se ao designer Gaetano Pesce para criar 400 cadeiras em resinas coloridas, de nome “Come stai?” para sentar os convidados do desfile primavera/verão 2023.

O desfile Bottega Veneta primavera/verão 2025 aconteceu sábado à noite, no âmbito da Semana da Moda de Milão. Os convidados dirigiram-se a uma antiga fábrica com ar de hangar desabitado e foram surpreendidos pelos pufes de inspiração animal que os aguardavam. Seriam ao todo 460 assentos nos quais se reconheciam 60 espécies, segundo a Artnet. Dois deles, o coelho cinza claro e a galinha branca, estarão àvenda em exclusivo na feira Design Miami, no próximo mês de dezembro.

O diretor criativo da Bottega Veneta, Matthieu Blazy, partilhou algumas imagens deste desfile no seu Instagram. A atriz Julianne Moore conta na sua conta que foi a Milão por umas horas e foi uma das convidadas deste desfile. A atriz também não resistiu a partilhar uma fotografia do pufe escolhido para si, uma lontra castanha. Assim como Suzy Menkes, jornalista de moda e convidada habitual das semanas de moda, que não faltou ao desfile e não resistiu aos famosos pufes, fazendo registo na sua conta na mesma rede social.

Falta ainda mencionar as roupas porque, afinal, foi para isso que os convidados se sentaram nos pufes. A inspiração na infância também se refletiu nas peças apresentadas. A alfaiataria, a que a marca já nos habituou, parecia ter medidas demasiado grandes, mas depois sucederam-se peças típicas de um guarda-roupa prático, como os casacos, as camisas e as saias, que apesar das bainhas bainhas assimétricas, mantiveram a sobriedade. Foram as franjas as responsáveis pelos momentos inusitados na passerelle, em barretes de diferentes formatos, como se fossem perucas. A coleção estava recheada de pormenores, como flores tricotadas como ramos na mão a serem levados com os acessórios.

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