A conta oficial de Telegram do parlamento ucraniano está a avançar que a central nuclear de Zaporíjia, a maior da Europa e uma das maiores do mundo, está “em chamas”. No vídeo em direto que tem sido transmitido na conta oficial de YouTube da central de energia é possível ver fumo a sair de algumas partes da estrutura.

Cerca de 150 estações de rádio europeias vão transmitir a música de John Lennon “Give Peace a Chance” ao mesmo tempo na sexta-feira, numa ação solidária contra a guerra na Ucrânia, anunciou esta quinta-feira a União Europeia de Radiodifusão (EBU).

[Abaixo, pode ouvir a música de John Lennon “Give Peace a Chance”]

A canção antiguerra composta pelo antigo membro dos Beatles poderá ser escutada em mais de 25 países, pelas 07h45 (hora de Lisboa), incluindo na Ucrânia. A Rádio Observador, juntamente com outras estações de rádio privadas europeias, também vai juntar-se à iniciativa.

“Os horrores da guerra contra a Ucrânia são mais evidentes a cada dia. A nossa solidariedade, a nossa humanidade e o nosso apoio são necessários”, disse a diretora da rádio regional RBB de Berlim, que iniciou o projeto, Patricia Schlesinger.

O produtor executivo da rádio ucraniana Channel One, Yurii Tabachenko, disse que era “extremamente importante” que a Europa estivesse “unida em torno da Ucrânia”.

A música “Give Peace a Chance”, lançada em 1969 pela Plastic Ono Band, foi gravada em Montreal (Canadá) durante o “Bed-in” de John Lennon e da esposa, Yoko Ono, pela paz no Queen Elizabeth Hotel.

Maksiim continua a praticar piano para o recital que ia ter em Donetsk. Pasha fez anos a bordo de um comboio de Kharkiv, para fugir das bombas. Há um teatro-abrigo em Lviv onde se cruzam duas “Ucrânias”.

No canal oficial de YouTube da central nuclear de Zaporíjia, a maior da Europa e uma das maiores do mundo, está a ser transmitido um vídeo em direto no qual é possível ver o lançamento daquilo que aparentam ser mísseis, além de confrontos no local.

Na página oficial da estação de energia, que está ligada a este canal de YouTube, têm sido publicados vários comunicados nos quais se afirma que a central nuclear está a “operar normalmente”. O vídeo foi partilhado também pelo The Guardian.

Forças russas conquistam a maior central nuclear da Europa no sudeste da Ucrânia

Continuam os alertas para a alegada desinformação, usada como arma nesta guerra. O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, denunciou no Twitter um suposto “espetáculo” que os russos estarão a montar na torre de televisão que tomaram em Kherson.

“As tropas russas providenciam ajuda humanitária enquanto falsos “habitantes” trazidos da Crimeia encenam uma “manifestação” falsa a a favor da união da região de Kherson com a Crimeia”. A Crimeia é a região que a Rússia já anexou, em 2014.

“Quando os russos não conseguem atingir objetivos reais, focam-se em cobertura televisiva falsa”, remata o governante ucraniano.

When Russians can’t achieve real goals, they focus on fake TV coverage. Having seized a TV tower in Kherson, they plan a show: Russian troops provide humanitarian aid while fake ‘locals’ brought in from Crimea stage a fake ‘demo’ in favor of Kherson region ‘uniting’ with Crimea.

— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) March 3, 2022

A Duma, a câmara baixa do Parlamento russo, recebeu hoje uma série de propostas sobre a invasão à Ucrânia, que serão votadas nos próximos dias.

Uma deles consiste no facto de os manifestantes contra a invasão russa à Ucrânia detidos acabem a lutar na frente de guerra. No entanto, de acordo com Dmitry Peskov, porta-voz de Vladimir Putin, esta opção é “improvável”, uma vez que o serviço militar é um “privilégio” e não um castigo.

Outra das propostas passa pela pena de prisão até 15 anos para quem difundir “deliberadamente informações falsas” sobre o exército russo, especialmente caso tenham “consequências socialmente perigosas”.

Nos últimos dias, o parlamento russo demonstrou preocupação por o que diz ser “a grande quantidade de desinformação” com que alguns setores da população estão a desacreditar e tirar prestígio às forças armadas russas.

A Agência Internacional de Energia Atómica disse que os trabalhadores de Chernobyl estão “sob pressão psicológica” e “exaustão moral”. Em comunicado, o diretor geral da organização, Mariano Grossi, aconselhou a que as forças russas deixem os funcionários ter direito ao descanso.

Mariano Grossi indicou que a Ucrânia perdeu o controlo da central nuclear e que a organização está agora a tentar “restabelecer a regulação legal” que certifique a “segurança de instalações nucleares”.

“Continuo muito preocupado sobre a situação que se está a deteriorar na Ucrânia”, sublinhou Mariano Grossi, que sinalizou que está apreensivo com as “centrais nucleares do país, que devem continuar a funcionar sem qualquer ameaça de segurança”.

Mariano Grossi avisou ainda que “qualquer acidente que resulte do conflito militar pode ter consequências extremamente sérias para as pessoas e para o ambiente na Ucrânia e no estrangeiro”.

A rua onde está localizada a embaixada russa em Vilnius, capital da Lituânia, vai passar a chamar-se “rua dos heróis ucranianos”.

O autarca de Vilnius, Remigijus Simasius, chamou “nazi” a Vladimir Putin, salientando que “queria dizer” ao Presidente russo que “os ucranianos realmente existem” e que são “verdadeiros heróis”.

“Esta placa na embaixada russa vai lembrar a Putin que Haia [cidade em que está o Tribunal Penal Internacional] está à sua espera”, afirmou.

Depois de ter sido noticiado, esta tarde, que Emmanuel Macron disse a Vladimir Putin, num telefonema, que está a cometer um erro grave e que está a “mentir a si próprio”, o presidente francês publicou um tweet em que fala sobre a conversa.

Segundo Macron, durante a conversa Putin “recusou parar os ataques na Ucrânia”. Macron, que tem tido um papel ativo nos esforços diplomáticos, promete manter “esforços e contactos” para evitar que “o pior” aconteça.

I spoke to President Putin this morning. He refuses to stop his attacks on Ukraine at this point. It is vital to maintain dialogue to avoid human tragedy. I will continue my efforts and contacts. We must avoid the worst.

— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) March 3, 2022

Foram palavras fortes do chefe dos serviços de inteligência russo, Sergei Naryshkin. Numa entrevista citada pela Reuters, o alto responsável disse que o mundo está numa “guerra bem quente” e não “uma guerra fria”, aludindo também ao “colapso do mundo unipolar”, referindo-se diretamente aos EUA.