O unicórnio norte-americano Iterable, que tem uma plataforma de otimização da comunicação com o cliente assente em inteligência artificial, anunciou a chegada a Lisboa com o objetivo de criar uma equipa de engenheiros e programadores para o desenvolvimento de produto. A empresa, cujo único escritório europeu até agora era em Londres, diz que pretende contratar mais de 100 trabalhadores nos “próximos anos” na capital portuguesa.

O início do percurso em Lisboa, onde aterrou com o apoio da Fábrica dos Unicórnios, é feito com uma equipa de oito pessoas, incluindo o vice-presidente de engenharia, Peter Oh, que se mudou para a cidade para liderar o projeto. Neste momento, segundo o site da empresa, já se encontram abertas cinco vagas para o novo escritório. São procurados três engenheiros de software, um designer de produto e um especialista para “apoio às operações de receita”.

De acordo com um comunicado, seria anunciado brevemente “um country manager para Portugal”. Porém, em declarações ao Observador, a empresa esclarece que um responsável (um site lead) já foi contratado e começará “na próxima semana”; o country manager só será procurado “quando chegar a altura certa”.

No comunicado, Andrew Boni, CEO da Iterable, diz que Lisboa revelou ser “o local perfeito para criar raízes, fomentar a expansão e estimular a inovação”. Por sua vez, Gil Azevedo, diretor executivo da Fábrica dos Unicórnios de Lisboa, lançada em 2022 pela autarquia liderada por Carlos Moedas, afirma que a escolha da capital “reflete a forte aposta na internacionalização do sistema de inovação da cidade”.

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Atualmente, o unicórnio norte-americano tem mais de 1.200 marcas, como, por exemplo, a Volvo, no leque de clientes e cerca de 700 trabalhadores em todo o mundo. Além de Lisboa, também conta com escritórios em São Francisco, Nova Iorque, Denver, Colorado, Sidney e Londres, sendo que estes dois últimos não têm uma equipa de engenheiros, uma vez que estão focados segmento de vendas. Ou seja, na prática, o escritório da capital portuguesa é o primeiro da Iterable fora dos EUA com esses trabalhadores.

No início de 2024, segundo o comunicado, a Iterable “ultrapassou os 200 milhões de dólares em receita anual recorrente”. Contudo, a startup, fundada em 2013, ainda não deu lucro. Em entrevista ao jornal Expresso, Andrew Boni desvalorizou esse facto: “Se quiséssemos já seríamos lucrativos. Podíamos ser, mas preferimos reinvestir para crescer.”

Não foram avançados números quanto ao investimento feito pela tecnológica para a chegada a Lisboa.