As faculdades de Direito, Ciências Médicas, Ciências Sociais e Humanas e a escola de Gestão de Informação da Universidade Nova de Lisboa vão ter novas instalações até 2030, num investimento próximo de 270 milhões de euros.
A transferência das quatro instituições faz parte do plano estratégico da NOVA para o período entre 2020 e 2030, mas o reitor, que deixa o cargo no próximo ano e não assistirá ao início das obras, antecipa que estejam concluídas nos próximos quatro anos, “dentro do prazo”.
“É um investimento global próximo dos 270 milhões, mas não envolve só estas escolas”, disse João Sàágua em entrevista à agência Lusa, explicando que a verba vai permitir também melhorar as instalações atuais de outras instituições.
A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) é uma das que vai passar para novas instalações, concretizando finalmente um projeto de quase uma década que previa a sua transferência para o ‘campus’ de Campolide.
O terreno das instalações atuais, na Avenida de Berna, deverá ser vendido para financiar os custos da construção de três novos edifícios em Campolide, de onde sairão a Faculdade de Direito e a escola de Gestão de Informação (IMS).
“Nos últimos cinco anos, a IMS mais que triplicou o número de alunos e dobrou o número de professores”, explicou o reitor para justificar a mudança, sublinhando que as atuais instalações “estão desajustadas ao projeto e, sobretudo, ao projeto futuro”.
A escola terá nova casa em Oeiras e o concelho vizinho, Cascais, receberá a nova Faculdade de Direito, localizada em Carcavelos, perto das instalações da NOVA School of Business and Economics.
Também no concelho de Cascais será construída a nova Faculdade de Ciências Médicas, que sai do Campo de Santana, em Lisboa, por se entender que o histórico edifício já não responde às necessidades do ensino da Medicina.
O ensino clínico, que atualmente é feito em vários hospitais da cidade, será centralizado no Hospital de Todos-os-Santos, que vai substituir as unidades hospitalares que compõem atualmente a Unidade Local de Saúde São José e que estão dispersas pela cidade de Lisboa: hospitais de São José, Santo António dos Capuchos, Santa Marta, Curry Cabral e Dona Estefânia e a maternidade Alfredo da Costa.
“A transformação que está a acontecer nas instalações da NOVA tem, sobretudo, a ver com o projeto académico”, sublinhou João Sàágua, que refere, como exemplo, o desenvolvimento da inteligência artificial e ‘big data’ no caso do IMS, a aposta nas ciências da comunicação e artes, ou a diversificação do ensino do direito.
“Para os alunos atuais, as instalações que temos já não são suficientes. As que estamos a projetar serão mais do que suficientes, no sentido em que vão acomodar esses alunos e permitem algum crescimento”, afirmou.
A própria Reitoria vai mudar igualmente de instalações, ocupando o edifício do Campo de Santana, onde será também inaugurado o primeiro museu da universidade, dedicado ao ensino da medicina.
Até ao final da década, a NOVA conta inaugurar um novo instituto de medicina de precisão — o NOVA Institute for Medical Systems Biology —, que ficará localizado junto ao Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier (ITQB), em Oeiras, e que resulta do projeto europeu Teaming for Excellence, a que a universidade concorreu com o centro Max Delbrück, em Berlim.
Está ainda prevista a criação de um aeroporto universitário, no aeródromo de Tires, que servirá a Faculdade de Ciências e Tecnologia, permitindo desenvolver as áreas das engenharias aeronáutica e aeroespacial, em parceira com uma universidade europeia, que o reitor não quis revelar por ainda estarem em curso as negociações.
Outra das novidades poderá estar em vigor já no próximo ano, com a integração do Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida (ISPA), que deixará assim de ser privado.
O acordo entre as duas instituições, ao fim de duas décadas de colaboração, já foi comunicado ao ministro da Educação, Ciência e Inovação e aprovado formalmente pelo Conselho Geral da NOVA, estando esse processo em curso no ISPA.