Os fenómenos meteorológicos extremos relacionados com o clima custaram à economia mundial mais de dois mil milhões de dólares na última década, sendo os Estados Unidos a nação mais afetada, segundo um relatório divulgado esta segunda-feira.
O documento, da Câmara de Comércio Internacional (ICC, na sigla original), divulgado no início da cimeira da ONU sobre o clima que hoje começou em Baku, no Azerbaijão, analisou 4.000 eventos climáticos entre 2014 e 2023, com impactos em cerca de 1,6 mil milhões de pessoas.
Só nos últimos dois anos completos do relatório, os danos económicos globais atingiram 451 mil milhões de dólares, de acordo com os investigadores, um aumento de 19% em comparação com os oito anos anteriores.
Os Estados Unidos tiveram as maiores perdas económicas durante o período 2014-2023 (934 mil milhões de dólares), seguidos pela China, com 267 mil milhões de dólares, e pela Índia com 112 mil milhões de dólares.
O relatório revela que as economias em desenvolvimento podem ser duramente afetadas por fenómenos meteorológicos extremos pontuais, que muitas vezes custam mais do que o seu PIB.
“Os dados da última década indicam que as alterações climáticas não são um problema futuro, uma vez que a economia já está a sofrer perdas de produtividade significativas devido a fenómenos meteorológicos extremos”, afirmou o secretário-geral da ICC, John Denton.
A conferência de Baku “não pode ser, como alguns sugeriram, uma COP ‘de transição’, mas deve apresentar soluções capazes de acelerar a ação climática proporcional aos riscos económicos imediatos”, acrescentou John Denton.
Para tal, disse, deve ser criado um pacote abrangente para acelerar a mobilização de financiamento, a fim de garantir que todos os países possam fazer a transição para um desenvolvimento com baixas emissões de carbono e resistente ao clima sem mais demoras.