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“O reinado sangrento de Guzmán Loera no cartel de Sinaloa chegou ao fim e o mito de que ele não poderia enfrentar a justiça foi encerrado e desmentido”. As palavras foram ditas em fevereiro pelo advogado de acusação Richard Donoghue, no dia em que Joaquin ‘El Chapo’ Guzmán foi considerado culpado de todos os dez crimes de que estava acusado. Esta quarta-feira, depois de meses de julgamento e mais de 50 testemunhas ouvidas, deverá ser lida a sentença daquele que foi considerado o “julgamento do século”. O traficante de droga mais poderoso do mundo desde a morte de Pablo Escobar corre o risco de ser condenado a uma pena de prisão perpétua numa cadeia de alta segurança nos Estados Unidos.
Quando Guzmán foi capturado, em 2016, as autoridades quiseram garantir que o narcotraficante não voltaria a fugir, tal como já aconteceu por duas vezes nas prisões mexicanas. ‘El Chapo’ foi extraditado para os Estados Unidos para ser julgado e o aparato de segurança que rodeou o Tribunal Federal de Brooklyn indicava que não estávamos perante um julgamento qualquer. Desde o encerramento da ponte de Brooklyn sempre que havia uma saída da prisão para a sala de julgamento, até às mais de 50 testemunhas que foram ouvidas, foram meses de audiências que levantaram o véu sobre um negócio onde chegaram a ser traficadas para os EUA centenas de toneladas de cocaína e outras drogas, mas também revelados episódios de violência, corrupção e lavagem de dinheiro que ‘El Chapo’ protagonizou ao longo de 30 anos.
El Chapo considerado culpado de todos os crimes de que está acusado
Na altura em que a justiça norte-americana emitiu um pedido de prisão para o mexicano, em janeiro de 2017, já não havia dúvidas: “Guzmán é o traficante de droga mais conhecido do mundo”, lê-se no documento elaborado por um tribunal de Nova Iorque. E se grande parte o queria apanhar e ver feita justiça, Guzmán também tinha do outro lado um apoio que não vinha apenas dos seus homens. “As façanhas de Guzmán tornaram-no numa celebridade de culto para aqueles que eram da sua terra natal, Sinaloa. Era visto como um Robin Hood dos tempos modernos, famoso entre os oprimidos e exaltado em canções populares”, acrescenta o documento. Na sua terra natal, foram várias as manifestações feitas pelos locais a pedir a libertação do mexicano.
Ao longo dos meses, a acusação apresentou provas em tribunal e interrogou várias testemunhas que foram desvendando o que ainda não se sabia sobre o negócio de ‘El Chapo’. O risco de enfrentar agora a pena de prisão perpétua não é propriamente uma novidade, uma vez que, no dia em que foi considerado culpado, um comunicado publicado no site do departamento de Justiça do governo norte-americano referia que Guzmán enfrentaria uma pena obrigatória de prisão perpétua sem possibilidade de sair em liberdade condicional. Do tráfico de droga à rede de comunicação que criou para garantir que tudo se mantinha um segredo bem guardado, a justiça norte-americana centrou o julgamento de Guzmán em seis principais crimes.
Tráfico de droga: toneladas transportadas por água, terra e ar
– “Como comprovado em tribunal, Guzmán Loera foi o principal líder do cartel de Sinaloa, uma organização internacional de tráfico de droga responsável por importar e distribuir vastas quantidades de cocaína, marijuana, metanfetamina e heroína para os Estados Unidos” — Comunicado da justiça norte-americana depois de ‘El Chapo’ ser considerado culpado dos dez crimes
A principal acusação apontada a ‘El Chapo’ está relacionada com o negócio de milhões que criou através do tráfico de droga, sobretudo de cocaína e heroína. Quando era mais novo, e aparentemente para tentar fugir à pobreza, Guzmán começou por cultivar marijuana perto de sua casa, em Sinaloa, e a produzir heroína ao raspar “aos poucos, todas as manhãs” a resina das papoilas que tinha plantado. Pelo menos foi assim que Miguel Ángel Martínez, braço direito de Guzmán no cartel de Sinaloa entre 1987 e 1993, descreveu aos juízes durante o seu depoimento em tribunal.
A acusação refere que Guzmán desde cedo se distinguiu dos restantes narcotraficantes mexicanos “pela sua eficiência em transportar a droga para os Estados Unidos, incluindo Califórnia, Arizona e Texas, e em devolver os lucros da venda em tempo recorde”. Esta rapidez, explicaram os procuradores e também Miguel Ángel Martínez, fez com que o mexicano começasse a ser conhecido por ‘El Rapido’, tendo depois passado a ser chamado de ‘El Chapo’ devido à sua pequena estatura. “No final dos anos 80, à medida que a riqueza de Guzmán crescia, também o seu poder no México aumentava”, acrescentam.
Foram centenas de toneladas de droga que, ao longo de décadas, o cartel de Sinaloa conseguiu transportar desde a América Central e do Sul para serem distribuídas nos Estados Unidos. E, para isso, o grupo de Guzmán utilizou diversas técnicas de transporte que teve de inventar para não cair nas mãos das autoridades, que cada vez iam apertando mais o cerco. Havia túneis secretos — como o que estava localizado em Água Prieta, na fronteira mexicana, e que permitiu o transporte de droga entre 1985 e 1990 –, mas também havia submarinos, aviões e comboios com compartimentos secretos. Uma “enorme infraestrutura de transporte”, nas palavras da justiça norte-americana.
Os submarinos semi-submersíveis, por exemplo, eram capazes de levar até seis toneladas de cocaína. O transporte por mar era uma forma cada vez mais utilizada pelo cartel, perante o crescente controlo aéreo da fronteira e as dificuldades em terra. Na maior parte das vezes, tudo começava com pequenos barcos de pesca que transportavam a droga do México até águas norte-americanas, ancorando em alto mar, a cerca de 20 quilómetros da costa. De seguida, a carga era colocada em lanchas que levavam a droga para terra. Quando o controlo e vigia da costa também aumentou, o cartel de Sinaloa viu-se obrigado a transportar o “produto” cada vez mais afastado do litoral.
Em terra, o transporte era igualmente complexo. O documento da acusação aborda uma situação em que foram colocadas sete toneladas de cocaína em latas de jalapeños, as conhecidas malaguetas mexicanas. No interior da embalagem seguia também areia para que fosse possível alcançar o mesmo peso que o rótulo marcava e, assim, não gerasse desconfiança. Cada camião com duplo fundo conseguia transportar mais de 2.000 quilos destas latas e todo este negócio levou a um lucro entre 400 e 500 milhões de dólares, nada mais nada menos do que entre 355 e 455 milhões de euros. Além disso, outro dos truques descobertos passou pela utilização de nomes de código entre o cartel, sempre que se referiam a uma droga em específico. A palavra “gelo”, por exemplo, era utilizada sempre que o grupo se referia a metanfetaminas. Objetivo? Caso alguma chamada estivesse a ser gravada, ou alguma conversa a ser ouvida, os narcotraficantes não davam nas vistas sobre o que estavam a dizer.
Havia também compartimentos secretos em carros, tanques de gasolina e até em sistemas hidráulicos colocados debaixo da cama, um deles localizado na residência de ‘El Chapo’, para encobrir o acesso a uma sala secreta onde a droga e o dinheiro eram guardados. No ar, a droga era transportada em aviões mais pequenos, ainda que, à medida que o controlo aéreo das autoridades aumentou, também esta forma de transporte começou a ser deixada de parte. Uma das operações intercetadas e utilizadas como prova contra ‘El Chapo’ foi precisamente o transporte de 373 quilos de cocaína num avião no Equador.
Rede de comunicações: encriptadas e “sofisticadas”
– “Guzmán também estabeleceu uma rede de comunicações complexa para conseguir falar discretamente com o seu império crescente sem ser apanhado pelas autoridades. Isto incluía o uso de redes encriptadas, de múltiplas camadas isoladas de intermediários e de métodos de comunicação com os seus trabalhos em constante mudança” – Acusação de ‘El Chapo’
Se o cerco das autoridades apertava, Guzmán mudava o esquema quase como se começasse do zero. E só conseguia fazer isto por ter uma “sofisticada rede de comunicações encriptada para gerir toda a operação do tráfico de droga”, conta o comunicado elaborado depois da acusação. Uma das testemunhas presentes no julgamento de ‘El Chapo’ foi um engenheiro tecnológico que contou como Guzmán lhe pagou um milhão de dólares para adquirir e montar uma rede que permitisse ao barão da droga comunicar através da internet com os seus parceiros na Colômbia, Equador, Canadá e Estados Unidos sem ser intercetado por oficiais de justiça ou pelos seus rivais.
Enquanto estava protegido desta forma, Guzmán ia adaptando o seu método de operação sem dar nas vistas e refazia-o várias vezes para tornar o cartel de Sinaloa cada vez mais atualizado. Uma parte desta rede de operação consistia também no fortalecimento das suas alianças e parcerias com outros traficantes mexicanos, algo que o mexicano valorizava muito para o sucesso do negócio.
Violência de cartel: os sicarios para silenciar e assassinar
– “Outro aspeto essencial do método de controlo de Guzmán foi a sua força e intimidação brutal. Guzmán exercia a violência para punir a deslealdade e reforçar a disciplina entre os membros do cartel” – Acusação de ‘El Chapo’
Nas palavras da acusação, o cartel de Sinaloa usava a violência “para manter o seu poder ao longo da região e para além dela” e ‘El Chapo’ fazia questão de mostrar que quem lhe fosse desleal ou seu inimigo iria sofrer as consequências através de “força e intimidação”. Várias testemunhas contaram em tribunal como os homens de Guzmán “raptaram, interrogaram, torturaram e balearam membros de cartéis rivais”. Em algumas vezes, acrescentam, terá sido o próprio narcotraficante a encabeçar estes atos de violência.
Um dos antigos homens que trabalharam ao serviço de ‘El Chapo’ descreveu aos juízes um episódio em que o narcotraficante espancou dois homens com um tronco de árvore até que os seus corpos estivessem “completamente como bonecos de pano”. Mas não é só: Guzmán interrogou um membro de um cartel rival, deu-lhe um tiro e ordenou que fosse queimado vivo. A justiça norte-americana fala também na contratação dos chamados sicarios, que tinham como tarefa silenciar e assassinar “potenciais testemunhas e retaliar contra qualquer pessoa que ajudasse as autoridades contra os interesses de Sinaloa”.
Os investigadores norte-americanos descrevem ‘El Chapo’ como um homem agressivo e impiedoso, que “exercia a violência para punir a deslealdade e reforçar a disciplina entre os membros do cartel”. “Guzmán e o cartel Sinaloa tinham um verdadeiro exército, pronto para a guerra com os rivais e com quem Guzmán considerasse traidor (…). Guzmán empregava sicários, ou assassinos, que levaram a cabo milhares de atos de violência, incluindo mortes, assaltos, raptos, tortura e assassínios para promover e reforçar o seu prestígio, reputação e posição”, lê-se ainda na acusação.
A justiça norte-americana dá ainda o exemplo de uma história no início dos anos 2000: Guzmán, o seu cartel e os seus aliados entraram numa guerra aberta com o cartel de Gulf e os Los Zetas. “Nessa altura, os Los Zetas eram a fação armada do cartel de Gulf e conhecidos por ser maioritariamente antigos membros das forças militares especiais do México. Esta erupção da violência ganhou uma atenção internacional pelo seu horrível impacto no México, especialmente com a divulgação pública das vítimas decapitadas”, acrescenta o documento.
Quando ‘El Chapo’ foi considerado culpado dos dez crimes, foram vários os procuradores que, em reação à decisão, salientaram a violência do cartel liderado por ‘El Chapo’. O procurador-geral Whitaker, por exemplo, refere que o mexicano, além de ter “inundado as ruas dos Estados Unidos com centenas de toneladas de cocaína e outras drogas perigosas”, tinha também “a capacidade de implantar a violência numa escala massiva”.
Armas: um arsenal completo e personalizado
– “Guzmán tinha um arsenal de armas militares para se proteger a ele próprio, às suas drogas e ao seu império” – Acusação de ‘El Chapo’
O cartel de Sinaloa tinha acesso sem quaisquer restrições a vários tipos de armas, desde granadas a pistolas AK-47. Uma dessas armas, acrescenta a acusação, estava banhada a ouro e pertencia ao líder do cartel. Mas não é só: ‘El Chapo’ tinha ainda mais três pistolas de calibre .38 douradas e forradas com diamantes, uma delas com as iniciais “JGL”, que significa Joaquin Guzmán Loera.
Este arsenal de armas era utilizado pelos homens do narcotraficante não só para proteger o líder do cartel, mas também para proteger as encomendas de droga durante a sua viagem para os Estados Unidos. Uma testemunha que pertencia às autoridades mostrou ainda ao júri do Tribunal Federal de Brooklyn cerca de 40 AK-47s que foram apreendidas ao cartel em El Paso, no Texas, que tinham como destino serem entregues a ‘El Chapo’ no México.
Durante as audiências no tribunal, uma das testemunhas contou que, durante uma viagem de férias com a sua família, ‘El Chapo’ levou consigo uma arma comprada recentemente pelo cartel e praticou tiro ao alvo “para relaxar”. O narcotraficante, aliás, trazia sempre consigo uma arma, quer fosse para mostrar poder ou para assegurar que teria sempre uma forma de ataque ou de proteção.
Corrupção: o silêncio e a ajuda de autoridades e políticos
– “Um pilar da sua estratégia [de Guzmán] era a corrupção de oficiais em cada nível de governo local, municipal, estadual, nacional e internacional, que eram pagos para garantir que ele e o cartel de Sinaloa tinham o caminho livre para trazer toneladas de cocaína desde o Sul da América e deslocar-se livremente para os Estados Unidos” — Acusação de ‘El Chapo’
A lista de crimes apresentada pela acusação de ‘El Chapo’ continua. O cartel de Sinaloa aproveitou-se também de uma rede de autoridades e oficiais do governo que se deixaram corromper em troca de um pagamento mensal. Iam “desde polícias locais a guardas prisionais, funcionários do Estado, membros de cargos importantes nas Forças Armadas e políticos”. A sua tarefa? Ajudar Guzmán e os seus homens a conseguirem fazer circular a droga livremente até aos Estados Unidos, sem qualquer interferência das autoridades, bem como avisar previamente de possíveis operações de controlo do tráfico agendadas. Em troca, recebiam milhões de dólares por mês.
Juan Carlos Ramirez Abadía, um colombiano que liderou um cartel que se aliou ao de Sinaloa, testemunhou em tribunal contra ‘El Chapo’ e deu um exemplo de como estes subornos funcionavam. “Quando os aviões chegavam às pistas clandestinas no México, eram protegidos por polícias federais. Recebiam os aviões e a minha cocaína e faziam eles próprios o descarregamento, o transporte e a escolta”. As pistas, além de estarem bem protegidas, tinham boa iluminação, asfalto sempre novo, boas instalações para reabastecimento dos aviões e até comida estava preparada para oferecer aos pilotos.
A acusação diz ainda que os subornos — que chegavam a ser de um milhão de dólares por mês — “garantiam que o transporte da droga seria recebido com segurança no México e escoltado por oficiais enquanto eram transportados ao longo do México para cidades nos Estados Unidos e na fronteira mexicana”. Muitas vezes, o trabalho das autoridades corrompidas consistia também em proteger os membros do cartel de serem presos e em garantir que as disputas territoriais eram sempre resolvidas a favor do cartel de Sinaloa.
Entre as pessoas que terão sido pagas está um general do exército que fazia parte do departamento de defesa do México e que recebia mensalmente 50 mil dólares do cartel. Em troca, garantia ajuda e silêncio. Havia também, segundo as testemunhas em tribunal, um oficial militar que chegou a ser segurança do antigo presidente mexicano Vicent Fox. Mas foram também apontados nomes de governantes na lista de subornados.
No primeiro dia do julgamento, os advogados de ‘El Chapo’ tinham uma estratégia de defesa definida. O alvo era Ismael Zambada, que está em fuga e lidera o cartel de Sinaloa depois da prisão de Guzmán, segundo a confissão do próprio filho. Argumentaram que tudo não passava de uma conspiração organizada por ele, o “verdadeiro líder” do cartel. E revelaram que os subornos por ele feitos chegaram aos antigos presidentes do México Enrique Peña Nieto e Filipe Calderón. Os dois, disseram, terão aceitado subornos de centenas de milhões de dólares que eram transferidos por Zambada em nome do cartel da droga.
O porta-voz do governo mexicano, Eduardo Sánchez, rapidamente veio negar tudo, afirmando que “o governo de Henrique Peña Nieto perseguiu, capturou e extraditou o criminoso Joaquín Guzmán Loera” e garantindo que “as afirmações atribuídas ao seu advogado são completamente falsas e difamatórias”. Felipe Calderón seguiu o mesmo caminho e falou em acusações “absolutamente falsas e temerárias”. “Nem ele, nem o cartel de Sinaloa, nem nenhum outro fizeram pagamentos à minha pessoa”, escreveu no Twitter o antigo líder mexicano.
Son absolutamente falsas y temerarias las afirmaciones que se dice realizó el abogado de Joaquín “el Chapo” Guzmán. Ni él, ni el cártel de Sinaloa ni ningún otro realizó pagos a mi persona.
— Felipe Calderón ???????? (@FelipeCalderon) November 13, 2018
A acusação refere também o testemunho de um antigo membro das autoridades, que contou como foi pago em centenas de dólares por mês para conseguir libertar os membros do cartel de Sinaloa que estavam presos, remover os bloqueios de estrada das rotas por onde os camiões que transportavam a droga passavam e fornecer escolta armada a esses camiões, na área onde estavam de serviço.
Lavagem de dinheiro: os biliões de dólares em procedimentos ilícitos
– “O negócio lucrativo de tráfico de droga de Guzmán Loera gerou biliões de dólares em procedimentos ilícitos. Guzmán Loera utilizou vários métodos de lavagem de dinheiro, incluindo contrabando de dinheiro vivo desde os Estados Unidos ao México”.
O sexto ponto apontado pela justiça norte-americana consiste nos milhões de dólares que Guzmán conseguiu ganhar de forma ilícita através do tráfico de droga. “Esta rede de distribuição também apoiava um grande esforço de lavagem de dinheiro que entregou biliões de dólares em lucros ilícitos gerados com as vendas de cocaína nos Estados Unidos para os traficantes mexicanos e os seus parceiros colombianos”, refere o documento da acusação.
É por isso que as autoridades norte-americanas exigem que ‘El Chapo’ seja multado em 12 mil milhões de dólares (cerca de 10 mil milhões de euros) depois da sua condenação por crimes de extorsão e tráfico de drogas. Esta soma representa a quantidade total de cocaína, marijuana e heroína que Guzmán traficou multiplicada pelo preço médio dessas drogas, de acordo com um pedido feito pelos promotores do Tribunal Federal de Brooklyn.
Entretanto, também a Procuradoria-Geral dos Estados Unidos formalizou também na passada quinta-feira uma pedido de prisão perpétua e mais 30 anos de prisão para ‘El Chapo’, conta o El Espanol. A procuradoria indica ao juiz do caso, Brian M.Cougan, que “o tribunal deve condenar o arguido a uma pena mínima obrigatória de prisão perpétua e mais 30 anos de prisão a cumprir de forma consecutiva”, além do pagamento já requerido pelo Governo.
Caso ‘El Chapo’ seja sentenciado a prisão perpétua, o narcotraficante deverá passar o resto da vida na Supermax, uma prisão federal de alta segurança localizada no Estado norte-americano do Colorado. É considerada a prisão mais segura do país e lá dentro estão os reclusos considerados mais perigosos, como Zacarias Moussaoui, um dos responsáveis pelos ataques do 11 de setembro de 2001, e Dzokhar Tsarnaev, condenado formalmente à morte pelos atentados da maratona de Boston de 2013.