Uma mulher encontrou o tio, de 53 anos, morto no horário da visita, no Hospital Amadora-Sintra, avançou a CNN e confirmou o Observador junto da Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra. O homem tinha dado entrada a 8 de dezembro e morreu no próprio Serviço de Observação do hospital (adjacente ao serviço de urgência), três dias depois.
Luís Albuquerque Santos já estava sem vida quando a sobrinha, Cláudia Albuquerque, foi autorizada a visitá-lo, no dia 11 de dezembro. Os serviços administrativos do hospital não avisaram a família da morte, e Cláudia Albuquerque só se apercebeu de que o tio (doente oncológico) já estava cadáver quando se aproximou da maca e tentou falar com o familiar.
Cláudia Albuquerque fez, entretanto, uma reclamação formal ao hospital e ao Ministério da Saúde. Contactado pelo Observador, a ULS Amadora-Sintra lamenta a situação e admite falha na comunicação.
” A ULS Amadora/Sintra lamenta profundamente o falecimento do senhor Luís Manuel Albuquerque Santos e manifesta a sua solidariedade à família e amigos. Lamentamos o desfecho e evolução rápida da doença do Sr. Luís Manuel Albuquerque Santos e esclarecemos que todos os cuidados clínicos necessários foram prestados, tanto no contexto de Urgência hospitalar (HFF) quanto nos Cuidados de Saúde Primários (CSP)”, esclarece a ULS.
“O caso relatado na reportagem da TVI/CNN Portugal resulta de constrangimentos na comunicação referente à prestação de informação sobre a atualização do estado clínico do Sr. Luís Manuel Albuquerque Santos e em contexto de Serviço de Observação (SO) de Urgência Geral hospitalar”, realça a ULS Amadora-Sintra, reconhecendo “a importância de uma comunicação eficaz e contínua com as famílias dos nossos utentes, especialmente em situações tão sensíveis”.
Em comunicado, o hospital sublinha ainda que a falha não interferiu com o desfecho esperado, ou seja, com a morte do doente — que sofria de doença oncológica. “Esta situação não interferiu com a evolução clínica e desfecho esperados, previamente comunicados pelo Hospital junto da pessoa de referência para contacto, indicada pelo Utente”, sublinha, na resposta enviada ao Observador.
De acordo com as regras da ULS Amadora-Sintra, os doentes que se encontrem no Serviço de Observação (SO) adjacente à Urgência têm direito a uma visita diária, com a duração máximo de 10 minutos. Em períodos de maior pressão, particularmente no inverno, é comum os doentes passarem vários dias no SO do Amadora-Sintra (bem como de outros hospitais da Grande Lisboa) antes de poderem aceder a uma vaga nas enfermarias.