A mesma fonte indicou à agência Lusa que a cerimónia está marcada para as 19:00, no Palácio de D. Manuel, em Évora.

Além do primeiro-ministro, Luís Montenegro, a iniciativa também deverá contar com a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, e com o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, que também é presidente da assembleia-geral de Évora_27.

Esta associação vai ser presidida pela jurista Maria do Céu Ramos, já indigitada, que era secretária-geral da Fundação Eugénio de Almeida (FEA).

Recentemente, foram nomeados em assembleia-geral da associação, por maioria, o economista António Costa da Silva e o consultor Bruno Fraga Braz como diretores Financeiro e de Comunicação e Alcance, respetivamente.

Na semana passada, a coordenadora da Equipa de Missão Évora_27, Paula Mota Garcia, demitiu-se do projeto Capital Europeia da Cultura, alegando os “recentes desenvolvimentos na constituição” da associação gestora.

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Contudo, Paula Mota Garcia manifestou “também a sua disponibilidade para colaborar na transferência do processo, em articulação com o presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto de Sá”.

Além da coordenadora da equipa que preparou e conduziu toda a candidatura de Évora a Capital Europeia da Cultura (CEC) em 2027, cuja aprovação foi anunciada a 07 de dezembro de 2022, também Marisa Miranda, responsável desde 2020 pela estratégia de Comunicação e Alcance de Évora_27, comunicou a sua demissão, embora continue em funções até dia 31 deste mês.

Visto que, numa assembleia-geral anterior da associação gestora da CEC, “a maioria dos presentes” decidiu “que não reunia os requisitos necessários para assumir a Direção de Comunicação e Alcance” desta nova entidade, optando por outro candidato, Marisa Miranda considerou que “deixou de ter condições para continuar a trabalhar na iniciativa”.

Évora_27 tem como missão planear, promover, desenvolver e executar a iniciativa Capital Europeia da Cultura, de acordo com o que está inscrito em dossiê de seleção.

A associação, cujo decreto-lei de criação foi publicado em Diário da República no final de 2023, é formada pelo Estado, Câmara de Évora, Entidade Regional de Turismo do Alentejo, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central, Universidade de Évora, FEA e Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo.

Com um total de cerca de 49 milhões de euros, a dotação financeira de Évora_27 é composta por 15 milhões do Orçamento do Estado, 10 milhões de fundos europeus, quatro milhões do Turismo, cinco milhões para territórios envolventes e os restantes 15 milhões subscritos pelo município e parceiros.

Ex-coordenadora critica atrasos de Évora_27 e exclusão de membros da candidatura

A antiga coordenadora da Equipa de Missão da Capital Europeia da Cultura (CEC) Évora_27, Paula Mota Garcia, criticou esta segunda-feira o atraso na constituição da associação gestora da iniciativa e a exclusão de membros ligados à candidatura.

“Considero que a escolha das pessoas para a estrutura de governança de uma CEC deve ser norteada pelo conhecimento que têm do projeto e da adequação das suas competências profissionais ao mesmo e não por princípios de confiança de ordem pessoal”, vincou.

Paula Mota Garcia, que se demitiu do cargo, na quinta-feira, numa reunião da assembleia-geral da Associação Évora 2027, recentemente criada para gerir o projeto de CEC, explicou, em comunicado, as razões da sua decisão.

Assinalando que se afasta “por considerar não estarem reunidas as condições” para continuar, a antiga coordenadora adiantou que uma das razões é a exclusão de membros da Equipa de Missão, defendendo que a sua integração na estrutura de governança, por experiência de outras CEC, “é um fator decisivo de sucesso”.

“Tendo plena consciência da complexidade da implementação de Évora_27, cujo programa cultural e artístico é composto, pela primeira vez, apenas por novas criações artísticas com estreia marcada para 2027, entendo que essa tarefa exige a constituição de uma equipa profundamente conhecedora do processo”, sublinhou.

Nesse sentido, Paula Mota Garcia considerou “inaceitável que a Associação Évora 2027 não tenha escolhido para o cargo de Direção de Comunicação e Alcance a Marisa Miranda”, que também já apresentou a sua demissão, embora continue em funções até dia 31 deste mês.

“A decisão tomada pela maioria dos associados prefigura, não só uma quebra de confiança no trabalho desenvolvido pela pessoa que criou todo o programa de Alcance e Estratégia de Comunicação e Marketing”, mas é “sobretudo sinónimo de uma profunda falta de visão estratégica para a execução do projeto”, frisou.

No comunicado, Paula Mota Garcia apontou como outra das razões os atrasos na constituição da associação gestora da CEC, referindo que a entidade de governança foi criada “apenas em fevereiro de 2024” e, atualmente, “a sua direção continua incompleta”.

A associação permanece “impossibilitada de, entre outras coisas, receber as verbas protocoladas entre o município de Évora e o Governo de Portugal em junho de 2023, com prejuízos claros na execução das atividades previstas em ‘bid book’ [dossiê da candidatura], advertiu.

Salientando que a Equipa de Missão Évora_27 sempre manifestou preocupação com “o arrastar deste processo”, a antiga coordenadora alertou que “esta demora penaliza artistas e parceiros envolvidos na iniciativa”.

Paula Mota Garcia também censurou a criação do cargo de presidente na associação, lembrando que o dossiê da candidatura previa que a direção executiva fosse composta por diretores Executivo, Artístico, de Comunicação e Alcance e Financeiro.

“A introdução da figura de ‘Presidente’ nesta orgânica – que resultou de uma imposição do anterior Governo perpetuada pelo atual – desvirtua o proposto em ‘bid book’, contraria as boas práticas de gestão de uma CEC, assim como as recomendações do painel internacional de especialistas que agora monitoriza todo o processo de implementação de Évora_27”, avisou.

Além disso, a negociação sobre a criação e nomeação deste cargo “tem tido prioridade sobre o que deveria ser absolutamente essencial”, que é “a garantia das condições necessárias para que toda a atividade referida em ‘bid book’ fosse devidamente contratualizada”.

“A tão necessária ‘open call’ [chamada] para novos projetos artísticos dirigida aos agentes culturais residentes no Alentejo, atempadamente definida pela Equipa de Missão, continua por lançar, colocando já em causa o cumprimento do cronograma apresentado em ‘bid book’”, exemplificou Paula Mota Garcia.