Donald Trump publicou há pouco um vídeo no Twitter a falar, na primeira pessoa, do seu estado de saúde, para contrariar as notícias que dão conta de uma situação delicada. E garante mesmo que espera “voltar em breve”.

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— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) October 3, 2020

No vídeo de quatro minutos, o presidente dos EUA agradece a todos os profissionais de saúde e ao Centro Médico Walter Reed, onde está internado, e garante estar a fazer tudo para sair rapidamente. “Estou a começar a sentir-me bem, os próximos dois dias vão ser um teste”.

“Voltarei em breve”. Um promessa de Trump depois de explicar que “não estava muito bem” quando se dirigiu ao Centro, mas que agora está “muito melhor” e convencido que vai conseguir “terminar a campanha” eleitoral. “Vamos vencer este coronavírus ou que que lhe queiram chamar”, diz.

Também agradeceu as mensagens recebidas de líderes mundiais, dizendo-lhes que sabem bem o que está a passar: “Como líderes temos de enfrentar os problemas”. Aproveitou mesmo para afirmar que sempre se recusou a ficar fechado na Casa Branca. “Não tinha escolha. Não queria ficar na Casa Branca, tinha essa hipótese (…) mas não consigo. Eu tinha de estar fora”.

Também garantiu que a primeira dama está a recuperar bem, dentro do que era esperado para a sua faixa etária, explicou gracejando: “Ela é um bocadinho de nada mais nova do que eu” (têm 24 anos de diferença).

O ex-governador de Nova Jérsia, Chris Christie, decidiu isolar-se em internamento num hospital depois de ter testado positivo para o coronavírus.

Christie foi uma das pessoas que mais contactaram com Donald Trump na última semana, uma vez que foi um dos conselheiros que o ajudaram a preparar-se para o debate da última terça-feira com Joe Biden.

Este sábado, o ex-governador anunciou que tinha testado positivo para o coronavírus.

Mais tarde, anunciou nas redes sociais que tomou a decisão de se internar no Centro Médico Morristown, na Nova Jérsia.

“Embora esteja a sentir-me bem e só tenha sintomas ligeiros, devido ao meu historial de asma decidimos que esta era uma medida de precaução importante”, afirmou.

Christ Christie foi também uma das pessoas presentes na cerimónia de nomeação de Amy Coney Barrett como juíza do Supremo Tribunal, nos jardins da Casa Branca — um evento onde muitos convidados não usaram máscara e estiveram próximos, e que está a ser apontado como uma das potenciais fontes do surto que está a afetar vários elementos da Casa Branca, incluindo Trump.

O chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, revelou que o presidente dos EUA passou um período “muito preocupante” na última sexta-feira e que as próximas 48 horas “serão críticas”. Declarações que confirmam oficialmente que a conferência de imprensa desta tarde da equipa médica que acompanha Trump tinha sido comedida na descrição da situação clínica.

Conley revelou também que teve “indicações clínicas” da Covid-19 ainda na tarde de quinta-feira, mais cedo do que tinha sido anunciado.

Continuam a surgir nos jornais norte-americanos informações que contradizem o que foi dito na conferência de imprensa dos médicos de Trump.

De acordo com o The New York Times, que cita duas fontes próximas da Casa Branca, o Presidente norte-americano teve dificuldade em respirar na sexta-feira, o que levou a equipa médica a decidir administrar-lhe oxigénio suplementar.

Esse agravamento de sintomas esteve também na origem da decisão de transferir Trump para o hospital — onde o Presidente pode ser tratado com recurso a equipamentos médicos mais sofisticados e assistido mais rapidamente por especialistas.

O médico presidencial, Sean Conley, tinha, horas antes, dito que Trump tinha registado sintomas ligeiros, como tosse e uma febre ligeira, mas não dificuldades respiratórias.

A conferência de imprensa para atualizar as informações de saúde do presidente dos EUA deixou mais dúvidas do que certezas. O Observador ouviu e deixa-lhe aqui a análise das contradições detetadas nas informações da equipa médica face ao que já tinha sido anunciado quando Donald Trump foi diagnosticado com Covid-19.

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