A segunda edição do programa de bolsas de estudo para jovens futebolistas da Liga feminina foi esta segunda-feira anunciada, numa colaboração entre Federação Portuguesa de Futebol (FPF), o banco BPI e a Fundação ‘la Caixa’.

O futebol feminino tem sido uma aposta da FPF ao longo dos anos, com cinco milhões por ano. O que nos preocupa de forma especial, e temos dedicado bastante atenção, é o que vai para além da carreira de jogadora. Este contributo que iniciámos há um ano é reflexo do que temos feito, num projeto de acompanhamento e desenvolvimento do futebol feminino”, salientou o presidente da FPF, Fernando Gomes, durante o discurso.

Depois de uma primeira edição que apoiou 19 jogadoras bolseiras, que registaram uma média de 16,61 valores, o segundo programa aumentará para 20 o número de atletas apoiadas, com as candidaturas a decorrerem entre 6 de novembro e 6 de dezembro.

“A primeira edição obteve um excelente resultado, com uma classificação muito alta e que mostra que é possível conciliar carreiras desportiva de grande exigência e sucesso com uma preparação para o futuro e enriquecimento pessoal. Penso que esta segunda edição vai ser um êxito como este ano”, expressou José Pena do Amaral, do banco BPI.

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Marta Ferreira, jogadora do Racing Power e estudante do curso de ‘management’ e gestão, foi uma das 19 bolseiras que usufruiu deste programa, relevando a importância, numa fase em que o futebol feminino tem um “crescimento exponencial” em Portugal.

“É bom ver os apoios crescentes que a modalidade tem tido. Tento ter os pés assentes no chão, foco-me muito no presente e no curto prazo, mas gosto de sonhar. Acredito que vai evoluir imenso e que só paramos lá em cima. Com os apoios que vamos ter, só temos de pensar dessa forma”, considerou a avançada, com 22 anos, durante a sessão.

A par deste programa de bolsas de estudo, também foi apresentado o programa “The Second Half” [“A Segunda Parte”], em colaboração também com a Visa, que prepara as jogadoras para a vida pós-carreira desportiva, com sucesso em Reino Unido e Espanha.

Vamos procurar dar três coisas: formação, ‘networking’ e mentoria. É um conjunto de sessões, com 30 a 40 atletas que possam participar e ter formações em vários aspetos. Temos uma grande preocupação em como apoiar estas jogadoras a terem sucesso no presente e a terem uma boa transição para a segunda parte da sua carreira. Queremos criar impacto na vida delas”, frisou o diretor português da Visa, Gonçalo Santos Lopes.

A diretora para o futebol feminino da FPF, Mónica Jorge, apontou que está a acontecer uma “evolução económica que traz uma exigência cada vez maior”, sublinhando ainda a importância deste tipo de apoios e realçando que têm de estar prontas para o ‘salto’.

“A minha geração foi pioneira em travar uma cultura patriarcal. Levou mais tempo, foi mais duro, agora se calhar é mais fácil, mas é fundamental que essa ajuda continue a chegar, pois precisamos de mais e melhor. Esta evolução económica está a acontecer e elas têm de estar preparadas para dar este salto”, disse a antiga jogadora e treinadora.

Ainda durante a apresentação dos dois programas de apoio, o Damaiense recebeu um prémio ‘fair-play’, alusivo à época de 2023/24 da Liga portuguesa feminina de futebol.