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Reprodução redes sociais

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O cordão umbilical que não é cortado, a roupa que protege das frequências e os donativos de três mil euros. A vida na seita do Pineal

Em Seixo da Beira cresceu uma comunidade que hoje é uma seita: é preciso pagar para entrar, há documentos próprios e não se corta o cordão umbilical aos bebés. Quem já saiu fala em lavagem cerebral.

“Nós não cortámos o cordão umbilical. Ele continuou a ligar a bebé à placenta até secar”. É assim que nascem os bebés dentro do Reino do Pineal e foi assim que nasceu a filha de James Anthony Morris e de Cátia Guerreiro, no início do ano. O casal conheceu-se já dentro da antiga Quinta dos Sete Poços, em Seixo da Beira, a mais ou menos 20 quilómetros de Oliveira do Hospital, mas James Morris entrou no Reino do Pineal alguns meses antes de se erguerem ali as enormes bandeiras roxas e de entrar o primeiro membro. Em novembro de 2019, quando ainda vivia no Reino Unido, sentiu que alguma coisa estava a mudar. “Não sabia o quê, nem quando, nem onde, mas sabia, sentia que algo ia mudar”, conta ao Observador, dentro da quinta com quase cinco hectares e que agora, pelo menos desde julho de 2020, se auto-denomina Reino do Pineal. E, sentado numa das muitas e enormes pedras que por ali existem – todas com vista para a serra – e apenas com vento em segundo plano, conclui: “Alguns meses depois veio a pandemia e ficámos todos fechados”.

Durante os primeiros meses de confinamento, o sentimento de mudança cresceu e as conversas com um amigo que faz também parte desta seita tornaram-se cada vez mais frequentes. Esse amigo, aliás, chegou a Portugal primeiro, James Anthony Morris aterrou só em setembro de 2020, já os portões do reino do Pineal estavam abertos há cerca de dois meses.

Quase três anos depois, as roupas mudaram, o nome mudou, teve uma filha com uma portuguesa que conheceu dentro daquela herdade e tem agora um processo na Justiça, aberto pelos avós maternos da bebé que nasceu em casa, longe de qualquer cuidado médico. Para trás ficaram “a família, os amigos, a casa, os carros, tudo”. “Ainda voltei a Londres, meti tudo numa van e vim para cá”, acrescentou.

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James Anthony Morris escolheu viver numa herdade isolada, cujo acesso é feito por caminhos de terra e onde não se ouve um vizinho sequer, e que foi comprada pelo jogador dinamarquês Pione Sisto. Aliás, era assim, pelo menos até à semana passada, altura em que a revista Visão deu conta da existência desta seita e o Expresso avançou que o Ministério Público está a investigar a morte de um bebé de 13 meses, que ali nasceu, morreu e foi cremado. O inquérito está, referiu o DIAP de Coimbra ao Observador, em segredo de justiça. Mas, além da visita de curiosos, que ficam sempre pelo grande portão forrado a bandeiras e cartazes roxos, também há quem vá deixar avisos: “Já recebemos ameaças de morte, já vieram cá dizer para irmos embora”.

Os novos nomes, as certidões emitidas pelo reino e as novas roupas

Se agora todos sabem quem são os moradores do Reino do Pineal, apesar de não se saber ao certo quantas pessoas ali vivem, antes passavam praticamente despercebidos na aldeia de Seixo da Beira, onde costumavam passear, ou deslocar-se para ir aos correios buscar encomendas e cartas registadas, ou ao mini-mercado que fica mesmo ao lado comprar “uma maçã, ou um pêssego, sempre só um e com a preocupação de saberem se é português ou não”, conta a dona da pequena loja ao Observador.

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Na junta de freguesia, a moradora mais conhecida é mesmo Cátia Guerreiro, companheira de James Morris, e que chegou ao Reino do Pineal praticamente no fim de 2020. Por ser a única que fala português, Cátia assume a função de tradutora fora da herdade e acompanha sempre quem vai buscar correspondência. No mesmo edifício de pedra funcionam a junta de freguesia e os correios no primeiro andar e, para lá chegar, é preciso passar pelo posto médico, que fica no rés-do-chão. Neste último, nunca ninguém viu nenhum membro do Reino do Pineal – só de passagem para o piso superior –, e nem há qualquer registo de consultas.

Mas mesmo não indo todos os dias aos correios, quem ali trabalha começou a notar que, ao longo do tempo, se evidenciavam mudanças significativas. E estas mudanças começavam no calçado e terminavam nos documentos. Numa das visitas aos correios, a trabalhadora acabou por telefonar para a presidente da junta, Margarida Claro, com uma dúvida: “Olhe, a Cátia está aqui para levantar uma encomenda e diz que não tem o Cartão de Cidadão, mas tem outro documento deles”.

Passaporte dos membros do Reino do Pineal. O documento foi feito na quinta e os moradores assumem que este é o seu documento oficial

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Esta nova identificação já fazia parte das várias alterações que aconteceram dento da seita. Em junho de 2021, o Reino do Pineal emitiu uma declaração de “correção e proclamação” — um documento que, no fundo, pretendia corrigir os nomes dados pelos pais no registo oficial e adotar novos. “Eu, sendo anteriormente mal classificado e mal identificado por pessoas de jurisdição corporativa e comercial, fui falsamente designada sob o nome Cátia Guerreiro e, por este meio, corrijo a referida classificação errónea e as fraudes”, diz o documento, que fala ainda em “estatuto de pessoa e património próprio”. No final do texto, aparece então o novo nome escolhido por Cátia: Lila Pinheiro. E, depois da fotografia tipo passe e da impressão digital, feita com tinta vermelha, este documento tem ainda uma amostra de ADN, que pode ser “sangue/saliva/cabelo”. Cátia escolheu cabelo.

A presidente da junta negou tal pedido e Cátia teve mesmo de apresentar o Cartão de Cidadão para levar a encomenda. “Um bocadinho contra a sua vontade”, disse Margarida Claro, acrescentando que o episódio aconteceu praticamente ao mesmo tempo que começaram a ser visíveis as mudanças no guarda-roupa. “No início, vestiam-se normalmente e, de repente, começaram a andar descalços. Mesmo no inverno”, conta a autarca, que recorda que o grupo se apresentou à junta no início de 2021 como uma associação que queria “viver da terra e da natureza”.

Além de colocarem de lado os sapatos, começaram a vestir roupas iguais. E basta uma pesquisa nas redes sociais, onde fazem várias partilhas por dia, para dar conta desta transformação e perceber que a mesma aconteceu no final de dezembro de 2021, quando foi inaugurado o Reino do Pineal. “A nova terra chegou”, lê-se numa das publicações. Nesta altura, esta seita tinha já uma bandeira, roupas exclusivas, certidões ou ‘passaportes’, e até um hino.

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À semelhança de Cátia Guerreiro, também James Morris mudou de nome. Chama-se agora, segundo o documento do suposto Reino do Pineal, Jah Pinheiro. Todos têm o mesmo apelido. “Somos uma família”, justificou James Morris. E a explicação é a mesma para as roupas, à exceção de uma ligeira correção: “Não somos uma comunidade, somos uma família. A família aceita-te com todas as tuas diferenças, numa comunidade são todos iguais. As nossas roupas não são todas iguais, são feitas de cânhamo, o tecido é igual, mas os modelos são diferentes. Cada um veste o que quer”. O tecido, de resto, acrescenta o recém auto-denominado Jah Pinheiro, também tem como função “proteger das frequências” e, afinal, “até nos colégios se vestem de igual”.

A associação com número de contribuinte que quer independência

Muito antes da inauguração do Reino do Pineal, mas já depois da chegada dos pais da bebé cujos avós querem agora a custódia, Cátia e James, era oficializada na Conservatória do Registo Predial, Comercial e Automóvel de Viseu a associação “Paraíso Imensurável”. Sem fins lucrativos, com número de contribuinte e com número de identificação na segurança social, esta associação foi criada no dia 20 de outubro de 2020, com duas assinaturas: a de Ana Sofia Almeida, uma portuguesa que saiu entretanto desta comunidade espiritual, e a de Gabriela Kenny, polaca e mulher do líder espiritual do Reino do Pineal, Água Akbal Pinheiro. “A associação tem como fim atividades ligadas à defesa do ambiente e ao movimento ecológico em geral”, lê-se no segundo artigo deste documento. A morada da associação é precisamente a antiga quinta dos sete poços, o capital social é zero e, segundo apurou o Observador, não existem dívidas.

Mas foi aqui, no momento em que foi assinado o documento que oficializava a associação, que surgiu também a primeira peça que não encaixava na narrativa de uma comunidade em luta pela defesa da natureza. A Viseu deslocaram-se três pessoas — as duas mulheres que assinaram os papéis e o líder espiritual — e, neste dia, Ana Sofia, que só tinha ido acompanhar por questões linguísticas, acabou por incluir o seu nome como fundadora da associação “Paraíso Imensurável”. “Quando chegámos lá, o Martin [Água Akbal Pinheiro] não tinha o passaporte e acabei por assinar. Na altura confiava nele e depois também sou portuguesa, não me custava nada, não via mal nenhum em criar uma associação. Na altura, não, não questionei nada”, explicou ao Observador Ana Sofia, que chegou ao Seixo da Beira em setembro de 2020 e acabou por sair em junho de 2021, precisamente por não concordar com o rumo que a comunidade que tinha idealizado estava a tomar.

Ao contrário de quase tudo o que acontece dentro daquela propriedade, a criação desta associação não foi divulgada nas redes sociais. E, apesar de a associação estar legalmente constituída, os membros do Reino do Pineal decidiram, dois anos depois, já no final de 2022, pedir a sua independência numa das reuniões públicas da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital. E esta é mais uma das mudanças, que leva os antigos moradores a dizerem que a comunidade passou, em não muito tempo, a uma seita.

Momento captado durante uma das celebrações da inauguração do Reino do Pineal

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E esta é também outra das mudanças, que vem na sequência da alteração dos nomes e dos documentos de identificação. “Para nós, enquanto povos autodeterminados a assimilar e integrar com outras comunidades e autoridades externas, é imperativo que sejamos reconhecidos como uma tribo cultural autónoma, que inclui o reconhecimento de todas as nossas práticas espirituais e culturais, princípios e iniciativas soberanas, incluindo todas as formas de autoidentificação”, disse o líder espiritual Água Akbal Pinheiro, acrescentando que criaram os “próprios documentos legais e de autoidentificação que correspondem e cumprem as normas internacionais básicas”.

“Gostaríamos de deixar claro que não queremos perturbar a paz e desejamos cooperar plenamente. No entanto, torna-se muito difícil para nós cooperar se os nossos costumes e identidades culturais não forem legalmente observados, respeitados e honrados. Portanto, se o concelho de Oliveira do Hospital não estiver em condições de abordar a nossa situação, solicitamos gentilmente uma audiência com o ministério da Cultura, ou qualquer outro órgão governamental que nos possa ajudar a resolver o reconhecimento legal da nossa autoidentificação”.

Morte de bebé de um ano em seita espiritual de Coimbra investigada pelo Ministério Público

Esta intervenção de Água Akbal Pinheiro surgiu depois de a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital ter avançado com três processos de contraordenação pelas construções ilegais feitas no Reino do Pineal. O único vizinho desta comunidade espiritual apresentou várias queixas no município e, na mesma reunião em que foi pedida a independência do Reino do Pineal, este vizinho quis pedir “a demolição e remoção de tudo o que está erguido ilegalmente, assim como o levantamento do campismo selvagem”.

“De uma simples comunidade a uma seita”

Aquele momento em que foi constituída a associação, e em que Ana Sofia Almeida ficou a saber que o líder espiritual não tinha documentos de identificação consigo, não foi suficiente para desconfiar que aquela comunidade poderia não ser o que idealizou. Mas o tempo foi passando e os episódios eram cada vez mais misteriosos. “Acontece tanta coisa lá dentro, que só depois é que começamos a perceber determinadas coisas”, explicou, acrescentando que o Pineal passou “de uma simples comunidade para uma seita”.

Exemplos não faltam e começam logo pela ligação aos animais: “Supostamente, éramos uma comunidade vegana e seguíamos as leis naturais de proteger os animais, dos mais pequenos aos maiores. Mas depois o Martin andava a tentar matar gatos e tentava justificar aquilo de alguma maneira. Eu dizia que para mim não fazia sentido, disse que ele era hipócrita e ele disse que nós éramos todos um bocadinho hipócritas lá dentro, porque não incorporávamos totalmente o que estava nos passaportes”. Ana Sofia nunca teve o tal passaporte, emitido pelo próprio Reino do Pineal e que identificava os novos nomes dos membros.

"Supostamente, éramos uma comunidade vegana e seguíamos as leis naturais de proteger os animais, dos mais pequenos aos maiores. Mas depois o Martin andava a tentar matar gatos e tentava justificar aquilo de alguma maneira. Eu dizia que para mim não fazia sentido, disse que ele era hipócrita e ele disse que nós éramos todos um bocadinho hipócritas lá dentro, porque não incorporávamos totalmente o que estava nos passaportes".
Ana Sofia Almeida, antiga moradora do Reino do Pineal

Os “jogos mentais” eram variados e terminavam sempre, explica Ana Sofia, com o líder a insinuar que não acreditavam verdadeiramente naquele estilo de vida. Quando entrou, em 2020, deu todas as suas poupanças ao Pineal, que não ultrapassavam muito os três mil euros. “Também comecei a aperceber-me que havia pessoas que tinham investido, mas depois ele [Água Akbal Pinheiro] dizia que não, que foi uma doação e está dado. Ele falava de maneira a nós vermos as pessoas quase como inimigas”, contou.

Ana Sofia saiu antes de os membros decidirem vestir roupas iguais, fez questão de sublinhar que “jamais alinharia nisso”, mas garante que algumas pessoas que ficaram lá foram obrigadas a mudar o seu guarda-roupa. “Faziam crer que aquela pessoa tinha algum tipo de problema por não querer estar integrada.”

Mas, se por um lado diziam promover a integração dentro da quinta, por outro lado exigiam a desintegração dos laços com quem estava fora, como família e amigos. Um simples exemplo passa pelas idas ao café, que Ana Sofia diz nunca ter dispensado. No entanto, quando voltava “diziam que ia levar os demónios lá para dentro.”: “E fazem-nos acreditar que somos responsáveis por todo o mal que acontece lá dentro”.

Dois partos no mesmo dia, um bebé que morreu e uma investigação que começou

A reunião na Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, ou o episódio no posto dos correios, quando Cátia Guerreira quis mostrar o suposto documento emitido pelo Reino do Pineal, evidenciavam de forma bastante clara a vontade de cumprirem apenas as regras estabelecidas pela comunidade. Estas regras, no entanto, estenderam-se também aos mais novos. Não vão à escola e aqueles que já nasceram ali – são, pelo menos, três e dois nasceram no mesmo dia, apenas com quatro horas de diferença – também não foram registados, o que significa que, oficialmente, não existem.

Mas James Morris, ou Jah Pinheiro, garante que todas as crianças têm direito à educação, tal como está na Constituição Portuguesa, ainda que seja dentro das fronteiras do reino. A criança mais velha tem 12 anos, mas diz ao Observador não poder confirmar quantas são, no total, “por causa da proteção de dados”. Ainda assim, garante que sabem ler e escrever e que têm aulas. É Jah Pinheiro quem dá aulas de educação física e os jovens têm também matemática, português, inglês e ciências. “E nós temos livros, temos muito livros”, acrescentou.

A sua filha é uma das bebés que já nasceu ali e, claro, foi rejeitada qualquer forma de tratamento médico. O parto aconteceu em casa, conta o pai, numa das tendas alvo de queixa por parte do vizinho. Fizeram uma fogueira e, durante seis horas, James Morris esteve ao lado de Cátia Guerreiro, até a filha nascer. Quase concluído o parto, este casal optou por não cortar o cordão umbilical, mantendo o bebé ligado à placenta até o cordão umbilical secar – processo que demorou alguns dias. “Está saudável e é uma bebé linda, linda.” Depois, quando já não existia qualquer ligação entre a placenta e a criança, foi feita uma cerimónia de boas-vindas em que a placenta foi queimada numa fogueira.

Apesar de não ter sido registada, os avós desta criança, que vivem no Algarve, decidiram substituir-se aos pais neste processo e fizeram o respetivo registo, avançou esta semana a revista Visão. Além disso, confirmou o Observador, corre na Justiça um processo em que os avós maternos pedem a custódia da criança e deverá ser tomada uma decisão do tribunal, definitiva ou provisória, já na próxima semana.

"Deixei de a reconhecer [a Cátia]. Era como se ela estivesse sempre a repetir as mesmas coisas. Sempre. Não sei explicar. Parece que tinha um programa dentro dela, sempre a repetir "reino, reino". Deixei de ter conversas particulares como sempre tivemos e fomos confidentes durante muito, muito tempo. Esta não é a Cátia que eu conhecia".
Ana Sofia Almeida, antiga moradora do Reino do Pineal

Cátia e Ana Sofia, as únicas portuguesas do Reino do Pineal, já se conheciam antes de entrarem nesta comunidade. Eram amigas, mas hoje não existe qualquer relação. “Deixei de a reconhecer. Era como se ela estivesse sempre a repetir as mesmas coisas. Sempre. Não sei explicar. Parece que tinha um programa dentro dela, sempre a repetir “reino, reino”. Deixei de ter conversas particulares como sempre tivemos e fomos confidentes durante muito, muito tempo. Esta não é a Cátia que eu conhecia”, contou a portuguesa que decidiu deixar para trás o Pineal.

Com este cenário, a Comissão de Proteção de Crianças e de Jovens (CPCJ) terá tentado notificar esta comunidade, mas nunca obteve resposta. E, sem resposta, e tendo em conta o plano legal, a CPCJ não pode ir mais longe, sendo assim obrigada a passar o caso para o Ministério Público – tal como aconteceu, por exemplo, no caso de Jéssica, a criança de três anos que morreu no ano passado, que tinha sido sinalizada pela CPCJ e cujo processo foi depois para a Justiça por falta de cooperação dos pais.

Em matéria de registos, percebeu-se também esta semana que, além de não haver certidões de nascimento, pelo menos legais, também não existem certidões de óbito. E aqui entra, mais uma vez, a Justiça, que está agora a investigar a morte de Samsara, filho do líder espiritual. A criança nasceu em fevereiro de 2021 e morreu em março de 2022, com 13 meses, e não há qualquer vestígio legal que prove a existência desta criança. O caso terá chegado ao Ministério Público através de denúncias, que davam conta da morte da criança. Alegadamente, nunca foi prestado qualquer cuidado médico e a única prova que existe da sua existência são as fotografias partilhadas nas redes sociais.

Sem registos, há, no entanto, rituais que se repetem. Como aconteceu com a filha de James e de Cátia, ao filho de Água Pinheiro e de Gabriela Pinheiro também não lhe foi cortado o cordão umbilical. E, mais uma vez, são as fotografias que partilham nas redes sociais que dão conta daquilo que se passa para lá das ‘fronteiras’ do Reino do Pineal. Numa das publicações, é possível ver Samsara, com apenas dois dias de vida, ainda ligado pelo cordão umbilical à placenta, que está dentro de um recipiente com terra. Dois meses depois, os festejos para assinalar a data foram marcados também pela placenta, que foi enterrada e plantada uma árvore.

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