Longe das expetativas. Incontornavelmente, é esta a expressão que reflete estes primeiros três meses da temporada do Sp. Braga. Se é certo que os arsenalistas estão na quarta posição da Primeira Liga, também é certo que já perderam dez pontos para o líder Sporting e, não fosse o jogo em atraso, podiam estar já a cinco pontos do terceiro lugar do Benfica. Na Liga Europa o cenário não é diferente e as três primeiras jornadas foram dominadas pela instabilidade, com um triunfo na ronda inaugural (Maccabi Telavive, 2-1), mas duas derrotas ante Olympiacos (fora, 3-0) e Bodo/Glimt (casa, 1-2).

Foram de Ferrari a Punto com um sinal vermelho pelo meio: Sp. Braga acaba com 10 e perde em casa com o Bodø/Glimt

Sem Niakaté, que foi expulso frente aos noruegueses, e Zalazar que, apesar de ter sido titular no último desafio, está a contas com um problema físico, Carlos Carvalhal estava obrigado a fazer mexidas na sua equipa. Nesse sentido, Robson Bambu e Arrey-Mbi recuperaram das suas lesões e voltaram a integrar as opções braguistas. Pela frente estava uma equipa que alcançou seis vitórias e um empate nos oito jogos que fez na fase de qualificação e que, na segunda ronda, bateu em casa a Roma (1-0). Contudo, as derrotas contra AZ Alkmaar (fora, 3-2) e Galatasaray (fora, 4-3) atiraram os suecos para os últimos lugares de acesso ao playoff, em igualdade com o Sp. Braga.

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“Os três pontos são bem vindos. É importante fazer o máximo de pontos possíveis porque são muitas equipas. O Elfsborg é um adversário pressionante, com processos simples, tipicamente nórdico. Claro que, tal como todas as equipas, o Elfsborg tem as suas debilidades e vamos tentar aproveitá-las ao máximo. Para isso, temos de ter bola, porque quem tem bola é que comanda o jogo e, além disso, temos de estar sempre de olho na baliza adversária. Devido à elevada estatura dos jogadores adversários, temos também de estar muito atento às bolas paradas e aos lançamentos laterais”, partilhou Carvalhal na antevisão.

Perante o calendário apertado, Carlos Carvalhal optou por rodar a equipa, mas a principal novidade foi a presença de Roger no lado direito da defesa. Para além disso, Hornicek foi titular na baliza, Arrey-Mbi jogou ao lado de Paulo Oliveira e Gabri Martínez regressou ao onze inicial. No relvado sintético da Borås Arena, confirmou-se a mudança tática para um sistema com três centrais, com Gabri a ficar com o corredor esquerdo. E foi precisamente por aí que surgiu a primeira ocasião do jogo, com o espanhol a ultrapassar dois defesas e a servir Roberto Fernández para a finalização, mas o remate acabou cortado no último instante (3′). Pouco depois e na sequência de um canto, Arrey-Mbi apareceu com perigo ao segundo poste, mas o desvio saiu fraco para as mãos de Pettersson (9′).

A partir do quarto de hora de jogo, o Sp. Braga teve de lidar com outra contrariedade pouco habitual no Campeonato Nacional: o nevoeiro começou a adensar-se e a cimentar-se sobre o relvado. Depois de um período em que o Elfsborg conseguiu neutralizar as ofensivas bracarenses, a formação portuguesa voltou à carga, mas Gharby falhou o alvo numa primeira instância (22′). Logo a seguir, Roger isolou Gabri com um passe de rutura, só que Pettersson saiu bem da baliza e fez rapidamente a mancha (23′). Os arsenalistas continuaram mais perigosos e, pouco depois, foi a vez de Vítor Carvalho aparecer com perigo à entrada da área, mas o remate saiu ao lado da baliza di gule (31′). O nulo continuou a imperar.

Carvalhal acabou por lançar El Ouazzani para o lugar de Roberto Fernández no início de um segundo tempo novamente dominado pelo nevoeiro, mas a equipa de Braga não melhorou o critério na finalização e colecionou muitos passes errados, o que demonstrou a dificuldade na adaptação ao relvado. Contudo, já com Bruma em campo, o resultado acabou por mexer, com Roger a cobrar um livre para a entrada da área, Bruma deixou a bola passar para o remate surpresa de Ricardo Horta que, depois de desviar em Ouma, anichou-se na baliza (66′).

Logo a seguir ao golo, Carlos Carvalhal voltou a mexer na equipa e refrescou o meio-campo com Gorby e André Horta nos lugares de Vítor Carvalho e Moutinho. Com a vantagem no marcador, o Sp. Braga recuou no terreno e ofereceu as despesas do desafio ao conjunto sueco que, na ponta final, aproveitou a displicência da defesa portuguesa para empatar o jogo, com Holten a finalizar para o golo no coração da área (84′). Até ao apito final, os bracarenses carregaram com tudo em busca do golo da vitória, mas voltaram a perder pontos na ponta final de um encontro europeu e continuam em zona perigosa, agora com quatro pontos. Na próxima ronda, o Sp. Braga vai receber o Hoffenheim.