Momentos-chave
Histórico de atualizações
  • Boa noite,

    termina aqui mais um Liveblog do Observador sobre as Legislativas. Dentro de algumas horas voltamos para lhe dar tudo sobre o último dia de campanha.

    Até já.

  • André Ventura canta "Paixão" para Rui Rio e estende passadeira para "mandar Costa para casa"

    André Ventura canta a música “Paixão”, de Rui Veloso, para Rui Rio e estende passadeira à direita: “Mesmo sabendo que sou uma espécie de PS dois, eu dou-lhes a hipótese de termos um Governo para mandar António Costa para casa no domingo.”

    No jantar-comício em Vila Viçosa, o líder do Chega interrompeu o discurso para cantar para a música de Rui Veloso e para deixar uma mensagem ao presidente do PSD.

    “Tu eras aquela / que eu mais queria / para me dar algum conforto e companhia / era só contigo que eu sonhava andar para todo o lado e ate quem sabe talvez casar / ai o que eu passei só por te amar / a saliva que eu gastei para te mudar / mas esse teu mundo era mais forte do que eu e nem com a força da música ele se moveu.

    “Esta é para ti, Rui Rio: Mesmo sabendo que não gostavas /empenhei o meu anel de rubi /para te levar ao concerto que havia no Chega aqui.”

  • Conta de Twitter do BE foi alvo de ataque e passou a chamar-se Elon Musk, mas já terá sido recuperada

    A conta de Twitter do Bloco de Esquerda foi atacada durante o comício desta noite do partido, que decorria em Lisboa. Depois de Mariana Mortágua ter feito um discurso em que ironizava com as propostas da Iniciativa Liberal, para quem, dizia, “somos todos um Elon Musk em potência”, o nome da conta foi mudado para “Elon Musk” e desapareceu a fotografia principal do Bloco. Em vez do nome da conta aparece agora apenas um ponto final, mas o partido já terá conseguido recuperar a página.

  • Catarina reclama mérito de ter "enterrado delírio da maioria absoluta" e exige "contrato claro, de ferro" para impedir "governo pantanoso"

    No comício do Bloco, em Lisboa, Mariana Mortágua arranca aplausos e gargalhadas ao auditório com um discurso inteiro dedicado às propostas liberais da direita, em que ironiza tanto com a quantidade de termos em inglês como com o papel gasto no programa da Iniciativa Liberal. Um exemplo: “614 páginas e não encontramos uma framework para o racismo, que não aparece only once. Falta compliance para os direitos das mulheres”.

    Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Ação de campanha de Catarina Martins, candidato pelo Bloco de Esquerda a primeiro-ministro. Comício com Mariana Mortágua, Beatriz Gomes Dias, Bruno Maia, Leonor Rosas e Pedro Filipe Soares Lisboa, 27 de janeiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

    FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

    Tentando desmontar várias propostas e argumentos da IL, para quem “somos todos um Elon Musk em potência”, conclui: “A língua de trapos dos liberais não nos convence. Somos frutos do privilégio ou da falta dele. Não somos todos iguais”.

    E cola esta direita a Ventura, com a mesma intenção de “desmantelar o SNS” e sentado à mesa com “a máfia da economia”: “Ventura é o mais neoliberal dos neoliberais e só ouve a voz do dono. São eles o mercado que manda, os donos de Portugal, que destruiu a economia com a sua ganância. É o regresso ao passado — são a mais recente caricatura da direita económica que nos aprisionou”.

    A Catarina Martins cabe fechar o comício, e para isso recupera a experiência dos dias passados em campanha: “Nunca andei longe das pessoas cercada por fiéis. Ouvi, ouvi e ouvi, palavras de apoio e de crítica. Gosto mais de falar olhos nos olhos do que esconder-me nos ombros seja de quem for”, atira. Mais: “Não ouviram nem palavras ocas nem slogans de gatinhos”. A campanha do Bloco, argumenta, atirando a Costa, foi séria e sem contradições: “Não me viram desdizer-me. Só tivemos uma palavra”. E até admite — e reclama para si esse papel — ter “orgulho de ter enterrado o delírio da maioria absoluta de António Costa” e “de ter visto o primeiro-ministro dizer que voltará ao diálogo”: “Que grande volta deu o PS nesta campanha!”.

    Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Ação de campanha de Catarina Martins, candidato pelo Bloco de Esquerda a primeiro-ministro. Comício com Mariana Mortágua, Beatriz Gomes Dias, Bruno Maia, Leonor Rosas e Pedro Filipe Soares Lisboa, 27 de janeiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

    FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

    Agora, sobe de tom: daqui só pode sair “um contrato claro, de ferro” para governar o país. Lamenta ter visto Augusto Santos Silva, que admitia ontem um “acordo de cavalheiros” entre PS e PSD para viabilizar um governo minoritário, “alimentar ambiguidades e admitir apertos de mão com Rio”. Tudo para tentar puxar o voto útil para o lado do Bloco: “Só um BE forte impede esta deriva repetitiva, a governação pantanosa do centrão. Sabemos que teremos um trabalho difícil, já o fizemos em 2015 e sabemos como o PS é difícil. Mas a esquerda de confiança veio para mudar o país”.

    Já com a direita, Catarina ironiza: também Rio foi “obrigado a falar” na campanha, “mesmo se queria tê-la passado naquele cadeirão de perna cruzada a falar com gatos” (e na plateia ouve-se um sonoro “Miau!”). “A direita teve de vir a jogo e expor-se”, remata. O apelo ao voto do BE volta a ser aos “esquecidos do PS que vão votar por um dia seguinte que ponha a funcionar o que sabemos que pode funcionar”, o tal contrato com “clareza de compromissos, metas e calendários”. Pedido final, a validar as sondagens que costuma recusar comentar: “Todas as sondagens colocam o BE praticamente empatada com a extrema-direita em terceiro lugar. Que ninguém fique em casa!”.

    Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Ação de campanha de Catarina Martins, candidato pelo Bloco de Esquerda a primeiro-ministro. Comício com Mariana Mortágua, Beatriz Gomes Dias, Bruno Maia, Leonor Rosas e Pedro Filipe Soares Lisboa, 27 de janeiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

    FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

  • Rui Tavares dispara ao Chega mas também à Iniciativa Liberal que diz ser o PCP (mas não esse)

    Na defesa do Estado social, Rui Tavares atirou ao Chega, falando na extrema direita como a linha vermelha que os partidos da direita deviam ter.

    Mas as críticas não ficaram pelo partido de André Ventura. Rui Tavares, no comício do Livre, atirou também à Iniciativa Liberal.

    “Há quem chame à IL o Bloco de Esquerda da direita. É uma injustiça para com os nossos companheiros e camaradas. São mais o PCP. Mas não o da CDU. São o Partido da Classe dos Patrões, que é uma coisa diferente”, mas não de todos os patrões, foi dizendo Rui Tavares.

    “Felizmente quem tem vistas mais largas sabe que tendo mais tempo, mais acesso à qualificação, podendo trabalhar melhor seremos mais produtivos”.

    Francisco Romão Pereira/Observador

  • Alegre avisa a esquerda: "Não somos herdeiros de Trotski e Lenine". Já Costa, quer esquecer "mágoas"

    O comício de Lisboa, no Pavilhão Carlos Lopes serviu a Manuel Alegre para recordar outro, na mesma sala, em janeiro de 1975 contra a unicidade sindical, que marcou a primeira grande rutura entre socialistas e comunistas. E os discursos dos dois casaram na recuperação da “má memória” dessa rutura, mas também na definição de linhas vermelhas também para esse lado da barricada (com que Costa se entendeu nos últimos seis anos).

    “Somos um partido da esquerda democrática e reformista. Não somos nem nunca fomos um partido leninista. Esta clarificação democrática deve ser feita, mesmo em diálogo e em debate. Somos herdeiros de Léon Blum e Olof Palme e não de Trotski nem de Lenine”, reclamou Manuel Alegre do púlpito.

    Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Grande comício no pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, do Partido Socialista, António Costa, secretário-geral do PS e candidato a primeiro-ministro. As eleições legislativas realizam-se no próximo dia 30 de janeiro de 2022. Intervenção de António Costa. Lisboa, 27 de janeiro de 2022. JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

    Também Costa disse que não se “baralha” sobre qual a sua “esquerda e quais os caminhos” do PS. Gosta de “construir pontes, caminhos e unir esforços”: “Mas também sei quando é o momento de dizer não basta daqui, nós não passamos”. Disse-o em relação ao passado, quanto ao futuro, mantém as portas abertas. “Partilho da mágoa, mas a vida não se faz de mágoas nem de rancores, mas caminhando e enfrentando os desafios de cada dia”, afirmou o líder do PS.

    Ao mesmo tempo acrescentou logo que, quando tinha acordos e diálogos com “os parceiros de caminhada”, também mantinha relação com “os que estavam na oposição para reformas fundamentais como a recente do sistema de comando das Forças Armadas”. Além de sublinhar ainda a “relação irrepreensível” com o Presidente da República “apesar de não ser” da sua família política.

    Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Grande comício no pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, do Partido Socialista, António Costa, secretário-geral do PS e candidato a primeiro-ministro. As eleições legislativas realizam-se no próximo dia 30 de janeiro de 2022. Intervenção de Manuel Alegre. Lisboa, 27 de janeiro de 2022. JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

    Mas Alegre esteve sobretudo concentrado na esquerda e elogiou Costa na capacidade de ter derrubado o muro, ele que “sempre” se bateu “pela convergência da esquerda. No entanto, acusou BE e PCP de “sectarismo” e esse, afirmou, “corta a convergência e torna o diálogo mais difícil, mesmo para quem sabe fazer pontes como António Costa”.

    Em defesa do líder, Alegre reforçou que “o sectarismo anti-PS não facilita a construção de pontes e convergências”. E provocou a esquerda: “Ainda não aprenderam que sem o PS e contra o PS não há soluções de esquerda em Portugal”. “Não se pode passar a campanha a atacar António Costa e depois, com alguma presunção, convidar para uma reunião a 31 de janeiro”.

    Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Grande comício no pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, do Partido Socialista, António Costa, secretário-geral do PS e candidato a primeiro-ministro. As eleições legislativas realizam-se no próximo dia 30 de janeiro de 2022. Intervenção de António Costa. Lisboa, 27 de janeiro de 2022. JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

    Mas o líder socialista também ouviu uma outra linha vermelha colocada por Alegre, para outro lado, o do PAN. E em forma de pergunta: “Que sentido faz os excessos de radicalismo camuflados, supostamente modernos, mas assentes em visões culturais intolerantes que tentam impor os seus gostos e proibir atividades multiseculares do povo português?”.

    Tanto Alegre como Costa lembraram o comício naquele mesmo espaço, há 47 anos, e voltaram a estar no mesmo carril ao declarar bloqueio ao Chega. “Não passará”, disse Alegre, repetindo uma expressão já usada por Costa sobre o partido de André Ventura. Do fundo da sala até se ouviram gritos de “fascismo nunca mais”, que Alegre repetiu no púlpito. Este foi o comício de surpresas, como os saltos de António Costa, a pedido da JS, e também pelo elogio público ao ministro das Finanças João Leão. Noutros tempos, o responsável das Finanças, Centeno, era coqueluche de comícios socialistas, mas Leão nunca o foi. No entanto, neste comício deu-lhe os parabéns pelos números da economia em 2021.

    Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Grande comício no pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, do Partido Socialista, António Costa, secretário-geral do PS e candidato a primeiro-ministro. As eleições legislativas realizam-se no próximo dia 30 de janeiro de 2022. Intervenção de António Costa. Lisboa, 27 de janeiro de 2022. JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

  • "Um e outro". Jerónimo não distingue PS de PSD e diz que PS só age quando "circunstâncias obrigam"

    Pavilhão Leonel Fernandes, no Seixal. O PCP está em casa e Jerónimo também. O secretário-geral está de volta à caravana e veio para meter PS e PSD no mesmo saco.

    Nesta reta final de campanha a tarefa discursiva da CDU está longe de se apresentar agora mais fácil. Se é preciso garantir uma maioria de esquerda do Parlamento também não é menos importante garantir que os votos não fogem da CDU para o voto útil no PS

    A fórmula encontrada pelos comunistas é a de reclamar as conquistas sociais dos últimos anos como fruto da pressão da CDU e lado a lado, qual Dupond e Dupont, o PS e PSD.

    “São parecidos em muita coisa e também nas técnicas de ocultação e mistificação da sua natureza política”, atirou Jerónimo.

    Para quem pode ter a tentação de reconhecer no Partido Socialista uma conduta semelhante à dos últimos anos — onde governou com o apoio da esquerda entre 2015 e 2019 — o secretário-geral dos comunistas alerta: “O PS nada fará se as circunstâncias não o obrigarem”.

    E como a memória de alguns pode estar toldada pela torrente de informação desta campanha eleitoral, Jerónimo lembra que “há meia dúzia de anos o PSD dizia que os portugueses viviam acima das possibilidades” e que se os portugueses permitirem “voltam a dizer”.

  • O que se passou pela cabeça dos políticos, questiona Rui Tavares

    “O que é que passou pela cabeça dos nossos políticos?”. A pergunta foi atirada por Rui Tavares no comício de encerramento do Livre, questionando porque se acrescentou à crise pandémica, energética, ecológica, uma crise política que pode, nas suas palavras, colocar Portugal “numa profunda crise do estado de direito”.

    Para Rui Tavares na segunda-feira Portugal pode “acordar com um governo de direita encostado à extrema direita. Todos nós podemos impedir, fazendo uma maioria de esquerda que é a única maneira de ter extrema direita fora”.

    Para Rui Tavares há uma encruzilhada uma trifurcação. Há três caminhos. Ficar “na mesma como a lesma, há quem queira ir para muito pior e há quem queira dar boa notícia”.

    Para o fundador do Livre, e cabeça de lista por Lisboa, o governo de direita encostado à extrema direita é o cenário de ir para muito pior. E por isso diz que “cabe a cada um de nós impedir” e “impedir é com maioria de esquerda e todos os votos na esquerda contam”.

  • Rui Tavares lamenta que a Europa tenha ficado de fora das eleições

    Rui Tavares faz o seu discurso no único comício do Livre — “foi uma campanha em pandemia”, explicou — para lamentar que nesta campanha a Europa tenha ficado esquecida.

    “A primeira vez que ouvi falar da Europa nesta campamnha foi no discurso da Joana Filipa há bocado [neste mesmo comício]”, isto numa altura em que se discute na Europa a taxonomia das energias verdes, que pode incluir o nuclear e o gás natural; que se discutem as novas regras do défice; e que se fala de uma iminente nova guerra na Europa. “Impensável não se discutir Europa nestas eleições”, diz Rui Tavares, garantindo que “vamos levar a Europa à Assembleia da República”.

    Já tinha deixado farpas ao Chega, lembrando que os candidatos do Livre em São Miguel conhecem bem a realidade de Rabo de Peixe. As pessoas dessa freguesa “têm nomes e têm vidas que foram estigmatizadas e são estigmatizadas”. A extrema direita é uma linha vermelha. “Daqui não passarão”, atirou Rui Tavares, uma expressão que já Catarina Martins e Jerónimo de Sousa tinham usado para afastar da governação o Chega.

  • Ventura está preocupado com "distância entre esquerda e direita" e pede esforço conjunto para "inverter" tendência

    André Ventura assegura que, independentemente do resultado de domingo, “não teme ficar isolado” e admite estar “muito confiante numa maioria à direita no Parlamento”. Contudo, pede esforços para que esse resultado se torne real.

    “O mais preocupante nestas sondagens é a distância maior que existe entre a esquerda e a direita”, sublinha o líder do Chega, enquanto volta a apelar à direita: “É algo que nos cabe a todos, entre hoje e amanhã, conseguir inverter para conseguirmos um governo de direita.”

    “Se os portugueses me deram 2% ou 3% podem ter a certeza que estarei a reconhecer que o Chega falhou, se nos deram acima dos 7% os outros é que têm de ler os resultados”, assegura, reiterando que só com 7% exige presença num possível governo de direita.

    Questionado sobre o porquê de um voto à direita quando as portas parecem fechadas por PSD, CDS e IL, Ventura foi perentório: “O eleitor sabe que a maioria de direita, sendo inevitável só com um partido, tem de acontecer quer os outros queiram, quer não queiram.”

    O presidente do Chega considera que “a única solução que há se o líder dessa maioria não aceitar [formar governo] é sair e dar lugar a outro, como acontecerá se António Costa perder e houver uma maioria de esquerda”.

  • Bruno Maia, do BE, entusiasma auditório a criticar direita por "não trazer novidade desde o Estado Novo". "Não haverá Governo de direita"

    O Bloco de Esquerda está reunido na reitoria da Universidade Nova de Lisboa para o penúltimo comício da campanha, antes de rumar em direção ao Porto. Pelo palco passam quase todos os primeiros candidatos por Lisboa, apenas com exceção de Pedro Filipe Soares (que interveio no comício de domingo).

    Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Ação de campanha de Catarina Martins, candidato pelo Bloco de Esquerda a primeiro-ministro. Comício com Mariana Mortágua, Beatriz Gomes Dias, Bruno Maia, Leonor Rosas e Pedro Filipe Soares Lisboa, 27 de janeiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

    FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

    Depois de Leonor Rosas, estudante, que está em quinto lugar por Lisboa, fala Beatriz Gomes Dias, para uma intervenção em defesa das comunidades racializadas e argumentando que “a direita está refém de um partido racista que faz do ódio o seu programa”. Depois, faz o apelo ao voto no Bloco, que “olha para as margens e coloca-as no centro da sua ação política”.

    Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Ação de campanha de Catarina Martins, candidato pelo Bloco de Esquerda a primeiro-ministro. Comício com Mariana Mortágua, Beatriz Gomes Dias, Bruno Maia, Leonor Rosas e Pedro Filipe Soares Lisboa, 27 de janeiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

    FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

    Segue-se Bruno Maia, o terceiro candidato por Lisboa – que chegou das listas do Porto para este lugar de destaque – e que puxa pela sua experiência como médico para falar do SNS e arrasar os privados, pegando no exemplo do grupo Luz Saúde, que faz “um negócio rentista e predador”. Depois, o arraso da direita, que chega a comparar “à política de Salazar e do Estado Novo para as áreas sociais e Saúde”, que diz “não trazer novidade nenhuma desde o Estado Novo”, que resume a “bafio, mofo, economia do privilégio” para rematar: “Não haverá Governo de direita”.

    O ataque seguinte é ao PS: “Nunca quer nada de esquerda”. E faz as contas: segundo o Bloco, com o valor pago em horas extraordinárias seria possível subir o salário a todos os enfermeiros em 450 euros por mês; com os 110 milhões não pagos pela EDP em impostos no negócio das barragens, contratava-se os 200 profissionais do IPO que se despediram; e com a “borla fiscal” anual aos reformados do norte da Europa, dava-se a exclusividade com os ordenados correspondentes a 15 mil médicos. Com a plateia cada vez mais entusiasmada, lembra uma manchete antiga do Correio da Manhã em que se lia que “Catarina assusta os mercados” e atira: “E como assustamos os mercados!”. Para rematar ainda recorda a entrevista que o social-democrata Pedro Rodrigues deu dizendo que não quereria viver num país em que Mariana Mortágua fosse primeira-ministra – “Sabem ao que vimos!”. A plateia acaba toda de pé, a aplaudir entusiasticamente.

    Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Ação de campanha de Catarina Martins, candidato pelo Bloco de Esquerda a primeiro-ministro. Comício com Mariana Mortágua, Beatriz Gomes Dias, Bruno Maia, Leonor Rosas e Pedro Filipe Soares Lisboa, 27 de janeiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

    FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

  • Cotrim eleva as expectativas e pede a apoiantes para "pôr a Iniciativa Liberal em 3º lugar" nas eleições

    João Cotrim Figueiredo discursou esta noite, num jantar com apoiantes no Porto, e elevou as expectativas para o resultado de domingo: quer agora o terceiro lugar nas eleições.

    Reagindo a “tudo o que soubemos hoje” — as duas sondagens que colocam (ambas) a IL com 6% nas intenções de voto — e ao “crescimento da onda liberal que se sente”, fez “um apelo aos portugueses, de todos os partidos”.

    Se querem que a evolução não passe por partidos extremistas, votem IL. Votem em forças reformistas, modernas e com profundo amor à liberdade”, referiu.

    Foi então que Cotrim elevou as expectativas e pediu aos apoiantes: “Se querem que o terceiro lugar das próximas eleições” seja da IL, não votem “útil” e “votem Iniciativa Liberal”, pediu.

    O candidato assumiu o desejo de “pôr a Iniciativa Liberal em terceiro lugar”, deixando para trás “forças do passado, inimigos do progresso e forças extremistas”. Referia-se a Bloco de Esquerda, CDU e Chega.

    O objetivo assumido pela Iniciativa Liberal para estas eleições era eleger cinco deputados e conseguir 4,5% dos votos. Porém, as sondagens parecem fazer os liberais acreditarem em algo mais e em ultrapassar CDU, BE e Chega.

  • Livre diz que vai ser grande surpresa da noite eleitoral

    Na festa de encerramento da campanha que o Livre está a realizar em Lisboa o cabeça de lista pelo Porto, Jorge Pinto, levantou a sala, deixando a mensagem que o partido vai ser a “grande surpresa da noite eleitoral”.

    Para clamar que o Livre poderá eleger, até, mais do que um deputado “para não deixarmos o desgraçado do Rui Tavares sozinho”.

    Jorge Pinto lembrou que o congresso fundador do Livre aconteceu há oito anos, no Porto, nos dias 30 e 31 de janeiro. E é no dia 30 de janeiro que o Livre deposita esperança. “Vamos conseguir”.

    Liberdade, igualdade e fraternidade, o lema republicano foi o elemento condutor do discurso do cabeça de lista pelo Porto, dizendo que é isso que o Livre vai levar à Assembleia da República, levando, também, utopia e poesia.

    Francisco Romão Pereira/Observador

  • "No próximo dia 30, vamos resgatar aquilo que nos foi tirado" em Setúbal, garante Inês Sousa Real em referência a Cristina Rodrigues

    Inês Sousa Real inicia o seu discurso no comício no distrito de Setúbal, no auditório da Junta de Freguesia da Amora, com uma referência ao Chega. Sem mencionar nomes, garante que “não será tolerante com os intolerantes”.

    Logo de seguida, lembra aquela que tem sido uma das narrativas do PAN nesta campanha. Acusa os partidos da Esquerda de “irresponsabilidade” por terem permitido o chumbo do Orçamento do Estado. “Estenderam a passadeira vermelha ao populismo antidemocrático”, defende.

    A líder do PAN volta também a atacar o “bloco central” e defende que as respostas “não passam por mais do mesmo”. “O país tem estado refém entre a austeridade e cativações”, diz Inês Sousa Real, acrescentando que “o dinheiro está a ir para alguns dos mesmos interesses”, como “a banca” ou as “parcerias público-privadas”.

    “Iludam-se aqueles que acham que a resposta está em soluções políticas que visam retomar a política do sistema”, atira Inês Sousa Real.

    A porta-voz do PAN prossegue lembrando que eleger em Setúbal é um dos objetivos nestas legislativas. “Este distrito é absolutamente prioritário”, assegura. “Queremos resgatar nas urnas aquele lugar que, por agenda pessoal, nos foi retirado”, sublinha Inês Sousa Real, numa clara referência a Cristina Rodrigues, dissidente do PAN, que ficou no Parlamento como deputada não-inscrita. “Só o PAN está à altura de dar resposta aos desafios deste distrito”, garante.

    Inês Sousa Real lembra também a pandemia e a “pressão” que esta causou no Serviço Nacional de Saúde. O setor é uma “prioridade” para o PAN, apontando Inês Sousa Real que “sucessivas consultas têm sido adiadas”.

  • Sondagem diária. PSD sobe, mas PS continua a 5,4 pontos de distância. BE em terceiro, Chega cai para mínimos

    Rui Rio subiu 0,4 pontos percentuais, mas é insuficiente para superar Costa. BE fica em terceiro, CDU em quarto e Chega atinge mínimo na sondagem da Pitagórica até agora. CDS sobe, conseguindo 2%.

    Sondagem diária. PSD sobe, mas PS continua a 5,4 pontos de distância. BE em terceiro, Chega cai para mínimos

  • Duas sondagens apontam para empate técnico entre PS e PSD, com ligeira vantagem para os socialistas. Três partidos disputam o terceiro lugar

    As sondagens da SIC e da RTP mostram um cenário de um empate técnico com ligeira vantagem para o PS. Terceiro lugar é disputado entre IL e Chega (6%). CDS, PAN e Livre correm o risco de desaparecer.

    Duas sondagens apontam para empate técnico entre PS e PSD, com ligeira vantagem para os socialistas. Três partidos disputam o terceiro lugar

  • Costa já só quer ficar em primeiro. E estende mãos a todos os lados

    Num dia não havia plano B, no outro deixou de haver outra coisa que não plano B. António Costa tem as cartas todas em cima da mesa e apesar de radicalizar o PSD, não lhe fecha a porta para o day after.

    Costa já só quer ficar em primeiro. E estende mãos a todos os lados

  • Apoiantes do PSD abrem caminho a apoiantes da Iniciativa Liberal no Porto

    “Não me lembro de ver tanta gente em Santa Catarina”. Em cima de uma varanda, Rui Rio diz que o “PS merece perder”. “113 anos depois, um presidente da Câmara do Porto pode ser primeiro-ministro”.

    [Pode ouvir aqui a reportagem da Rádio Observador com a campanha do PSD no Porto]

    Apoiantes do PSD abrem caminho a apoiantes da IL no Porto

  • Arruada 2/2 Jerónimo lembra que comunistas "têm dois dias para avisar toda a gente": "Não passarão agora como não passaram em 2015"

    Depois do Barreiro de manhã, o Chiado à tarde. Com Jerónimo a integrar o desfile nos últimos metros, na rua do Carmo, a CDU veio até ao Chiado fazer uma demonstração de força e vitalidade. E a mensagem agora é só uma: impedir a direita e a extrema-direita de crescer.

    Jerónimo de Sousa na intervenção no final do desfile no Chiado

    “Todos aqueles que hoje estão legitimamente preocupados com os projetos reacionários do PSD e do CDS, com a Iniciativa Liberal e o Chega, encontram aqui a mesma determinação que não os deixa passar agora como não passaram em 2015”, disse.

    E Jerónimo de Sousa tenta capitalizar de várias formas, dos que “estão preocupados com o crescimento de projetos reacionários” e aos que, sendo de esquerda, não querem ver o PS de mão dada com o PSD.

    E o objetivo é aproveitar cada oportunidade: “Temos dois dias para avisar toda a gente. Um deputado da CDU contará duplamente para derrotar a direita. É um deputado a menos na direita e não deixará passar a direita nem a extrema-direita, promovidos por projetos reacionários”.

    Com uma iniciativa que procura mostrar a vitalidade do partido e serve de balão de ânimo a Jerónimo de Sousa, o líder comunista pediu “a todos os portugueses que não faltem no dia 30”.

    Jerónimo voltou a caravana para o sprint final e está apostado em pedir todos os votos: “Que nenhum democrata fique em casa, vote nesta força de coragem e determinação”.

  • "Com maioria à esquerda, Governo será à esquerda. Claro que nunca será aprovado um Governo maioritário de direita, era o que faltava"

    No final da arruada na Morais Soares, onde recebeu palavras de apoio e também de preocupação sobre a hipótese de perder o terceiro lugar para o Chega (“continuamos em terceiro, as sondagens não são votos”, disse a uma idosa que a cumprimentava), Catarina Martins falou aos jornalistas para explicar a sua versão de voto útil: “É o voto no BE que desempata a vida política em Portugal, esse é que é o voto útil”. E insistir em colocar-se como adversária do Chega: “Cada deputado é menos um da direita à extrema-direita. Cada deputado do BE que entrar é um do Chega que não entra”.

    Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Ação de campanha de Catarina Martins, candidato pelo Bloco de Esquerda a primeiro-ministro. Arruada com Mariana Mortágua, Beatriz Gomes Dias e Pedro Filipe Soares Lisboa, 27 de janeiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

    FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

    E deixou uma garantia: “Se houver uma maioria à esquerda, o Governo será à esquerda. Claro que nunca será aprovado um Governo maioritário de direita, era o que mais faltava. Já o fizemos em 2015, sabemos bem o que dizemos”. Mesmo que possa haver um “acordo de cavalheiros” entre PS e PSD para deixar passar o Orçamento, como referia Augusto Santos Silva na CNN? “Não sei se ouviu a declaração por inteiro, eu ouvi. O que diz é que se houver uma maioria à esquerda é à esquerda que se vai negociar”, corrigiu.

    Campanhas para as eleições legislativas de 2022: Ação de campanha de Catarina Martins, candidato pelo Bloco de Esquerda a primeiro-ministro. Arruada com Mariana Mortágua, Beatriz Gomes Dias e Pedro Filipe Soares Lisboa, 27 de janeiro de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

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