A criança em lágrimas, com a mão espalmada contra a janela do comboio ao despedir-se do pai na estação de Lviv a 25 de fevereiro 2022, um dia depois da invasão russa da Ucrânia.

O carro branco carbonizado, dentro do qual talvez tenham morrido pessoas, parado no meio da estrada onde jazem outros carros que ficaram encurralados entre as chamas no incêndio de Pedrógão Grande que deflagrou a 17 de junho de 2017 — 66 pessoas perderam a vida neste incêndio, 47 das quais na EN236.

Uma mãe e uma filha que não se viam há três meses, equipadas com luvas, máscaras e fatos de proteção, dão um abraço através de uma cortina de plástico na Residência da Quinta Alegre, em Lisboa, a 18 de maio de 2020, no primeiro dia da fase de desconfinamento da pandemia de COVID-19, quando foram levantadas algumas restrições — nomeadamente as visitas a lares.

Uma avó e uma neta, Eunice Muñoz e Lídia Muñoz, num camarim do Teatro Nacional D. Maria II em novembro de 2021, antes de subirem ao palco para o espetáculo de despedida da atriz decana — que morreu aos 93 anos, cinco meses depois de esta imagem ser captada.

Estas são algumas das mais de oitenta fotografias que foram publicadas no Observador nos últimos dez anos e estão agora patentes ao público na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, até 7 de dezembro, a propósito do décimo aniversário do jornal. Através destas imagens — escolhidas pela jornalista e escritora Patrícia Reis, que assina a curadoria da exposição — percorremos o país e o mundo (são seis os países aqui presentes) em grandes acontecimentos que marcaram a última década. Há presidentes, primeiros-ministros, ministros, músicos, atores, jogadores de futebol e gestores. Há tomadas de posse de políticos, eleições, concertos, espetáculos de teatro, funerais, escândalos financeiros, comemorações do 25 de abril e eventos desportivos.

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A exposição está dividida em vários espaços. Num deles podem ser vistas dez imagens com dez momentos marcantes, um por cada ano da última década e noutro está também representada a Rádio Observador, a completar agora cinco anos: ao sábado os visitantes podem até gravar um noticiário com a sua própria voz e as trilhas sonoras da rádio e receber depois a gravação.

As fotografias são da autoria de André Dias Nobre, Diogo Ventura, Filipe Amorim, Henrique Casinhas, Hugo Amaral, João Porfírio e Tomás Silva.

  • A exposição inaugura a 7 de novembro e estará patente ao público até 7 de dezembro na Sociedade Nacional de Belas Artes (Rua Barata Salgueiro, 36, Lisboa)
  • De segunda-feira a sábado, entre as 12h00 e as 19h00 (ao sábado as portas abrem às 14h00). Entre os dias 12 e 16 de novembro, a hora de fecho é às 21h00 e no domingo, dia 17, a exposição também pode ser visitada, entre as 14h00 e as 21h00.
  • A entrada é livre.