Portugal tem ainda “grandes desafios, muito exigentes” à sua frente, disse esta segunda-feira o presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, no discurso de encerramento do segundo encontro anual do Conselho da Diáspora Portuguesa, em Cascais.

“É uma ilusão pensar que os problemas no país estão resolvidos, como é ilusão pensar que podem ser resolvidos num contexto de facilidades”, referiu. O presidente deixou ainda um alerta, afirmou que a realidade acaba “sempre por impor-se” e que “perante erros cometidos se paga muito caro”.

“É fundamental que os decisores políticos atuem com conhecimento da realidade, conhecendo as barreiras que o país tem para enfrentar e isso pressupõe [que tenham acesso] a informação credível e a uma análise cuidada e fundamentada”, referiu.

O Presidente da República encerrou aquele que é o último encontro dos conselheiros de Portugal antes das próximas eleições legislativas referindo que um dos riscos que o país comete é o medo da mudança. “Penso que o Conselho da Diáspora pode dar-nos uma ajuda para que Portugal e os decisores políticos não tenham medo de atuar e não adiem demasiado as decisões, que são fundamentais”, referiu.

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Cavaco Silva lembrou que defende “insistentemente” e “desde há muito tempo” a mobilização do talento português espalhado pelo mundo, “consciente de que pode dar um contributo significativo no desenvolvimento de Portugal, nas mais diversas áreas.

“A nova vaga do desenvolvimento português não pode deixar de aceitar empresas competitivas que atuem no mercado internacional. Para isso, precisamos de mobilizar os nossos talentos, onde quer que eles estejam, assim como a riqueza do nosso capital humano. É por isso que me tenho empenhado pessoalmente na aproximação das comunidades da diáspora a Portugal. Nós precisamos de manter uma ligação afetiva entre os talentos de portugueses espalhados pelo mundo e o nosso país”, disse.

O Presidente da República disse ainda que Portugal vive um novo ciclo da vida nacional, tendo concluído com sucesso o programa de assistência financeira. No final, despediu-se desejando votos de um Feliz Natal, revelando que “o sucesso dos que estão lá fora é para nós um motivo de orgulho” e que “inspira os portugueses a vencer os desafios e dificuldades com que são confrontados.

Esta segunda-feira, decorreu o segundo Encontro Anual do Conselho da Diáspora Portuguesa, rede mundial de portugueses, onde estiveram presentes líderes empresarias, membros do Governo, gestores de topo e outras personalidades de instituições nacionais.

A associação sem fins lucrativos foi fundada em dezembro de 2012, para estreitar as relações entre Portugal e os membros da sua diáspora, que detém posições relevantes em organizações empresariais, na cultura, ciência e participação política e que estão dispersos por 20 países.