O quarto dia da greve parcial dos revisores e trabalhadores das bilheteiras da CP levou à supressão, entre as 00:00 e as 19:00 deste domingo, de oito comboios, a maioria de longo curso, segundo dados enviados pela transportadora à Lusa.

De acordo com a CP — Comboios de Portugal, neste período foram suprimidos quatro comboios de longo curso (em 51 programados), dois regionais (197) e dois urbanos do Porto (131), realizando-se todos os programados dos urbanos de Lisboa (256) e Coimbra (21).

Do total de 656 comboios programados em toda a operação, realizaram-se 648 e os oito suprimidos correspondem a 1,2%, indicou a operadora.

Os revisores e trabalhadores das bilheteiras da CP iniciaram na quinta-feira uma greve que se prolonga até 03 de novembro, com a transportadora a antecipar perturbações na operação, sobretudo em 31 de outubro.

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Numa nota publicada no seu ‘site’, a empresa informou que, “por motivo de greve convocada pelo sindicato SFRCI [Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante] entre os dias 24 de outubro [quinta-feira] e 03 de novembro”, estão previstas perturbações na operação.

A transportadora ferroviária alertou para o impacto nos urbanos de Lisboa, em especial nas linhas de Sintra, Azambuja e Sado.

A CP prevê, de 28 a 30 de outubro, também devido a greve parcial, perturbações nos serviços Regional/InterRegional, Urbanos de Coimbra e Urbanos do Porto.

Já em 31 de outubro, quando a paralisação será total, durante 24 horas, preveem-se perturbações no Alfa Pendular, Intercidades, Regional/InterRegional, Urbanos e Internacional Celta.

Segundo um acórdão dos serviços mínimos publicado na página do Conselho Económico e Social (CES) na Internet, em 31 de outubro, com “exceção dos comboios de longo curso, circularão a totalidade das composições nas linhas urbanas de Lisboa e Porto, regionais e inter-regionais, entre as 06:00 e as 07:30 e entre as 18:30 e as 20:00, nos exatos termos previstos antes da apresentação do pré-aviso”.

No resto do período de greve, de paralisação parcial, o tribunal decretou apenas serviços mínimos necessários à segurança, manutenção, serviços de emergência e outros semelhantes.

“Nos restantes dias poderão ocorrer perturbações pontuais”, nomeadamente nos serviços Urbanos de Lisboa e Intercidades entre o Algarve e Lisboa, disse ainda a CP.

Segundo fonte do SFRCI, que representa os trabalhadores das bilheteiras e revisores da CP, estas greves são motivadas por aquilo que diz ser o “incumprimento do acordo” assinado em julho do ano passado com a operadora.

O protesto “tem a ver com a remuneração”, sendo que, segundo o sindicato, o acordo prevê passar um “prémio de subsídio de transporte e disponibilidade para o salário base”, algo que traria vantagens aos trabalhadores. O sindicato quer um maior equilíbrio face às remunerações dos maquinistas.