Pedro Marques, Paulo Seixas, Luís Piedade e Pedro Branco têm alguns gostos em comum. Por um lado, são amigos. Por outro, adoram música. Acima de tudo, são sócios e fervorosos adeptos do Sporting. Os pontos em conjunto resultaram há mais de uma década, em setembro de 2013, no lançamento de uma banda de rock que se propunha apenas a criar e adaptar temas sobre o clube de Alvalade, algo nunca antes visto no país e provavelmente no mundo. “Força Brutal” foi o primeiro álbum lançado logo no ano seguinte, com as músicas a continuarem a sair com o passar do tempo e a serem mais conhecidas entre o universo leonino.

De forma quase natural, os Supporting tornaram-se expoentes máximos de qualquer festa ou celebração do clube verde e branco e os recentes festejos comemorativos pela conquista do Campeonato no Marquês de Pombal mostraram isso mesmo, não só pela atuação que marcou a noite antes da chegada dos autocarros com jogadores, técnicos, staff, dirigentes e famílias mas também pela forma como todas as músicas eram conhecidas e entoadas pelos milhares de sportinguistas presentes (cerca de 89 mil só dentro do perímetro do Marquês, fora quem estava nas ruas adjacentes e um pouco por todo o trajeto). Foi também por isso que, na hora de fazer as contas dos 29 campeões com Rúben Amorim em 2023/24, a banda foi convidada para atribuir uma música a cada um dos jogadores entre o “Dia de Jogo”, a “Força Brutal” e muitas outras.

1. Antonio Adan, “Se eu nascesse agora”

Aos 37 anos, e a cumprir a quarta temporada no clube, o guarda-redes espanhol que fez a formação no Real Madrid e foi lançado no conjunto principal dos merengues por José Mourinho antes de passagens por Betis e Atl. Madrid teve a época menos conseguida a nível de rendimento mas nem por isso deixou de ser opção de Rúben Amorim, que colocou sempre o foco naquilo que o guardião já tinha feito antes pela equipa. Depois do empate a três frente ao Rio Ave, não foi opção no dérbi pelo Benfica a contar para a primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal e lesionou-se com gravidade num treino quando estava apenas a duas partidas da renovação automática (30). Continua em processo de recuperação a olhar para a final da Taça de Portugal, única prova que ainda não ganhou pelos leões entre os cinco títulos conquistados desde 2020/21.

Como será em 2024/25? Em final de contrato, Adán irá reunir com os responsáveis verde e brancos e o cenário de saída poderá estar em cima da mesa, tendo em conta a procura de um novo guarda-redes.

12. Franco Israel, “Braços no Ar”

Contratado em 2022 à Juventus, onde representava a equipa Sub-23, Franco Israel teve um primeiro ano de “estágio” em Alvalade e continuou a ser aposta sobretudo nas taças até à lesão de Adán, altura em que teve de assumir a baliza verde e branca até também ele magoar o joelho direito e ter mesmo de ser operado (o que não impediu que, umas horas depois, estivesse de muletas no autocarro da festa). Aos 24 anos, teve os seus lapsos momentâneos e também falhou com os pés mas mostrou-se cada vez mais integrado com toda a equipa na condição de número 1 dos leões, terminando a temporada com 23 jogos oficiais nas quatro provas.

Como será em 2024/25? O uruguaio tem contrato até junho de 2027 e, apesar de poder fazer parte da convocatória para a Copa América (que abre sempre outros interesses), irá ficar em Alvalade.

51. Diogo Pinto, “Turma de Alvalade”

Por norma, um guarda-redes que tenha o estatuto de número 2 costuma enfrentar dificuldades para ter os seus minutos no Campeonato, algo que acontece apenas por lesão ou castigo do habitual titular. No Sporting, e em ano de título, até o “número 3” teve a sua oportunidade: aproveitando as lesões de Antonio Adán e Franco Israel, Diogo Pinto, que foi trabalhando sempre com o conjunto principal entre algumas partidas que foi fazendo na equipa B, estreou-se no Estoril sem consentir qualquer golo e foi campeão pelos leões.

Como será em 2024/25? O jovem guarda-redes deverá manter as mesmas funções que teve esta época, com essa dúvida sobre a situação de Diego Callai que poderá ter interferência na hierarquia da equipa B.

99. Francisco Silva, “Turma de Alvalade”

Foi o último dos 29 campeões a merecer a chamada a um jogo oficial por parte de Rúben Amorim, entrando aos 82 minutos do encontro da derradeira jornada frente ao Desp. Chaves para o lugar de Diogo Pinto sem sofrer qualquer golo. Foi mais um “prémio” pelo papel que teve não só depois da lesão de Adán mas também a seguir à operação de Franco Israel, o que deixou a baliza dos leões ainda com menos opções.

Como será em 2024/25? Um pouco à semelhança de Diogo Pinto, o jovem guarda-redes deverá continuar no Sporting mas entre equipa B e Sub-23 para continuar a sua fase de crescimento.

47. Ricardo Esgaio, “Porta 10A”

O lateral/ala que regressou ao Sporting em 2021 após quatro anos no Sp. Braga conseguiu finalmente realizar um sonho tinha desde 2005, quando deixou os Nazarenos e chegou à formação dos verde e brancos: sagrar-se campeão pelo conjunto principal, depois de ganhar os Campeonatos Nacionais de iniciados e juniores e o Regional de juvenis entre várias taças nos seniores leoninos. Foi alternando a titularidade na direita com Geny Catamo quando todos pensavam que seria Fresneda a ficar com o lugar e ainda realizou um total de 45 encontros oficiais nas quatro competições na temporada com mais encontros feitos desde o regresso.

Como será em 2024/25? Apesar de ter contrato até junho de 2026, a possibilidade de sair caso encontre solução é grande, sendo que o estrangeiro, que nunca “experimentou”, pode ser o destino mais provável.

22. Iván Fresneda, “Oh Maria vou à bola”

Contratado por nove milhões de euros ao Valladolid depois de uma grande época não só na Liga mas também nas seleções jovens espanholas, Iván Fresneda chegava a Alvalade quase como uma versão 2.0 de Pedro Porro com características diferentes do agora jogador do Tottenham mas acabou por ter uma temporada onde viu sobretudo de fora os companheiros, primeiro pelo natural período de adaptação às ideias da equipa e depois pela lesão no ombro esquerdo que fez com que fosse operado e ficasse de fora entre novembro e fevereiro. Realizou apenas três encontros como titular nos dez em que participou, sendo sempre substituído.

Como será em 2024/25? Com contrato até 2028 e depois de um ano em que foi prejudicado pelas lesões, nomeadamente o problema no ombro que fez com que fosse operado, o espanhol vai tentar a “redenção”.

21. Geny Catamo, “Heróis de 64”

O esquerdino moçambicano acabou por ser a grande revelação da temporada, beneficiando também de todas as evoluções que Rúben Amorim foi introduzindo na equipa em termos coletivos e dinâmicas pelas alas. Após o empréstimo ao Marítimo, onde atuava mais na frente mas sem um rendimento constante, foi ganhando um lugar de destaque na pré-temporada, melhorou no plano tático, começou a ter cada vez mais oportunidades como titular (mesmo depois de ter estado ausente no início do ano, para representar Moçambique na Taça das Nações Africanas) e ficou como figura do Campeonato por ter bisado no jogo decisivo frente ao Benfica em Alvalade, com o segundo golo aos 90′ não de canto direto como Morais na final da Taça dos Vencedores das Taças de 1964 mas numa segunda bola com remate de primeira que encaminhou de vez o título.

Como será em 2024/25? Em condições normais, caso não surja nenhuma oferta “do outro mundo”, Geny Catamo, que tem contrato até 2028, vai ficar, sendo que a prioridade dos leões este verão é comprar uma grande parte dos 75% do passe que esquerdino que ainda pertencem ao Amora (o Sporting tem 25%).

3. Jeremiah St. Juste, “Colinho Sportinguista”

Demorou mas foi: fez os dois primeiros jogos em outubro, voltou a parar por lesão entre o início de dezembro e fevereiro, regressou no final desse mês para defrontar o Benfica e a partir daí tem sido uma presença mais habitual na equipa entre a gestão feita por Rúben Amorim. A qualidade está toda lá, a polivalência e capacidade para cumprir mais do que uma posição também, mas o neerlandês contratado ao Mainz na última época ainda continua à procura de regularidade e consistência sem problemas físicos em Alvalade.

Como será em 2024/25? O Sporting gostaria de contar com o central que tem contrato até 2026 e ainda continua com esse “título” de defesa mais rápido da equipa mas vários clubes têm feito sondagens aos leões.

13. Luís Neto, “Geração 70”

Apesar de ter registado uma temporada complicada em 2022/23, com apenas sete encontros entre uma longa ausência por lesão, Rúben Amorim pediu para que o central renovasse por mais uma temporada e ficou para ganhar o segundo Campeonato e ser também uma referência para os companheiros de setor e para a equipa. Conseguiu marcar o primeiro golo em mais de dez anos frente ao Dumiense, na Taça de Portugal, e é um dos jogadores mais acarinhados pelos adeptos verde e brancos por tudo aquilo que tenta ainda emprestar à equipa com 35 anos, sendo um dos elementos com maior antiguidade no plantel (em Alvalade desde 2019).

Como será em 2024/25? O central mantém ainda todas as opções em aberto, entre fazer uma última época fora de Alvalade ou terminar a carreira e ficar na Academia, como é desejo dos responsáveis.

72. Eduardo Quaresma, “Campeões”

Apareceu pela primeira vez na equipa principal pela mão de Rúben Amorim em 2019/20, foi menos utilizado na temporada seguinte em que conquistou o Campeonato, saiu por empréstimo de uma época para o Tondela e para os alemães do Hoffenheim, voltou sem certezas de permanência em 2023/24, acabou por ser a grande revelação na segunda metade da temporada: com Diomande na CAN e St. Juste ainda a recuperar de lesão, o central de 22 anos fez um par de jogos a grande nível diante de FC Porto, Sp. Braga e Benfica, entre outros, e convenceu de vez o técnico sobre a capacidade que mostra para ser mais regular nesses pontos altos.

Como será em 2024/25? Mesmo com a chegada de mais um central ao grupo verde e branco (Zeno Debast, do Anderlecht), a ideia passa por manter Eduardo Quaresma no plantel para lutar por um lugar.

26. Ousmane Diomande, “Pró interno futebol moderno”

Depois de ter feito ainda 17 jogos na última metade da época de 2022/23, Diomande, de 20 anos, confirmou que é uma aposta certa e assumiu a titularidade do conjunto de Rúben Amorim, sendo um jogadores leoninos com maior evolução e valorização da presente temporada. O rendimento global sofreu um decréscimo entre a primeira e a segunda metades da época, também pelo facto de ter sido suplente da Costa do Marfim durante a Taça das Nações Africanas e de ter voltado de seguida num período de Ramadão, mas continuou a ser uma opção firme dos leões nas três posições recuadas da defesa e com capacidade de saída com bola.

Como será em 2024/25? Apesar de não ter sido um central “barato” (7,5 milhões de euros, mais dois por objetivos concretizados), Diomande é um dos jogadores com mais mercado apesar de não ter estado ao mesmo nível após regressar da Taça das Nações Africanas e pode sair mediante as ofertas apresentadas.

4. Sebastian Coates, “Com toda a força vou gritar”

O ponto de maturação de uma equipa fica à vista quando se consegue perceber todas os pontos mais e menos fortes de cada um dos jogadores e se potencia a melhor parte em prol do coletivo. Coates, El Capitán que veio para Alvalade em 2016 ainda emprestado e não mais saiu do clube, é exemplo paradigmático disso mesmo: não tem a velocidade dos outros centrais, tem o jogo aéreo e a liderança acima dos outros centrais. Foi assim que, mais uma vez, assumiu um papel determinante na conquista do título, sem tantos golos em cima do final e decisivos como em 2020/21 mas com redobrado destaque na hierarquia verde e branca, a ponto de ter renovado de forma automática ainda longe do final da época por ter feito 30 encontros.

Como será em 2024/25? Ao cumprir mais de 30 jogos oficiais, Seba Coates ativou uma cláusula de renovação automática e vai manter-se mais um temporada em Alvalade como capitão de equipa.

45. Rafael Pontelo, “Vais ganhar”

Contratado a meio da temporada ao Leixões numa ótica de médio/longo prazo e numa fase em que Morita, Geny Catamo e Diomande estavam fora em representação das suas seleções, Rafael Pontelo foi titular na Taça da Liga com o Tondela, jogou um minuto na Liga com o Vizela e só voltou a aparecer na equipa B com o Pêro Pinheiro, ficando como suplente não utilizado em todas as outras partidas do conjunto principal. O “aparecimento” da melhor versão de Quaresma também fez com que os primeiros seis meses em Alvalade fossem sobretudo de aprendizagem, com Inácio, Matheus Reis e Diomande como centrais pela esquerda.

Como será em 2024/25? Na sequência de uma época em que teve poucas ou nenhumas oportunidades, o central ex-Leixões pode ficar jogando de forma mais regular na equipa B ou sair por empréstimo.

25. Gonçalo Inácio, “De geração em geração”

Voltou a ser uma das principais figuras do Sporting, numa temporada que foi também de “afirmação” em definitivo no âmbito da Seleção, onde se tornou um dos “crónicos” convocados. Melhorou em alguns pontos do seu jogo como a saída com bola, os posicionamentos sem bola e o passe longo, ganhou preponderância nos esquema táticos da equipa e foi um dos jogadores mais utilizados ao longo da temporada apesar dos curtos períodos de maior “poupança” por pequenas questões físicas que o impediam de estar a 100%. É um dos expoentes máximos do peso da formação no atual plantel verde e branco, como se viu também nos festejos pela conquista do Campeonato, que foi o quinto título pelo plantel principal dos leões.

Como será em 2024/25? Depois de Gyökeres, também pela posição que ocupa em campo, o central é o jogador com mais mercado e terá ainda a fase final do Campeonato da Europa como possível “montra” para os principais clubes europeus mas, com contrato até 2027, só sairá com uma oferta de 50/60 milhões.

2. Matheus Reis, “Hoje o Sporting vai jogar”

Não vai chegar aos 51 encontros realizados na última temporada, voltou a passar a barreira dos 45 e com um papel importante em tudo aquilo que são os movimentos coletivos da equipa, sendo o equilíbrio na esquerda jogando como lateral/ala ou central (que se transforma quase num lateral perante as constantes subidas de Nuno Santos). É uma das opções mais fiáveis de Rúben Amorim e, apesar de um período na época em que teve jogos menos conseguidos no plano defensivo (com bola nos pés continua a sentir-se confortável, ou não tivesse sido um número 10 na formação do São Paulo), terminou a temporada da melhor forma e voltou a ser campeão pelo Sporting depois de 2020/21, época em que chegou a meio por empréstimo do Rio Ave.

Como será em 2024/25? Com mais um ano de contrato (que podem ser dois), o defesa brasileiro deverá assinar a renovação do atual vínculos nos próximos meses e vai ficar no plantel para a próxima época.

11. Nuno Santos, “Alma da bancada”

Mais do que nunca, Nuno Santos é aquele jogador que os seus adeptos amam e os outros “odeiam” (muitas vezes basta apenas entrar em campo e já está a ser assobiado – algo que ainda lhe dá mais vontade de jogar). Teve uma pequena desilusão ao perder a votação do Prémio FIFA Puskas para melhor golo do ano mas teve no Sporting a glória coletiva que tanto procurava, sendo um jogador cada vez mais influente naquilo que é o jogo ofensivo da equipa. Mais: se na primeira época em foi campeão em Alvalade, em 2020/21, era um dos três elementos da frente, agora mostrou que, fazendo o corredor, consegue ter ainda mais influência no jogo coletivo, sendo o jogador com mais assistências e oportunidades criadas pelos leões esta temporada.

Como será em 2024/25? O lateral/ala tem mais dois anos de contrato e vai permanecer no conjunto verde e branco, continuando a ser um dos mais jogadores com mais anos no atual núcleo duro leonino.

14. Dário Essugo, “Turma de Alvalade”

O jogador mais novo de sempre a jogar pelo Sporting estava no plantel campeão em 2020/21, continuou a trabalhar com o conjunto principal jogando depois na equipa B e nos Sub-23 para não perder competição e assim prosseguiu em 2023/24 até dezembro, altura em que saiu por empréstimo para o Desp. Chaves para ter outras experiências e “rodagem”. Seis meses depois, foi campeão mas também sentiu o dissabor de uma descida de escalão em Trás-os-Montes, onde teve a oportunidade de jogar mais e “melhores” minutos.

Como será em 2024/25? O jovem médio esteve cedido nos últimos seis meses ao Desp. Chaves e será alvo de reavaliação na pré-temporada, podendo voltar ao plantel ou sair por empréstimo na Liga.

42. Morten Hjulmand, “Contigo a vencer”

Foi uma opção com tanto ou mais risco do que Viktor Gyökeres, foi uma opção com tanto ou mais sucesso do que Viktor Gyökeres naquilo que se propunha a fazer mesmo num contexto e com números que nada têm a ver. Aliás, basta recuar à conferência de imprensa de Rúben Amorim após o triunfo com o Estoril, quando falou do dinamarquês como um médio mais completo do que João Palhinha e Manu Ugarte, para se perceber a importância que teve na equipa: continuou a ver vários amarelos (demasiado amarelos), ganhou relação com a baliza – tinha um golo como sénior, em 2023/24 marcou quatro –, foi o pêndulo que calibrou toda a ideia de jogo coletiva e assumiu-se sobretudo como uma voz de liderança em campo e fora dele.

Como será em 2024/25? Com contrato longo até junho de 2028, o dinamarquês foi alvo de sondagens em janeiro mas muito longe de valores que permitissem sequer pensar numa venda com respetiva mais valia depois dos 18 milhões de euros investidos. Médio deverá entrar na hierarquia de capitães.

23. Daniel Bragança, “Rapazes de verde e branco”

Depois de um ano literalmente parado e sem competição, depois de uma grave lesão no joelho que obrigou a que fosse operado, Daniel Bragança deu a volta e partiu para a melhor temporada em termos de encontros e de exibições desde que chegou aos seniores. Símbolo da formação verde e branca, o jovem médio de 24 anos deu um salto em termos competitivos, chegou a ser titular com a braçadeira de capitão e marcou cinco golos com quatro assistências naquela que foi a melhor época no plano individual também a esse nível.

Como será em 2024/25? O jovem formado no clube, que fez todos os escalões de formação na condição de capitão, tem contrato até 2027 mas poderá assinar um novo vínculo com respetivo reajuste em termos de ordenado. Até pela evolução que teve na presente temporada, está garantido na próxima época.

5. Hidemasa Morita, “Voto solene”

Não marcou tantos golos como na época passada, fez tantas assistências como na época passada, jogou quase tantos jogos como na época passada, teve um rendimento superior à época passada. Mais do que um médio box to box capaz de surgir em zonas de finalização para fazer diferença, Morita deu o salto como jogador à luz daquilo que a equipa necessitava em termos coletivos tendo um jogador como Morten Hjulmand a seu lado no meio-campo. Esteve ausente algumas semanas para representar o Japão na Taça Asiática mas voltou a tempo de ocupar o seu espaço numa equipa e num grupo onde é uma das figuras mais acarinhadas.

Como será em 2024/25? O japonês tem contrato por mais duas temporadas e esta confirmado para a próxima época, podendo ter a situação reavaliada por começar a aproximar-se do final do vínculo.

82. Mateus Fernandes, “Turma de Alvalade”

Fez apenas dois minutos na vitória em Rio Maior frente ao Casa Pia antes de ser emprestado ao Estoril mas também foi campeão e ganhou mais tarde outro “título”: o médio que saiu de Alcochete em agosto vai regressar no verão à Academia como um jogador mais capaz, com redobrada capacidade no meio-campo e preparado para o nível pretendido por Rúben Amorim num meio-campo que joga apenas com duas unidades e não três como acontecia na formação da Linha. Foi finalista vencido na Taça da Liga diante do Sp. Braga.

Como será em 2024/25? O jovem médio esteve cedido ao Estoril por empréstimo esta temporada mas vai voltar para ficar na próxima época depois de um ano de constantes crescimento na equipa da Linha.

80. Koba Koindredi, “Eu quero ir à bola ao domingo à tarde”

Foi o último reforço de janeiro a chegar, depois de realizar a Final Four da Taça da Liga pelo Estoril, não teve propriamente muito espaço para justificar a contratação com apenas 108 minutos feitos em sete encontros oficiais. O potencial está lá mas o Koba Koindredi do Estoril nunca mostrou como poderia ser o Koba Koindredi do Sporting, nunca conseguindo por isso assumir um papel de maior destaque na equipa.

Como será em 2024/25? Depois de uma primeira amostra onde revelou potencial com aspetos ainda a melhorar, existe a possibilidade em aberto de uma cedência por empréstimo do médio por uma época.

93. Miguel Menino, “Turma de Alvalade”

No Sporting desde os sete anos, começando a jogar ainda no Polo do Estádio Universitário de Lisboa e indo depois para a Academia, o médio passou por todos os escalões (foi campeão nos iniciados quando era Sub-15), esteve nos últimos anos entre a formação Sub-23 e a equipa B e teve a oportunidade de fazer a estreia pelo conjunto principal frente ao Estoril quando o conjunto verde e branco já era campeão, entrando na parte final para ter alguns minutos e poder também ficar com esse “prémio” no currículo pelo clube.

Como será em 2024/25? Como o próprio Rúben Amorim assumiu para justificar a opção na penúltima jornada, tudo aponta para que o médio possa sair, a título definitivo ou por cedência temporária.

8. Pedro Gonçalves, “Dia de Jogo”

Teve mais uma temporada em que mostrou a importância que tem para Rúben Amorim, seja na frente mais descaído na esquerda, seja no meio-campo como ‘8’, seja nas nuances táticas criadas pelo técnico que vão colocando o jogador sem posição fixa à procura dos espaços entre linhas para poder fazer a diferença. Mesmo atuando com limitações físicas em alguns encontros, teve altos e baixos a nível de rendimento mas foi uma das peças chave do Sporting para o título numa temporada em que já igualou o número total de golos e assistências da última época com menos jogos realizados (33, com 18 golos e 15 assistências, voltando aos dois dígitos só em encontros do Campeonato com um total de 11 golos marcados e 12 passes para golo).

Como será em 2024/25? Com contrato até 2027 e com o Sporting a resgatar no último verão mais 40% do passe (passando a ter 90%), Pedro Gonçalves só sairá com uma proposta acima dos 60 milhões de euros como ainda não aconteceu apesar do interesse manifestado por alguns clubes ingleses no internacional.

10. Marcus Edwards, “Confinado SCP”

Depois de uma primeira metade da época em que manteve o nível das temporadas anteriores com golos, assistências e “influência” no jogo do Sporting, foi caindo de rendimento, perdeu o lugar de habitual titular na direita do ataque para Francisco Trincão e teve no Dragão um exemplo do melhor e do pior, entrando para fazer a assistência para o 2-2 de Gyökeres e sendo depois expulso num lance com Galeno. Vai terminara a temporada de 2023/24 com metade dos golos e das assistências que fez na época de 2022/23.

Como será em 2024/25? Ao ter a temporada menos conseguida desde que chegou a Alvalade, sobretudo na segunda metade da época, o inglês perdeu também mercado e deve continuar no Sporting em 2024/25.

17. Francisco Trincão, “Eu sou Sporting”

Não teve um início de temporada particularmente fácil, à semelhança do que tinha acontecido em 2022/23,  mas a partir de novembro iniciou um processo de constante crescendo que não só o colocou como um titular indiscutível como reabriu as portas da Seleção numa posição em específico com várias opções. O Francisco Trincão que deu nas vistas no Sp. Braga antes de rumar ao Barcelona voltou, trouxe uma versão ainda mais refinada e foi muitas vezes o desbloqueador do jogo ofensivo leonino sem esquecer os equilíbrios que consegue assegurar na equipa, seja com Geny Catamo, seja Ricardo Esgaio, com as nuances necessárias.

Como será em 2024/25? Trincão pode ou não ir ao Campeonato da Europa mas, depois de uma época de “ressurgimento” e perante a continuidade de Rúben Amorim no comando, vai continuar no Sporting para fazer mais uma temporada que possa confirmar a melhor versão que apresentou em 2023/24.

90. Afonso Moreira, “Turma de Alvalade”

O ala, um dos principais destaques da equipa B do Sporting em 2022/23, foi chamado por Rúben Amorim ao estágio de pré-temporada e ganhou o espaço suficiente para ficar nas opções para fazer toda a ala esquerda, tendo mesmo sido lançado na primeira jornada com o Vizela que terminou com uma vitória nos descontos. A partir daí, foi treinando com a equipa A e jogando pela equipa B mas ainda teve oportunidade de jogar na Taça de Portugal e na Taça da Liga antes de ser cedido por empréstimo em janeiro ao Gil Vicente.

Como será em 2024/25? O extremo vai regressar do empréstimo ao Gil Vicente e pode fazer a pré-época com o grupo de Rúben Amorim, sendo provável que possa voltar a ser cedido depois dos últimos meses que ficaram marcados por uma lesão que fez com que não voltasse à competição desde final de fevereiro.

9. Viktor Gyökeres, “Força brutal”

Foi a contratação mais cara do verão e da história do Sporting, passou a ter a cláusula de rescisão mais alta do Sporting, teve um impacto como apenas se tinha visto (e mal comparado) com Mário Jardel em 2001/02 este século. Mais do que os 41 golos e 14 assistências em 48 encontros oficiais, o sueco de 25 anos que estava no Coventry, do Championship, mudou o paradigma do futebol leonino, trouxe recursos que em si mesmo esticaram a equipa e deram outra dimensão à ideia de jogo de Rúben Amorim e tornou-se uma imagem de marca para miúdos e graúdos nas bancadas e fora delas com um impacto nunca antes visto.

Como será em 2024/25? A permanência do avançado é a grande incógnita para a próxima temporada. O Sporting irá tentar de fazer de tudo para garantir que permaneça por mais uma época, até para fazer a estreia na Liga dos Campeões, mas sabe que está dependente do aparecimento ou não de propostas que se aproximem da cláusula de rescisão de 100 milhões de euros. Aí, a decisão passa apenas para o jogador…

20. Paulinho, “12.º Jogador”

A chegada de Gyökeres poderia significar um “eclipse” do avançado, a chegada de Gyökeres acabou por dar luz à melhor versão de Paulinho. O avançado jogou menos, teve uma preponderância menor na equipa em comparação com as temporadas anteriores mas continuou a marcar a diferença nos momentos chave como se viu nos derradeiros encontros, conseguindo chegar ao ano com mais golos (20) desde 2019/20, quando alcançou os 25 pelo Sp. Braga. Foi também a época com maior número de golos e assistências desde que chegou a Alvalade no mercado de inverno de 2020/21, naquela que era a maior transferência do clube.

Como será em 2024/25? O avançado tem mais dois anos de contrato mas a permanência em Alvalade ainda não está garantida caso surjam propostas aliciantes aos 31 anos para um jogador que nunca teve qualquer experiência no estrangeiro mas que tem recebido propostas tentadoras nos últimos meses.