As seleções pararam as provas nacionais e europeias durante duas semanas, nem por isso José Mourinho “parou” de ser notícia. Houve recordações das duas propostas que puderam ter mudado o sentido da carreira se tivessem sido aceites (seleções de Inglaterra e Portugal), houve memórias de antigos jogadores como a de Danny Rose a contar a primeira conversa que teve com o técnico português no Tottenham sem saber que o seu gabinete tinha câmaras ao contrário do que acontecia com Mauricio Pochettino, houve uma frase que terá sido dita a Cristiano Ronaldo que se tornou viral na Turquia (dizendo que se ainda quisesse voltar à Europa tinha as portas da Turquia abertas), houve a mensagem revelada por Ruben Amorim quando rumou ao Manchester United. Houve de tudo um pouco, sempre com o técnico português em foco.

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Agora, regressava a competição e voltava a versão que Mourinho, de 61 anos, mais gosta. Depois do triunfo em período de descontos frente ao Trabzonspor que acabou a valer um castigo ao português pelas críticas feitas à arbitragem e da goleada na receção ao Sivasspor, o Fenerbahçe jogava fora com o Kayserispor com o objetivo de fazer a primeira série de quatro consecutivos seguidos na Liga turca, assegurando uma pressão extra ao líder Galatasaray que entrava em campo depois e assinalando da melhor forma o seu regresso ao banco de suplentes após o encontro de sanção. Do outro lado, mais uma português na Turquia.

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“Esperamos um jogo muito difícil frente a um clube grande, que luta pelo título e que nas últimas duas épocas perdeu apenas duas vezes fora de casa. Sabemos o grau de dificuldade elevado do jogo mas temos as nossas ambições, jogamos em casa, perante os nossos adeptos, sabemos que o estádio vai estar cheio, com um ambiente muito bom e queremos conquistar os três pontos. Mourinho? É especial. Trata-se do maior nome do futebol português ao nível dos treinadores, é o melhor treinador português de sempre, o melhor do mundo, dispensa apresentações e para mim é um orgulho jogar contra ele. Espero derrotá-lo, seria bom sinal para nós. É um jogo especial por tudo o que José Mourinho representa para o futebol mundial e, principalmente, para o futebol português”, apontara Miguel Cardoso, extremo que fez a formação no Benfica antes de uma carreira com passagens por Espanha, Rússia e agora Turquia.

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Não foi propriamente um jogo “típico”, tendo em conta a montanha-russa de ascendentes anímicos que foram alternando, foi um encontro onde o Fenerbahçe mostrou que atravessa o melhor momento da época apesar de alguns erros defensivos evitáveis que ainda aparentaram poder abrir o resultado. Apesar disso, José Mourinho conseguiu o melhor regresso aos bancos após castigo, goleando fora o Kayserispor por 6-2 num dos resultados mais expressivos desde que chegou à Turquia e somando o quarto triunfo consecutivo na Liga numa série que ainda não tinha alcançado desde que assumiu este novo projeto.

O encontro dificilmente poderia ter começado melhor para os comandados de José Mourinho. A assumir o comando das operações desde início, o Fenerbahçe aproveitou uma grande penalidade muito contestada pela equipa visitada para chegar ao 1-0 por Dusan Tadic (5′). A transmissão televisiva e as próprias redes sociais não demoraram a apontar a mira no treinador português pelas eventuais dúvidas que o lance podia levantar mas o conjunto de Istambul não demorou a confirmar toda a sua superioridade, chegando ao intervalo já com uma vantagem mais larga após um bis de Oguz Aydin, primeiro após assistência de Fred pelo corredor central (15′) e depois ao segundo poste na sequência de um cruzamento de Amrabat (26′).

O que impedia uma maior folga e conforto na gestão do avanço tendo em conta também a próxima partida da Liga Europa a meio da semana? Uma infelicidade de Djiku. Num lance que estava controlado pelos visitantes após cruzamento de Miguel Cardoso, o central desviou com a ponta da bota e acabou por fazer um chapéu a Livakovic, fixando o 3-1 que se registava no descanso (43′). E o cenário ainda se complicou ainda mais com o 3-2 de Kolovetsios, a desviar de cabeça na pequena área após um canto da esquerda (56′). Os adeptos da casa voltavam a acreditar mas o Fenerbahçe segurou de vez o triunfo num contra-ataque que apanhou a equipa do Kayserispor desequilibrada, com Dusan Tadic a isolar Youssef En-Nesyri para o 4-2 (63′). Estava feito o xeque-mate ao jogo, que acabaria em 6-2 com golos de Kostic (85′) e Sebastian Szymanski (88′) e um grande momento a ficar inviabilizado por centímetros com Dzeko a acertar no poste… do meio-campo.