Há quem diga que começar a carreira de treinador principal num grande clube é um desafio de vida ou de morte. As hipóteses de correr bem são curtas e, em casa de queda, o tombo é grande e pode nunca ter recuperação. O que é certo é que Vítor Bruno, apesar de a sua escolha não ter sido unânime aos olhos dos adeptos, começou a época a vencer a Supertaça e a derrotar o Sporting. Contudo e pese os resultados espelharem um cenário francamente positivo, a equipa continua à procura de se encontrar nas ideias do treinador e, depois de ter perdido em Alvalade, voltou a cair em Lisboa, desta vez com bem mais estrondo (4-1).

Quem tem um Ángel, tem direito aos céus (a crónica do Benfica-FC Porto)

No final do encontro, Vítor Bruno esteve na zona de entrevistas rápidas da BTV e parabenizou o rival pelo triunfo. “Em primeiro lugar, foi uma vitória justa do Benfica. Foi uma primeira parte dividida e equilibrada, o Benfica marcou primeiro e reagimos bem. No início não entrámos mal, tivemos um lance perigoso do Galeno. Na segunda parte tentámos corrigir alguns posicionamentos. A partir do 2-1, a equipa não se encontrou. O Benfica foi mais intenso. O 3-1 também surgiu com algum azar, depois a equipa desorganizou-se em muitos momentos. Temos de repensar muita coisa, hoje acabámos por não ser FC Porto”, começou por dizer o técnico.

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“Foi culpa minha, não é mais de ninguém. Sou o máximo responsável. As decisões foram minhas, fui eu que as tomei. Tivemos um ou outro percalço, o Pepê esteve em grandes dificuldades para jogar, daí não ter entrado de início. Tivemos de redefinir a estratégia para o jogo, mas não serve de desculpa. A equipa esteve muito amorfa e os quatro golos surgiram por aquilo que nunca fomos enquanto equipa. Não fomos competente do ponto de vista de organização e agressividade, que tem de ser uma marca forte do FC Porto”, acrescentou.

Já na sala de conferências de imprensa do Estádio da Luz, Bruno assumiu que o resultado vai deixar a equipa “em agonia”, mas “não representa a marca forte que tem de ser deixada em campo por uma equipa como o FC Porto”. “Temos de continuar a construir o que queremos construir. Nada está resolvido, há muitas competições para disputar. Sabemos que há coisas que temos de inverter rapidamente. Tenho muita confiança no que posso fazer. Sei o que posso fazer. Tenho muito para fazer ainda com estes jogadores. Hoje [domingo] vou sofrer, mas a partir de amanhã [segunda-feira], vou analisar a fundo [a derrota] com os jogadores que já conquistaram muito. Temos de trabalhar”, concluiu o técnico portista.