Por vezes é necessário romper com o passado para se ter um futuro melhor. Não é o caso deste Benfica, nem da presidência de Rui Costa. A cumprir o terceiro ano do seu mandato, o reinado do antigo internacional português nas águias tem ficado marcado pela ligação ao passado e, este sábado, não foi exceção. Nené cumpriu o 75.º aniversário na passada quarta-feira e o intervalo do jogo frente ao Estrela da Amadora serviu para homenagear o assassino silencioso. E não havia melhor forma de recordar a data que não fosse com uma vitória por 7-0 e um golo de Amdouni — o camisola 7, a mesma de Nené.

Como elo de ligação ao passado surge ainda Di María. El Fídeo regressou à Luz pela mão de Rui Costa em 2022 e, depois de uma janela de transferências de verão em que foi apontado à saída, renovou contrato e continua a mostrar que, apesar dos 36 anos, é um elemento fulcral na equipa de Bruno Lage. Que o digam os dois golos ao FC Porto na última ronda do Campeonato. Que o diga o hat-trick alcançado este sábado… em pouco mais de 15 minutos.

Este foi apenas o quarto hat-trick da carreira de Di María, depois de Leixões (na primeira passagem) e Sochaux e Nantes (no PSG). Ainda assim, o registo contra os tricolores torna-se ainda mais fulcral se tivermos em conta que, nos últimos 62 anos, nenhum jogador das águias abriu o marcador com três golos numa fase tão precoce da partida. Para além disso, o argentino marcou dois ou mais golos em jogos consecutivos pela primeira vez na sua carreira e estreou-se a marcar na Taça de Portugal, tendo agora faturado em todas as competições que disputou de águia ao peito.

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“Foi uma partida espectacular. Senti que fizemos um jogo incrível. Precisávamos de continuar assim depois da partida com o FC Porto, a mostrar que estamos iguais, e hoje [sábado] fizemos essa demonstração”, começou por dizer o argentino na flash-interview, garantindo depois que ainda não pensa na saída: “Penso apenas no agora. Temos um Campeonato, duas taças e Champions pela frente. O objetivo é alcançar o máximo possível. Estou contente com as pessoas, as coisas estão a sair bem e isso é importante”.

Este jogo serviu ainda para mostrar a força de outro elemento do passado que regressou ao presente pela mão de Rui Costa: Bruno Lage. Os sete golos apontados frente ao Estrela da Amadora são a maior goleada em casa depois do histórico jogo contra o Nacional (10-0), com o setubalense ao comando. Para a história fica, assim, uma noite marcante, com golos e emoção, e também com a maior vitória de sempre do Benfica sobre os tricolores.