No dia do arranque do 40º Congresso do PSD, o antigo líder e comentador político, Luís Marques Mendes, foi o convidado do programa em que se celebram os três anos da Vichyssoise, da Rádio Observador. Numa entrevista gravada antes de eclodir uma crise interna no Governo de António Costa, Marques Mendes antecipou que Luís Montenegro vai chegar às legislativas de 2026 e tem hipótese de vencer contra um candidato que não será Costa e contra um PS desgastado por mais de 10 anos no poder.
Marques Mendes tentou evitar a conversa sobre as Presidenciais, porque considera extemporâneo, mas lá foi dizendo que muitos o abordam e lhe apontam esse objetivo e que fica “sensibilizado”. Mas logo complementa que, neste momento, não é algo que esteja nas suas “previsões, ambições ou propósitos”. Quanto à ideia de Paulo Portas como candidato presidencial, Mendes recusa-se a comentar algo em “abstrato”.
Já depois da entrevista com Marques Mendes ter sido gravada, Pedro Nuno Santos e António Costa tiveram um atrito grave que quase culminou na saída do ministro das Infraestruturas do Governo. Marques Mendes comentou, então, também para o programa Vichyssoise o episódio do momento na política portuguesa.
[Ouça aqui o episódio desta semana da Vichyssoise:]
Marques Mendes: “Episódio Costa-Pedro Nuno mostra Governo de caos e de casos”
“Episódios destes acontecem em Governos em final de mandato”
O atrito entre António Costa e Pedro Nuno Santos fragiliza o Governo?
O episódio que aconteceu nas últimas horas é desastroso. Ninguém sai bem nesta fotografia. É um sinal grave de descoordenação do Governo e evidentemente que vai abalar a vida, a atuação, a imagem futura do Governo. Este episódio tem de ser contextualizado. O Governo leva três meses de mandato. De um mandato de maioria absoluta, feitos esta semana. Isto são três meses de caos. Primeiro caos na saúde, segundo uma resposta insuficiente e descoordenada aos efeitos económicos e sociais da e agora este guerra entre um ministro e o seu primeiro-ministro que acaba de deixar um e outro fragilizados. E no fundo é um Governo de casos e de caos e sem ter nunca a iniciativa política. Já não falo sequer de iniciativa reformista, falo de um mínimo de iniciativa política.
O que motivou este episódio?
Contextualizando, isto normalmente acontece quando um Governo está em final de mandato, em fim de ciclo. Ora, aqui é no início de um Governo, o que torna as coisas mais preocupantes, mas tem uma explicação: é que este Governo é a continuação de Governos anteriores. É o mesmo partido há quase sete anos no poder e são sinais de esgotamento e não auguram nada de bom para a imagem do Governo nem para a sua atuação futura. Trata-se de um episódio, de facto, desastroso do ponto de vista político. Diria até, com alguma ponta de ironia, que só há uma pessoa que fica a ganhar: a ministra da Saúde, Marta Temido. Ela estava na corda bamba e agora os holofotes passam a estar na relação entre Pedro Nuno Santos e o primeiro-ministro.
[Veja aqui o vídeo da entrevista a Luís Marques Mendes:]
“Luís Montenegro é o líder que vai chegar às legislativas”
O Congresso do PSD arranca este fim-de-semana. Apelando à sua capacidade de análise, quais são as probabilidades de Luís Montenegro ir a votos e chegar a primeiro-ministro?
As probabilidades de ir a votos em 2026, se a legislatura chegar até ao fim, é grande. É enorme. Ele vai resistir às eleições internas que terá dentro de dois anos? Sim. Conhecendo o partido e Luís Montenegro ele tem todas as condições para ser agora o líder que vai até às legislativas. É minha grande convicção que isso acontecerá. Já tinha feito essa análise sobre Rui Rio, quando ele iniciou funções. Apesar de eu ser muito crítico relativamente a Rui Rio, na altura disse que do meu ponto de vista ele iria ser o líder que iria até às legislativas.
Mas teve muitos altos e baixos.
Fui muito crítico dele. Mas uma coisa é eu criticar, contestar e ter a minha opinião, outra coisa é a análise que tem de ser feita com frieza e acho que o partido quando escolhe um líder instintivamente escolhe-o para ir até às legislativas.
Com Luís Montenegro vai acontecer o que aconteceu com Rui Rio e vai ser permanentemente desafiado na sua liderança, até em cima das legislativas?
Não creio. Ele vai daqui ao fim da legislatura, portanto vai ser o candidato do PSD a primeiro-ministro em próximas eleições, sejam elas antecipadas ou no prazo normal. Quanto a se será contestado, como Rui Rio, julgo que tem circunstâncias diferentes. E são personagens radicalmente diferentes também. Luís Montenegro tem condições para fazer uma unidade bastante forte dentro do partido. Não antevejo nos próximos anos grande turbulência no PSD.
A derrota nas Europeias não pode precipitar uma saída no final deste mandato? Abaixo dos 20% seria dramático?
Isso seria dramático sem dúvida.
Teria de sair?
Não sei se teria de sair, mas esse cenário não me parece muito fiável. As eleições europeias são atípicas, vota pouca gente e normalmente o núcleo duro dos partidos tem influência. Quando são a meio de uma legislatura funcionam um bocadinho como um cartão amarelo ao Governo. Acho que é esse o retrato das próximas Europeias. Acho que haverá a tentação de algumas pessoas para exibir um cartão amarelo ao Governo. E vai votar também o núcleo duro dos partidos, por isso quem tiver maior capacidade de mobilização tem vantagem. Neste quadro não acho impossível que o PSD possa ganhar as Europeias e se não ganhar ficar muito taco a taco, ela por ela. Suceda o que suceder, Luís Montenegro vai até às próximas legislativas.
E Luís Montenegro chega a primeiro-ministro?
Espero que sim, desejo que sim, como laranjinha, mas isso é muito cedo. Agora, as próximas legislativas vão ser muito curiosas e podem ser uma grande oportunidade para o PSD.
Curiosas porquê?
Na minha modesta opinião, porque já não vai haver António Costa, sejam as legislativas antecipadas ou no prazo normal. E isto faz uma diferença enorme. Quando os partidos mudam os seus líderes históricos, ainda por cima acumulam muito tempo no poder, isso normalmente funciona como um grande sinal de fratura, de clivagem interna e tem reflexos eleitorais. O PS tem em António Costa uma mais-valia. Ele vale mais do que o Partido Socialista. Ora, nas próximas eleições não há António Costa. O segundo ponto é que as próximas eleições já vão ser ao fim de muitos anos do PS no poder, podem ser quase 11 anos o que é muito tempo, em política é uma eternidade, suscita desgaste, erosão e, portanto, perda de votos. Em circunstâncias normais, porque Costa vai sair e o desgaste do Governo é grande, há grandes possibilidades para o PSD poder ganhar as eleições. É um ciclo com algumas semelhanças com o ciclo do cavaquismo em 1995. Um ciclo muito longo, mudança de um líder histórico e tradicional e isso ajudou a dar a vitória ao PS. Circunstâncias semelhantes podem ajudar o PSD a ganhar eleições.
O primeiro teste de Luís Montenegro chega, de facto, com as Europeias. Que quadros vê no PSD para abraçarem essa candidatura?
Esse exercício não vou fazer e muito menos a este tempo de distância. Faltam dois anos, é uma eternidade. Não vou entrar nesse jogo.
Um independente como Rui Moreira seria um candidato eficaz?
Não vou comentar nenhum nome em concreto. Tem de estar na cabeça do líder mas não é obrigatório que esteja neste momento. Acho que ele tem bastantes outras tarefas mais importantes do que essa. O que suscita estas perguntas é compreensível e legítimo e tem a ver com o facto de Luís Montenegro ser uma personalidade política normalmente muito desvalorizada, mesmo depois de já ter sido eleito.
Injustamente?
Já lá vou. Mesmo depois de ter sido eleito e com um resultado histórico que quase ninguém imaginava. Mesmo os que achavam que ele ia ganhar. Isso até é uma vantagem para ele partir de expectativas baixas. Em política quem parte de expectativas baixas tem vantagem. Não é uma questão de ser justo ou injusto. Luís Montenegro tem bastantes mais qualidades do que se imagina. Conheço-o bem, há muitos anos, tenho estima pessoal por ele e reconheço que ele tem um conjunto de qualidades importantes. É muito corajoso, o requisito político mais importante para se fazer oposição. É o lugar mais difícil que alguém tem para desempenhar em Portugal. Ninguém dá informação relevante ao líder da oposição, quem quer trabalhar com o líder da oposição ou o faz à escondidas ou com a porta meio entreaberta para que não se veja muito. É uma personalidade que precisa de ter muita coragem porque gera muito desgaste e sobretudo não tem poder para distribuir. Acho-o bem preparado politicamente e tem ambição, no sentido de ser determinado. Isto vai ajudá-lo bastante a ser líder da oposição..
Há a ideia de que o grande ativo do PSD é Carlos Moedas, que está hibernado para a política interna dedicando-se à câmara de Lisboa. Concorda que Moedas é o grande ativo para o PSD voltar a governar o país?
Andamos sempre à volta do mesmo. Que o PSD tem militantes muito bons, com imensa qualidade e prestígio, quanto a isso não tenho nenhuma dúvida. Carlos Moedas é um, Paulo Rangel poderia ter sido outro, tal como Jorge Moreira da Silva. O PSD tem quatro ou cinco quadros de enorme qualidade, que podiam ser líderes. Agora: as coisas são como são. Mas quem é líder é Luís Montenegro. E a questão agora é: vale a pena fazer um exercício se daqui a dois anos é o Francisco, o António ou o Manuel? Pode haver. Ele pode ter adversários daqui a dois anos, mas não me parece que ele vá perder essas eleições. Nesse plano, as coisas colocam-se com alguma tranquilidade. Basta conhecer um bocado o PSD para perceber que Luís Montenegro vai daqui até às eleições legislativas. Mas se o líder eleito não tivesse sido Montenegro, o raciocínio era semelhante. Só reforço em relação a Montenegro porque, além deste ser um bocadinho o quadro mental e político dos militantes eu acho que ele tem duas ou três condições que jogam a seu favor.
Que são quais?
Já falei das condições políticas, agora no plano interno ele tem uma outra que é muito importante: uma relação de afetividade com os militantes fortíssima. Isto conta muito na vida política. É uma coisa que normalmente os analistas não sabem, não conhecem, mas que no momento do voto — sobretudo no voto interno — tem muito significado. Ele tem uma relação muito fácil, muito próxima, muito afetiva com os militantes, que eu acho que foi determinante para ter o resultado histórico que teve e que o vai ajudar nas próximas eleições internas. E devo dizer que acho que isso é positivo na político. Além das ideias que temos, das posições que temos, dos combates que fazemos, gosto muito de uma relação de afetividade com as pessoas, seja no plano interno, seja no plano externo do partido.
“Ninguém tem dúvidas que mandato de Rui Rio foi um falhanço”
Quem também sai este fim-de-semana é Rui Rio. Considera que o mandato foi um falhanço? Rui Rio tem algum futuro político? Depois disto pode, por exemplo, ser candidato presidencial?
Que foi um falhanço, julgo que hoje em dia ninguém no país tem nenhuma dúvida. Mas tenho aqui uma posição: fui muito crítico de Rui Rio numa altura em que a maior parte das pessoas não o criticava. Agora que ele caiu e que vai sair não me peçam que esteja a criticar Rui Rio. Agora é fácil. Esse exercício não vou fazer. Quando ele estava em alta e muita gente achava quase que era a salvação da pátria. Eu critiquei-o de forma correta, séria e de forma fundamentada porque achava que ele não estava no caminho certo. Não gosto de estar a carregar nas críticas às pessoas num momento em que elas estão em dificuldade.
Não lhe antevê grande futuro político, então.
Nunca ninguém na política e designadamente em Portugal está definitivamente morto politicamente. E, portanto, há sempre oportunidades. O importante é concentrarmo-nos na liderança que vai entrar e não na que vai sair.
“Ser Presidente é um objetivo que muitas pessoas me apontam”
Queríamos levá-lo para um engodo que é falar sobre presidenciais. Disse na Vichyssoise há dois anos que nem que Cristo descesse à Terra voltava a ser candidato à liderança do PSD. Quanto a Belém suponho que não tenha a mesma posição em que possa dizer uma coisa dessas. Admite vir a avançar em 2026?
Mas mantenho a mesma coerência. Posso dizer o que disse há 2,3 e 4 anos. Ser Presidente é um objetivo que muitas pessoas me apontam. E eu agradeço e fico sensibilizado, não vou mentir. Mas digo-lhe que é uma questão que não está nas minhas previsões, nas minhas ambições e nos meus propósitos.
Creio que Marcelo Rebelo de Sousa dizia uma frase similar.
Não sei. Porque ele é bastante mais talentoso do que eu. Deve ter dito, se disse, qualquer coisa substancialmente melhor do que eu disse.
Paulo Portas tem estado muito ativo e os portistas já nem escondem que estão disponíveis para o fazer avançar. Portas pode ser um bom candidato à direita?
Qualquer pessoa, com o currículo e a experiência que ele tem, há vários, com certeza que podem ser. Não vou agora estar a comentar coisas assim em abstrato.
Não é inevitável que haja um Presidente da República da ala mais esquerda? Porque se isso não acontecer a esquerda estará mais de 20 anos sem um Presidente.
Essas questões dependem das circunstâncias do momento. Acho muitíssimo cedo para fazer vaticínios quanto a resultados de eleições legislativas. Eu diria que é exatamente o mesmo raciocínio em relação a presidenciais. Elas, de resto, vão ocorrer em circunstâncias normais ambas no mesmo ano. Portanto, se acho que é difícil tirar vaticínios relativamente a eleições legislativas só em 2026, acho a mesma coisa relativamente a eleições presidenciais. Falta tanto tempo, a vida política está tão incerta, instável e imprevisível que acho bastante arriscado fazer previsões com esse tempo de antecedência.
Marcelo Rebelo de Sousa tem-se queixado de falta de atenção mediática. O Presidente está menos influente neste mandato?
Não. Isso acho que não. Até acho que está mais influente.
No que é que vê isso?
Quer um exemplo recente, que até me faz um pouco de confusão ainda não ter sido escalpelizado? Descentralização. Há poucos dias, a ministra Ana Abrunhosa reuniu com os autarcas e em princípio está previsto um acordo até ao final do mês de julho. Esta parte é relativamente pública, mas perguntar-se-á: porquê agora? Porque não na altura do Orçamento? O que aconteceu no entretanto? A ministra também já está em funções há uns meses, mas aconteceu uma coisa que passou relativamente despercebida: o Presidente da República anunciou que iria mandar uma mensagem à Assembleia da República sobre a descentralização. Isto passou um bocadinho despercebido porque a palavra ‘mensagem’ parece uma palavra normal, mas na linguagem constitucional, uma ‘mensagem ao parlamento’ é uma figura constitucional raríssima. Raramente um Presidente da República usa uma figura desta natureza. Só me lembro de uma que teve um estrondo enorme: Mário Soares contra Cavaco Silva sobre a RTP em 1991. Entretanto o Presidente não mandou mensagem nenhuma, nem sei se vai mandar. Mas eu acho que já não precisa de mandar porque já fez o seu efeito.
Foi uma forma de impulsionar esse acordo?
A minha leitura política é essa. O que é que aconteceu de novo depois do orçamento onde o governo tentou um acordo com os autarcas e não conseguiu. O que aconteceu para o governo abrir cordões à bolsa e vai rever todo o processo – disse a ministra – e eu acrescentro, acho que esse acordo está previsto para ser feito até ao fim de julho. O que é que aconteceu entretanto? A ameaça do PR de que iria mandar uma mensagem ao parlamento. Obviamente que isso ia ter um impacto negativo sobre o governo, ia causa erosão e ia gerar desgaste e acho que o governo percebeu e antecipou-se e é por isso que já não deverá haver mensagem. Acho que é um sinal de influência positivo, ou seja a influencia mede-se em matérias em concreto. O processo de descentralização tem estado a correr manifestamente mal.
“O primeiro-ministro continua a ter a ambição de um cargo europeu”
António Costa está mais preocupado com aquilo que anda a fazer lá fora e com os vários eventos que vai tendo fora da Europa? Acredita que ele possa sair a meio do mandato? Temos um Costa mais Europeu e menos atento aos problemas nacionais e com menos mão no governo?
Separo as coisas. Este governo é unipessoal, é o primeiro ministro mais 15 ou 16 o que significa que quando o PM não está, não existe Governo e o Governo não funciona. E sim, o primeiro-ministro continua a ter a ambição de um cargo europeu. Categoricamente sim. Eu disse aqui duas ou três vezes: eleições legislativas no prazo normal ou antecipadas. É que não é impossível que sejam antecipadas.
Entre o grupo dos quatro (Mariana Vieira da Silva, Pedro Nuno Santos, Fernando Medina e Ana Catarina Mendes) em quem apostaria para liderar o PS?
Analiticamente eu já emiti a minha opinião. Analiticamente, significa que não é o meu desejo. Para ser líder de um grande partido como o PS ou o PSD são precisas duas coisas: qualidade e condições. Qualidade todos têm, condições são votos, são apoios. E desse ponto de vista, por aquilo que sei, Pedro Nuno Santos tem vantagem sobre todos os outros.
Vamos agora avançar para o Carne ou Peixe em que tem de escolher uma de duas opções:
Se tivesse de votar num candidato presidencial – e podia esconder a carinha com o dedo – votaria em Paulo Portas ou no vice-almirante Gouveia e Melo?
O voto é secreto. Não ia violar uma norma da constituição sobre a qual se define que o voto é secreto. Tenho que respeitar os princípios constitucionais.
Quem levaria para lhe fazer companhia no ginásio António Costa ou Rui Rio?
Provavelmente não levava nenhum dos dois porque vou ao ginásio umas três vezes por semana, mas vou sempre sozinho, nunca fui acompanhado de ninguém e não era agora que ia abrir uma exceção.
Quem convidaria para almoçar em Fafe: Fernando Medina ou Pedro Nuno Santos?
Um e outro, sem problema. Tenho estima pessoal pelos dois.
Quem levaria a um jogo do Benfica: Cavaco Silva ou Marcelo Rebelo de Sousa?
Levava os dois. Eu sou amigo dos dois. Quer que me ponha aqui a escolher entre dois amigos? O professor Cavaco Silva é benfiquista, o outro também é encarnado, sendo do Braga. Como sou amigo dos dois, levava os dois.
Não sei se não revelou aqui o clube de Aníbal Cavaco Silva…
Pode ter a certeza que é do Benfica, não sei se é do domínio público, mas pode ter a certeza. Como ele agora não vai ser candidato a cargo nenhum, já está à vontade. Porque há essa mania de os dirigentes políticos não divulgarem os clubes de futebol.