Um, dois, três. Em apenas quatro jogos na Liga Europa, o FC Porto leva três golos sofridos nos descontos das duas partes. Aconteceu contra o Manchester United, quando tinha a vitória no bolso. Voltou a acontecer na deslocação a Roma… e em dose dupla. A Lazio adiantou-se no marcador já para lá do término dos quatro minutos de descontos, na sequência de um golo de canto de Romagnoli. Os dragões empataram no segundo tempo por Eustáquio mas, novamente nos descontos, Pedro desfez o empate (2-1). Desta forma, o clube da Invicta leva já três pontos perdidos por conta dos golos tardios.

Stephen mostrou que faltava acertar na baliza, mas a noite estava reservada para um maestro (a crónica do Lazio-FC Porto)

Pela primeira vez na história, o FC Porto perdeu uma partida frente à Lazio, depois de ter vencido duas e empatado outras duas, e as equipas portuguesas continuam sem vencer no Olímpico. Ainda assim, o que salta mais à vista vai para lá do que mostram as estatísticas. Apesar do fim inglório, os dois golos foram muito consentidos pela defesa portista que, pela terceira vez esta época — depois de Sporting (Supertaça) e Man. United —, sofreu um golo na sequência de um pontapé de canto, algo que Vítor Bruno terá de ter certamente em conta.

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Curiosamente, os dragões entraram esta quinta-feira em campo com uma das médias de idades mais baixas da competição, já que o onze titular tinha apenas 24 anos e os jogadores mais velhos — Eustáquio e Galeno — não passavam dos 27. Em contrapartida, a Lazio tinha quatro titulares acima dos 30 anos e uma média de 28 anos. Foi precisamente dos pés dos mais experientes que saiu o golo do empate do FC Porto, com Eustáquio a faturar pela segunda vez na temporada e Galeno a assistir pela segunda vez, repetindo-se o que aconteceu na Taça da Liga, há uma semana.

No final da partida, Vítor Bruno esteve na tradicional zona de entrevistas rápidas e, em declarações à SportTV, considerou a derrota “absolutamente injusta”. “Tivemos hipótese de marcar primeiro na primeira parte e sofremos o golo antes do intervalo, num lance estranho. Entrámos bem na segunda parte, fomos atrás do resultado, fizemos o empate, e sofremos no lance final. Temos de assumir a nossa responsabilidade, não tem a ver com erros individuais. É a questão da maturidade. Com o Man. United foi o que foi. No fundo estamos a falar de menos três pontos e podíamos ter sete agora. Temos de crescer em cima dos erros”, começou por dizer o técnico portista.

O treinador de 41 anos acabou por apontar o dedo à equipa de arbitragem. “Acho que ficou à vista de todos. O lance na fase inicial do Eustáquio parece-me demasiado evidente. Foi à minha frente. Na segunda parte houve uma falta de um jogador que tem amarelo [e o árbitro] marcou falta ao Galeno quando era lance para eventual segundo amarelo. Pareceu-me a empurrar tudo para um lado e não a dividir, como devia ser conduzido o jogo. São critérios estranhos, que não entendemos muito bem, mas é o que é”, acrescentou.

Por fim, Vítor Bruno assumiu que a equipa tem de “andar para a frente” e virar já a página para o clássico de domingo, frente ao Benfica, que pode ser importante nas contas da temporada. “Não dá para andar em cima do molhado. Acabou, já está e já passou. Agora é analisar, ir a fundo e ao detalhe, para que não se volte a repetir. Esse é o meu trabalho. Temos de lançar o jogo de domingo, em bases que não são as melhores a nível de recuperação. Temos de dar as melhores condições para os jogadores darem uma grande resposta no domingo. Queremos dar uma resposta forte com o ADN FC Porto”, completou.