Esta história começa assim: falou-se nos jornais (outra vez) que Neymar podia sair do Barcelona e assinar pelo PSG. “Tenho 200% de certeza que Neymar não deixará o Barcelona”, atirou Jordi Mestre, vice dos catalães. O rumor começou, foi chutado para canto. Ponto. Tal como no ano passado, quando o avançado brasileiro acabou por renovar contrato com os blaugrana recebendo 15 mihões por época. Mas pode não ser bem assim.

Os jornais espanhóis são muito próximos dos clubes da sua cidade. Neste caso em específico, se há publicações que sabem o que se passa no Barcelona são o ‘Sport’ e o ‘Mundo Deportivo’. E também por isso, há que assumir, não foram muitos os que apanharam a onda criada pelo jornalista Marcelo Bechler, correspondente do Esporte Interativo e da Rádio Itatiaia na Europa, que garantia que o internacional canarinho ia mesmo sair. Hoje, ambas as publicações já dizem que todas as decisões dos blaugrana foram congeladas… por causa de Neymar.

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Para ajudar à festa, o próprio jogador, que está concentrado com a equipa numa digressão pelos Estados Unidos, não vem a público negar a possibilidade e ainda coloca mais dúvidas nas redes sociais: a imagem do brasileiro com cara pensativa (e respetivo emoji) quererá mesmo dizer que está a estudar uma proposta do PSG? Verratti, médio italiano dos parisienses que quis sair para o Barcelona e agora voltou atrás, colocou ‘like’…

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Tentemos então resumir o maior negócio de sempre que está a ser falado: o PSG pagaria ao Barcelona a cláusula de rescisão, no valor de 222 milhões de euros (quase o dobro do que o Manchester United deu por Paul Pogba no ano passado), e acenaria com um ordenado de 30 milhões/época mais objetivos num contrato de cinco anos com Neymar, valor que, a confirmar-se, apenas seria superado pelos 38 milhões que o avançado argentino Carlos Tévez recebe na China.

Também hoje, falou-se de forma insistente de uma suposta reunião entre o português Antero Henrique, diretor de futebol dos franceses, e o pai de Neymar, que receberia também uns quantos milhões (40?). E o Le Parisien assegura que os companheiros do Barça já terão sido informados da decisão de sair.

Mas o que poderia levar o brasileiro a sair da Catalunha? Uma mão cheia de razões:

1) apesar de ter um bom relacionamento com os companheiros no balneário do Barça, são cada vez menos os amigos próximos que tem depois das saídas de Dani Alves, Douglas ou Adriano (em contrapartida, tem no PSG os companheiros de seleção Thiago Silva, Marquinhos, Lucas Moura e… Dani Alves, além do agora diretor Maxwell);

2) em quatro anos, ganhou dez títulos mas ficou apenas uma vez no pódio da Bola de Ouro porque, a médio prazo, estará sempre na sombra de Messi e nunca será o número 1 da equipa;

3) segundo o Sport, não tem empatia com Valverde, o novo técnico, e não pretende continuar a jogar numa zona do terreno mais lateral, como acontece no tridente ofensivo blaugrana;

4) desde que chegou a Camp Nou que tem sido perseguido por polémicas judiciais, ainda por causa da transferência do Santos para Espanha;

5) vê nesta proposta a grande oportunidade de ser o mais bem pago na Europa.

Vários jogadores, agora que vão percebendo que a possibilidade de sair do Barcelona é real, têm ido falar com o jogador e o último caso foi o de Luís Suaréz, que terá passado largos minutos a tentar convencer o brasileiro de que a melhor opção é ficar na Catalunha. Mas há muitos pontos em jogo. Pontos e milhões.

No ano passado, foi público que o pai de Neymar chegou a falar com os proprietários do PSG sobre uma possível transferência para França. E o próprio jogador assumiu isso mesmo. “Houve muitas conversas, não foi só uma. Decidir ficar porque sinto-me em casa e estou muito feliz com os meus companheiros e com a minha vida. Sou do Barça, por isso fiquei”, admitiu. Um ano depois, a história irá repetir-se ou os deuses do futebol estão mesmo loucos?