O jogo de Eindhoven trouxe algo que ainda não se tinha visto esta época: o Sporting não conseguiu superiorizar-se ao adversário e foi anulado em termos ofensivos. O aviso estava dado e o Casa Pia, com outros argumentos e menor valia, não facilitou a tarefa e criou muitas dificuldades aos leões na primeira meia-hora. Contudo, o golo de Daniel Bragança em cima do intervalo acabou por tranquilizar os leões, que garantiram o triunfo com um golo de Gyökeres, de penálti, à entrada para os últimos dez minutos (2-0).

O Príncipe de Alvalade apontou o caminho e o Rei da Suécia encontrou o tesouro (a crónica do Sporting-Casa Pia)

Com este triunfo, o conjunto de Rúben Amorim continua a quebrar registos e somou a oitava vitória em oito jornada, algo que ainda não se tinha vista no Campeonato Nacional em pleno século XXI. Para além disso, este é o melhor arranque da equipa de Alvalade nos últimos 34 anos. Em termos goleadores, o Sporting colecionou este sábado o 50.º jogo consecutivo a marcar na Primeira Liga, perfazendo o seu melhor registo em 86 anos.

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Apesar do resultado e do sufoco ofensivo espelhado nas estatísticas, este dérbi lisboeta podia ter começado com o Casa Pia em vantagem, mas Franco Israel entrou bem e negou o golo a Svensson logo no segundo minuto. Esse lance acabou por ser lembrado no final do jogo, já que o Sporting somou o sexto jogo consecutivo no Campeonato Nacional sem sofrer golos e igualou o melhor registo desde 2014. No final, Trincão foi eleito o homem do jogo para a Liga Portugal, mas decidiu chamar o guarda-redes uruguaio e entregou-lhe o prémio, destacando a sua exibição. “Tem feito muitos e bons jogos. Acabou por salvar-nos neste jogo ao fazer uma defesa importante quando estava 1-0. Acho que merece, portanto queria entregar-lhe isto [o prémio]”, partilhou o português.

Na flash-interview da SportTV, Rúben Amorim explicou a vitória, realçando a prestação coletiva da sua equipa. “[O Casa Pia tinha] muita gente atrás da linha da bola e nós tivemos dificuldades em entrar. Era uma linha de seis. Foi difícil, mas tirando o primeiro remate da partida, onde o Quaresma calculou mal a bola, e depois o livre, nós controlámos bem as transições e é sempre importante estarmos por cima do jogo. Senti a equipa um bocadinho cansada destes jogos, mas fomos tentando fazer as nossas combinações, em espaços muito curtos. Conseguimos fazer dois golos, tivemos algumas oportunidades para fazer mais, mas não sofremos golos e seguimos em frente”, abordou o treinador verde e branco.

Questionado sobre ter colocado Morita em campo ao intervalo, Amorim explicou que o nipónico assemelha-se a Pote. “Os cruzamentos não serviam, estávamos um bocadinho coxos de um lado em comparação com o outro. O Conrad [Harder] foi o sacrificado, porque tínhamos de entrar de outra forma. Tínhamos de ter outras características, mais um homem entrelinhas para fazer as combinações. Acho que funcionou bem. Às vezes falhámos um bocadinho no último passe, mas foi por aí”, concluiu.