Não é fácil encontrar pontos a melhorar no Sporting, Rúben Amorim não tem grandes problemas em chegar até eles. Em Famalicão, naquela que foi a nona vitória consecutiva dos leões noutros tantos encontros feitos no Campeonato, concentrou os mesmos em dois momentos: num período a seguir ao golo anulado a Pedro Gonçalves no quarto de hora inicial pela forma como a equipa perdeu durante alguns minutos o controlo das ações depois de um lance na profundidade e de uma segunda bola perdida, mais tarde já com 2-0 quando a equipa demorou um pouco mais a enquadrar-se com as substituições que tinham sido feitas. Diferença? Se nos outros anos esses pequenos períodos valiam muitas vezes golos sofridos, agora há sempre uma resposta pronta antes que surjam verdadeiros problemas. Com isso, a equipa vai fazendo história.

Francisco, um jogador que sabe fazer a sua seleção (a crónica do Famalicão-Sporting)

Por um lado, e no plano ofensivo, os três golos marcados em Famalicão aumentaram para 30 o pecúlio em nove jornadas. Contas feitas, há 51 anos que o Sporting não marcava tanto no arranque do Campeonato, com outros dois pormenores que marcaram a noite: Gyökeres chegou aos 12 golos na Primeira Liga, manteve a média de um golo por jogo nos 18 encontros oficiais entre clube e seleção e, de acordo com os dados do Playmakerstats, tem a estrondosa marca de 43% dos golos da carreira apenas nos últimos 12 meses; Geovany Quenda marcou pela segunda vez pela equipa principal e tornou-se o mais novo de sempre com golos no Campeonato pelos leões, superando o registo que pertencia a… Simão Sabrosa.

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Por outro, o Sporting mantém apenas dois golos sofridos no Campeonato, atravessando nesta altura uma série de sete encontros e 684 minutos seguidos sem consentir qualquer golo. Ou seja, depois de sofrer com o Rio Ave e com o Nacional nas duas primeiras jornadas, Kovacevic e Franco Israel fecharam a baliza dos verde e brancos, com um registo como não acontecia há 54 anos e que, caso se mantenha na próxima partida do Campeonato com o Estrela da Amadora, será mesmo um recorde de sempre do clube.

“Tivemos qualidade na chegada, mas faltou-nos a definição. Não levantar a bola perto da baliza. Mas estivemos bem. Perdemos um pouco o controlo do jogo depois do golo anulado, mas ao longo jogo fomos competentes e dominadores. Na segunda parte limitámos o adversário. Foi um jogo competente, faltou definição, que já vem sendo hábito. Estamos numa fase boa, quando vem uma fase difícil a bola não entra. A equipa não abana porque eles sabem o que têm que fazer, é como se fosse mecânico. Ajuda porque não se perdem em pensamentos. A máquina está sempre a rodar. Quando conseguimos desbloquear torna-se tudo mais fácil. Sabemos o que fazer”, comentou Rúben Amorim na flash interview da SportTV.

“Hjulmand de fora com Morita e Daniel Bragança de início? Eles entendem bem. O jogador moderno tem que perceber, com a quantidade de jogos que existe não há jogadores titulares. Eles têm caraterísticas diferentes. As capacidades do Dani e do Morita eram perfeitas para este jogo e o Morten também precisa de descansar. Felizardo do treinador que tem três jogadores assim. Como se pode parar este Sporting? Não acho que seja impossível. Temos muito treino. Esperem até terça-feira e vão ver o quão difícil é travar uma equipa. Esperem até à outra terça-feira e vão ver um mundo diferente. Não podemos é facilitar. Isto muda muito rapidamente. São nove jornadas, não é nada”, acrescentou o treinador leonino, falando não só do próximo jogo da Taça da Liga com o Nacional mas também da receção em Alvalade ao City para a Champions.

Geovany Quenda também passou pela zona de entrevistas rápidas, tendo recebido pela primeira vez o prémio de MVP do encontro. “Este prémio é coletivo. Estivemos bem num jogo difícil em que fizemos uma boa exibição. Desde o início do Campeonato temos trabalhado com toda a humildade e conseguimos conquistar mais três pontos. O Sporting tem sempre grandes jogadores pois é um dos clubes grandes portugueses, e eu tenho feito o meu trabalho para jogar. Em relação ao golo este foi mais especial do que marquei ao FC Porto pois aqui garantimos os três pontos”, comentou o jovem ala esquerdino de 17 anos.