Momentos-chave
- Montenegro vai conseguir governar sem o Chega?
- Imprensa espanhola destaca vitória “mínima” da AD e avanço da extrema-direita
- Imprensa europeia destaca ascensão de extrema-direita e instabilidade
- Imprensa britânica destaca incerteza sobre governação em Portugal
- Resultados finais: AD consegue ligeira vantagem face ao PS. Chega elege 48 deputados
- "A minha expectativa é que o PS e o Chega não constituam uma maioria negativa para impedir o governo da AD"
- Ventura promete lutar pela "estabilidade" e volta a admitir um acordo sem pessoas do Chega: "Tudo farei para evitar governo do PS"
- Luís Montenegro já discursa: "Parece incontornável que a AD ganhou as eleições e que o PS perdeu as eleições"
- Rui Rocha quer continuar na liderança da IL, apesar de não ter atingido objetivo: "Sinto-me com enorme energia para continuar"
- Pedro Nuno diz que haverá "pressões" mas diz que "não estava a pensar no Presidente da República
- Rui Rocha sublinha mais 40 mil votos na IL, mas diz que será preciso esperar pela nova composição do Parlamento
- “Tenho dificuldade em perceber a grande vitória que vai na Santana à Lapa”, diz Pedro Nuno
- "Não é a nós que têm de pedir para suportar um Governo"
- Pedro Nuno: "A direita e a AD que não conte com o PS para governar"
- "Não podemos manter o país em suspenso mais 15 dias", diz Pedro Nuno sobre resultados
- Rui Tavares: "Espero que Luis Montenegro saiba que se der a mão ao Chega este vai acabar a devorar-lhe o braço"
- Pedro Nuno diz que "há muitos portugueses zangados" e que o caminho do PS "começa agora"
- Pedro Nuno assume derrota "apesar de resultado tangencial": "O PS será oposição"
- Ovação no PS à entrada de Pedro Nuno na sala para a delaração. Grita-se "fascismo nunca mais"
- Ventura: "A menos que o PSD se vergue a ela, começaremos amanhã a libertar Portugal da extrema-esquerda"
- Mortágua "ainda não" falou com Pedro Nuno esta noite. Bloco espera por contagem final
- "Não passarão", grita-se no Thalia. Rui Tavares diz que "maré alta" da extrema-direita chegou, mas quer combatê-la
- Ventura diz que Chega é "peça central" e que "só um líder e partido muito irresponsável deixará PS governar"
- Ventura acusa Marcelo de ter procurado à "última hora condicionar o voto dos portugueses" e critica comunicação social e sondagens
- Ventura: "Esta é a noite em que acabou o bipartidarismo em Portugal"
- Mariana Mortágua: "Seremos parte de qualquer solução que afaste a direita do governo"
- Mortágua: "Seremos parte de qualquer solução que afaste a direita do governo"
- Nuno Melo: "A Aliança Democrática venceu as eleições"
- CDU promete "continuar a luta", apesar de admitir querer "estar em melhores condições"
- Festeja-se a eleição do oitavo deputado da IL, o líder parlamentar Rodrigo Saraiva
- Joana Cordeiro, reeleita deputada da IL em Setúbal, sobre Rui Rocha: “Já não há qualquer dúvida sobre a liderança”
- Raimundo reconhece a "redução" da representação da CDU. Consegue (ainda) menos deputados do que em 2022
- Paulo Muacho é o quarto deputado eleito pelo Livre. Teatro Thalia irrompe em aplausos
- "O resultado da AD constitui um fator negativo" para trabalhadores e o povo, começa Raimundo
- Bloco regista "cenário indefinido" e diz que os seus deputados "farão parte de qualquer solução que se avizinhe, sendo possível"
- Isabel Mendes Lopes eleita pelo Livre por Lisboa. Rui Tavares ladeado por dois parlamentares na Assembleia da República
- Costa e a Influencer: "Quando a Justiça quiser conversar comigo sobre esse caso, estou às ordens"
- AD vence Porto por 1.012 votos e elege mais um deputado do que o PS
- Festa na sede da IL com a reeleição de Joana Cordeiro, por Setúbal
- ADN vai ter direito a subvenção por ter mais de 50 mil votos
- Costa diz que "é em função da composição da AR que se geram soluções de Governo"
- Gritos no Bloco, que reelege Joana Mortágua por Setúbal
- Costa: Se houver derrota e" for preciso alguém para assumir responsabilidade estou cá eu"
- IL elege deputado pela primeira vez em Aveiro: Mário Amorim Lopes vai para o Parlamento
- Costa atribui crescimento do Chega também a "situação de sobressalto e dúvidas judiciais"
- Apesar das projeções, no Bloco canta-se e grita-se por Mortágua: "Se o senhorio não tem juízo/Luta com a Mortágua"
- Chega ultrapassa um milhão de votos e está com 18,23% dos votos
- Santiago Abascal, do Vox, felicita Ventura pelo resultado do Chega
- Contagem encerra em Braga. AD ganha distrito, PS perde três deputados e Chega ganha três
- "Tudo indica que não é provável que se saiba hoje o resultado final", avisa Costa
- Livre consegue grupo parlamentar. Rui Tavares reeleito como deputado à Assembleia da República
- Com 98% das freguesias apuradas, PS e AD taco-a-taco na eieição de deputados e em número de votos
- Livre elege primeiro deputado. Jorge Pinto eleito pelo círculo eleitoral do Porto
- Contagem terminada em Faro: Chega vence distrito com três deputados, PS perde dois
- Climáximo diz que vitória da AD "representa ascensão do negacionismo climático"
- Rui Rocha eleito em Braga, aplausos na sede da IL
- Medina diz que é preciso esperar por contagem final e diz que "quadro levanta complexidades à direita"
- Empate a três em Santarém. PS vence distrito mas perde dois deputados, Chega ganha dois em relação a 2022
- Vila Real: AD vence distrito, PS perde um deputado face a 2022 e Chega ganha um. ADN em quarto
- No Bloco festeja-se com gritos e aplausos a eleição de Marisa Matias
- Todos os votos contados na Guarda. AD recupera distrito, Chega elege e socialistas perdem um deputado
- Manifestantes pelo clima acabaram de atingir quartel-general da AD com tinta
- IL. “Importante é que AD e IL tenham mais votos que esquerda unida”, diz André Abrantes Amaral
- Contagem terminada em Beja. CDU não elege; PS, Chega e AD com um deputado cada um
- "Uma noite de vitória, um dia de mudança." Nuno Melo eleito e CDS-PP de regresso ao Parlamento
- Ana Catarina Mendes diz que PS "deve fazer oposição fortíssima ao que aí vem que se antevê que não seja bom"
- Primeiros aplausos no quartel-general da CDU. "O povo português vai precisar de uma CDU forte para enfrentar a direita"
- Eleições portuguesas fazem manchete nos jornais internacionais, que destacam crescimento da extrema-direita
- "PS deve preparar-se para liderar oposição", diz Alegre que revela "tristeza" com resultado do Chega
- Número dois do Livre por Lisboa repete que partido será parte da oposição se direita formar Governo
- Projeções mostram que "CDU resiste" e fica no Parlamento. Mas "será preciso tirar conclusões"
- Cabeças de lista da AD e do PS no Porto eleitos. Chega elege primeiro deputado
- Ventura atira ao Presidente da República: "Portugueses deram uma lição de democracia também a Marcelo Rebelo de Sousa"
- Jose Luís Carneiro também já foi eleito deputado
- PS elege primeiro deputado: Elza Pais, cabeça de lista de Viseu
- Hugo Soares fala em vitória da AD: "Projeções apontam sobretudo para um grande sentimento de mudança no país"
- "O PS tem a obrigação de liderar a oposição", diz João Torres que avisa: "Ninguém espera que o PS viabilize orçamentos da direita"
- Ventura assinala "fim do bipartidarismo", mostra-se "disponível" para construir um governo de direita e pede responsabilidade
- No Teatro Thalia já se festeja. Sondagens apontam para a eleição de 4 a 6 deputados pelo Livre
- Leitão Amaro da AD é o primeiro deputado a ser eleito
- João Torres assume que projeções apontam para PS como "segunda força política", mas aguarda distribuição de mandatos
- Cautela no Fórum Lisboa. Com projeções ambíguas, Bloco faz contas de cabeça
- Silêncio total no quartel-general da CDU. Olhos colados às televisões enquanto se espera por Paulo Raimundo
- Catarina Martins: "A Mariana é a líder mais bem preparada que este país tem", resultado bom será "crescer"
- Aplausos na Iniciativa Liberal para primeiras sondagens que apontam vitória da AD e derrota do PS
- Com mais de 41% dos votos contabilizados, AD vai à frente com 34%. PS com 29%, Chega com 19%
- Quartel-general do Chega em festa. Pedro Pinto festeja "noite histórica" e um "grande resultado"
- Grita-se "PS" no Altis quando saem as projeções
- Quartel-general da AD irrompe em aplausos
- Projeção da CMTV: AD à frente mas em empate técnico com PS
- Projeções da Católica para RTP dá vitória à AD mas a margem mínima é igual à máxima do PS
- Projeção do ISCTE para a SIC dá vitória à Aliança Democrática entre os 28 a 32%. Chega pode superar 20%
- Rui Tavares chega ao Teatro Thalia "confiante" e antevê "noite longa" com muitos mandatos a ser decididos nas últimas contagens
- Gonçalo da Câmara Pereira (PPM) já se juntou à AD e desvaloriza não ter estado na campanha ao lado de Montenegro
- IL reage à abstenção lembrando a proposta para não desperdiçar votos: "Esperemos que não sejam votos de protesto"
- PS regista "com satisfação" a descida da abstenção e elogia que as pessoas usem "o voto como arma principal"
- Livre diz que baixa da abstenção favorece "legitimidade do próximo Parlamento e Governo", mas nota "onda de desinformação" na campanha
- Bloco diz que dados sobre participação são "positivos" e espera ter uma "noite boa e com esperança à esquerda"
- Louçã diz que vitória do Bloco é "ter mais votos" que em 2022. Aumento da participação é "excelente notícia"
- PAN: "Descida da taxa de abstenção é uma vitória de todos nós"
- Chega "extremamente satisfeito" com queda de valores da abstenção
- Pedro Nuno chega ao Altis "contente", mas cauteloso: "As urnas ainda estão abertas, vamos ter calma"
- Urnas encerram em Portugal Continental e na Madeira
- Montenegro diz que ainda não tem "nenhum discurso preparado": "Não vale a pena antecipar"
- CNE participa ao Ministério Público sobre declarações de José Sócrates
- "É um bom sinal". CNE destaca maior participação nas eleições face a 2022
- Votaram 51,96% dos eleitores até às 16h
- PS critica que "em dia de eleições" haja "uma força política em campanha eleitoral, violando todas as regras da democracia"
- Ramalho Eanes avisa que o "mundo promete ficar pior" e que é necessário "preparar o país"
- CNE fala sobre pedido da AD: "É um debate fora de tempo. Não é no dia das eleições criando perturbação no ato eleitoral"
- "Há centenas de pessoas a pedir para repetir voto", diz secretário geral do PSD
- Albuquerque acredita que crise política não afastará madeirenses das urnas
- ADN apresenta queixa à CNE contra AD por interferência eleitoral
- Votaram 25,21% dos eleitores até às 12h
- António Costa: "Percebo o nervosismo [do Eusébio] quando estava sentado na bancada"
- André Ventura: "Não nos podemos queixar depois se hoje não mostrarmos a nossa voz"
- Sócrates vota, revela que votou em Pedro Nuno Santos e diz que "há muitos anos que não votava tão convictamente"
- Pedro Nuno Santos já votou: "Este é o dia maior da nossa democracia"
- Augusto Santos Silva também já votou e sublinha: "Hoje falará o povo"
- Luís Montenegro diz-se tranquilo com as eleições: "É um dia marcado pela alegria, pela esperança e pelo futuro"
- Nuno Melo: "Temos de diminuir a abstenção o mais possível"
- Inês Sousa Real já votou e diz que "a bola está do lado dos eleitores"
- Mariana Mortágua acredita que os portugueses vão votar "com convicção": Temos de celebrar a democracia que conquistámos há 50 anos"
- Rui Tavares reconhece que a abstenção é "sempre uma preocupação"
- Paulo Raimundo já votou: "Estamos nos 50 anos do 25 de Abril, é um bom momento para afirmar Abril"
- Rui Rocha vota em Braga. "As expectativas são as melhores. É o dia de os portugueses manifestarem a sua vontade democrática"
- Votação está a decorrer "com normalidade", diz a CNE
- Os números que lançam este dia: 10.819,122 eleitores, 230 deputados, 24 milhões de euros e 18 partidos
Histórico de atualizações
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Bom dia, passámos a seguir o pós-eleições neste outro artigo em direto.
Ventura reitera que Chega não tem de estar no governo, mas tem de haver “convergência” sobre nomes
Obrigada por nos acompanhar. Até já!
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Montenegro vai conseguir governar sem o Chega?
A vitória tangencial da AD e o resultado histórico do Chega põem em causa a estabilidade governativa. Com Montenegro a insistir no “não” a Ventura, como vai o líder do PSD garantir a governabilidade?
Ouça aqui o novo episódio do podcast “A História do Dia”.
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Imprensa espanhola destaca vitória “mínima” da AD e avanço da extrema-direita
A imprensa espanhola destaca hoje a vitória “mínima” da Aliança Democrática (AD) em Portugal nas eleições de domingo e o crescimento da extrema-direita, que põem fim ao “ciclo socialista” liderado por António Costa.
“As direitas impõem-se em Portugal”, lê-se na primeira página da edição impressa do El Pais, num texto em que o jornal diz que “o ciclo socialista parece ter chegado ao fim em Portugal” depois de uma “vitória ajustadíssima” da AD e “quase um empate técnico” entre a aliança de centro-direita e o Partido Socialista (PS).
Já na edição na Internet, o El Pais tem como título: “O centro-direita ganha por mínimos em Portugal e os ultras reivindicam entrar no Governo”, numa referência ao Chega.
O El Mundo, outro jornal nacional espanhol, dedica dois artigos a Portugal na edição online, onde escreve, num dos títulos: “Portugal com empate técnico. E agora?”
O jornal escreve que Portugal pode viver “semanas de incerteza” em relação ao novo Governo se o líder do PSD, Luís Montenegro, que conseguiu uma “vitória mínima”, “mantiver o compromisso de não fazer acordos com a direita radical do Chega”.
O El Mundo sublinha que “a direita dura do Chega disparou de 7,2% para 18% dos votos e superou um milhão de votos”.
Na Catalunha, o jornal La Vanguardia escreve, na primeira página, que “as direitas impõem-se em Portugal face ao retrocesso socialista” e sublinha a duplicação de votos na extrema-direita.
“Portugal virou ontem à direita pelo carril do extremismo depois de uma contagem renhida até quase ao último voto”, lê-se no La Vanguardia.
Na Galiza, o La Voz de Galicia destaca na primeira página da edição impressa o “empate nas eleições portuguesas” e a vitória “mínima” da AD de Montenegro, que “tentará formar governo”.
O jornal destaca também que o Chega “quadruplicou os deputados” que tinha na legislatura anterior.
A televisão pública nacional espanhola (RTVE) tem na página na Internet o título: “Os socialistas concedem a vitória à coligação conservadora no meio de um empate técnico”.
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Imprensa europeia destaca ascensão de extrema-direita e instabilidade
A imprensa europeia em Bruxelas destaca hoje a ascensão da extrema-direita em Portugal nas eleições legislativas de domingo, com “nova vaga dos populistas”, apontando que a viragem à direita, que venceu os socialistas, é feita com instabilidade parlamentar.
Na newsletter da manhã “Europe Express” do jornal britânico Financial Times, com foco em assuntos europeus, lê-se que “a oposição de centro-direita de Portugal ganhou as eleições parlamentares de ontem [domingo], mas não conseguiu a maioria, uma vez que o apoio ao partido de extrema-direita Chega aumentou, tornando-o num potencial fazedor de reis”, tendo grande influência na formação de Governo.
Por seu lado, na newsletter da agência de notícias financeira Bloomberg também focada na ‘bolha’ europeia, lê-se que “o rápido crescimento das forças de direita na Europa continuou ontem [domingo] em Portugal, quando o partido de extrema-direita Chega quadruplicou a sua representação no Parlamento”.
“A aliança de centro-direita – AD – obteve o maior número de lugares, derrotando os socialistas, cuja quota de votos caiu, enquanto o Chega conseguiu um forte resultado de terceiro lugar, assegurando cerca de 50 lugares”, acrescenta.
Já o jornal online Politico escreve na sua newsletter designada “Brussels Playbook” que, “após quase nove anos no poder e de um escândalo de corrupção que manchou o governo de António Costa, os eleitores portugueses castigaram os socialistas”, com “viragem à direita”.
Relatando os resultados provisórios de domingo, o Politico aponta que “não há uma maioria clara para nenhuma das forças tradicionais”, antevendo que, “após consultas com os líderes partidários, o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, deva convidar [Luís] Montenegro a formar governo”.
Ainda assim, de acordo com Politico, “a turbulência está à porta”, dado que a AD não conquistou maioria absoluta e Luís Montenegro sublinhou que não faria qualquer acordo político com a extrema-direita.
Este jornal fala ainda num “mau dia para os socialistas” nacionais e europeus, dado que agora apenas governam em apenas quatro dos 27 Estados-membros da União Europeia.
O jornal online Euractiv, parceiro da Lusa, aponta na sua newsletter focada em temas dos Estados-membros europeus “The Capitals” que “o eleitorado português não respondeu aos apelos para um voto útil nas eleições legislativas de domingo, resultando no parlamento mais fragmentado de sempre e com o Chega, de extrema-direita, a ser o grande vencedor”.
“O Chega, de extrema-direita, quadruplicou o seu poder e ainda não se sabe se as forças dominantes o vão isolar”, adianta o Euractiv.
Na mesma linha, o jornal diário belga Le Soir salienta na sua página na internet que, em Portugal, “o parlamento vira-se para a direita, com a extrema-direita em terceiro lugar”.
“A três meses das eleições europeias, estas eleições, precipitadas pela demissão do primeiro-ministro cessante António Costa, que não se recandidatou, confirmam que a extrema-direita está a ganhar terreno no Velho Continente”, a Europa, escreve o Le Soir.
O também jornal belga La Libre indica que “Portugal vira-se para a direita com a ascensão dos populistas”, enquanto a emissora de rádio e televisão pública belga, RTBF, fala numa “vitória apertada do centro-direita e forte impulso populista”.
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Imprensa britânica destaca incerteza sobre governação em Portugal
A viragem do país para a direita nas eleições legislativas portuguesas de domingo são hoje motivo de notícia nas páginas eletrónicas de vários jornais britânicos, que destacam a incerteza em relação ao próximo governo.
O jornal The Times refere que o líder do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, concedeu a derrota ainda no domingo “apesar de uma margem muito pequena” e destaca que o Chega, de extrema-direita, quadruplicou o número de deputados.
“O resultado representa um ganho significativo para a direita na União Europeia, onde partidos de direita venceram eleições ou aderiram a coligações em Itália, Grécia, Suécia e Finlândia nos últimos dois anos”, salienta o jornal.
O Times prevê que a Alternativa Democrática “poderá tentar formar um governo minoritário sem o Chega que pode ser instável” pois dependeria da abstenção do PS em votações importantes.
O jornal The Guardian refere que o líder do PSD, Luís Montenegro, o principal partido da Aliança Democrática, vai estar sob “pressão considerável do seu próprio partido para chegar a um acordo com o partido de extrema-direita para ajudar o PSD a chegar ao governo”.
“Mesmo com o apoio da Iniciativa Liberal, de menor dimensão, de centro-direita, qualquer potencial governo minoritário liderado pela Aliança Democrática provavelmente ainda teria de contar com o apoio do Chega para aprovar legislação, deixando a sua estabilidade nas mãos da extrema direita”, observa.
O site da estação BBC salienta que “o centro-direita de Portugal reivindicou uma vitória eleitoral estreita, mas tem poucas hipóteses de formar um governo maioritário” e que o país acabou com “o parlamento mais fragmentado desde o fim da sua ditadura, há meio século atrás.”
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Resultados finais: AD consegue ligeira vantagem face ao PS. Chega elege 48 deputados
Os resultados finais das eleições legislativas em todos os círculos eleitorais do território nacional e das regiões autónomas foram divulgados. Em termos de deputados e em números de votos, a Aliança Democrática (juntamente com o PSD/CDS na Madeira) conseguiu uma ligeira vantagem face ao PS.
Em termos de votos, a AD conseguiu superar em 55.050 votos o PS.
- AD: 29,49%; 79 deputados
- PS: 28,63%; 77 deputados
- Chega: 18,06%; 48 deputados
- Iniciativa Liberal: 5,08%; 8 deputados
- Bloco de Esquerda: 4,46%; 5 deputados
- CDU: 3,30%; 4 deputados
- Livre: 3,26%; 4 deputados
- PAN: 1,63; 1 deputado
- ADN: 1,63%; 0 deputado.
Para esta contabilização, faltam ainda os círculos eleitorais da Europa e da Fora da Europa.
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Lisboa. PS vence e elege 15 deputados, AD fica logo atrás com 14
Em Lisboa, o último distrito a fechar a contagem de votos, o PS venceu com 27,73% dos votos e conseguiu eleger 15 deputados, uma queda de seis mandatos face a 2022. A AD fica em segundo lugar, logo atrás, com 27,03% e 14 deputados (mais um do que há dois anos).
Em terceiro lugar permanece o Chega, com nove deputados (mais cinco face às legislativas anteriores). Destaque ainda para o Livre que em Lisboa perde um deputado. Em sentido contrário está a Iniciativa Liberal, que ganhou um.
Eis os resultados finais do distrito de Lisboa:
- PS: 27,73%
- AD: 27,03%
- Chega: 17,02%
- IL: 6,58%
- Livre: 5,47%
- BE: 4,96%
- CDU: 3,74%
- PAN: 2,49%
- ADN: 1,45%
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Montenegro não fala sobre futuro governo
A terminar, Luís Montenegro é desafiado se pretende ou não incluir CDS, PPM e, eventualmente, a Iniciativa Liberal no Governo.
“Teremos oportunidade de falar com o Presidente da República. Nessa altura irei esclarecer esses e outros assuntos que tenham que ver com a orgânica do futuro governo.”
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PS: "Não vamos suportar um governo da AD"
Pedro Nuno Santos garante que “será o líder a oposição”. Afirma que “não há tantos portugueses xenófobos e racistas, mas há muitos zangados” e quer “reconquistar a confiança dos que votaram chega”.
Pedro Nuno Santos: “Não criaremos obstáculos mas não vamos suportar um governo da AD”
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"A minha expectativa é que o PS e o Chega não constituam uma maioria negativa para impedir o governo da AD"
Luís Montenegro é desafiado a dizer se espera ou não que o Chega possa fazer cair um governo da AD — Montenegro não responde. A seguir, o líder social-democrata pede responsabilidade ao PS.
“O PS teve muito menos votos e muito menos mandatos. A minha expectativa é que estejamos todos à altura daquilo que é servir o interesse do país e o interesse do povo português. O que se pede ao PS é que respeite a vontade do povo português. A minha expectativa é que o PS e o Chega não constituam uma maioria negativa para impedir o governo da AD.”
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Montenegro mantém cordão sanitário ao Chega: "Cumprirei a minha palavra"
“Assumi dois compromissos na campanha e naturalmente cumprirei a minha palavra. Nunca faria tamanha maldade de incumprir o meu compromisso”, promete Luís Montenegro.
Sobre o resultado — uma vitória renhida da Aliança Democrática –, o Luís Montenegro recorda que, há dois anos, houve maioria absoluta do PS.
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"Sabemos que o desafio é grande e que vai exigir grande sentido de responsabilidade", avisa Montenegro
“A mudança vai-se cumprir com um novo primeiro-ministro, novo governo e novas políticas. Sabemos que o desafio é grande e que vai exigir grande sentido de responsabilidade, grande capacidade de diálogo e tolerância democrática, mas temos de dar ao país e cumprir a base do programa que foi hoje sufragado”, continua Montenegro.
“Há todas as condições para acreditarmos em Portugal e nos portugueses. É possível que a nossa economia possa crescer mais, pagar mais e melhores salários para que os jovens não tenham de emigrar, é possível valorizar mais o esforço de quem trabalha, dar esperança aos jovens, estabilidade e justiça a quem está na vida e segurança e dignidade a quem não está na vida ativa”, enumera o líder social-democrata.
“Tudo isto é possível se houver vontade política. Temos vontade política e acreditarmos nas portuguesas e portugueses. Quem viabilizou o governo da AD foram os portugueses. Para termos governabilidade e estabilidade há que apelar ao sentido de responsabilidade de todos os que se vão sentar no Parlamento. É precisar exigir aos outros que cumpram a palavra do povo português.”
“É importante para a segurança dos portugueses e é importante que esse sinal [de estabilidade] seja apreendido pelo exterior”, avisa Montengro.
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"Preparemo-nos para a luta com muita força e muita convicção", diz ainda Pedro Nuno
Já depois das perguntas, Pedro Nuno Santos fica ainda mais uns minutos na sala para agradecimentos finais a quem esteve na caravana socialista nesta campanha. Sobretudo aos “militante do PS que fora inexcedíveis”, dizendo que o que fizeram foi “inesperado e surpreendente”.
[Ouça aqui a reportagem da Rádio Observador]
E repete: “Começa agora, temos de lutar por uma visão mais comunitária da vida”. “Temos de conseguir contrariar o hiper individualismo”, diz ainda repetindo a ideia de campanha que ainda “há portugueses que estão zangados” e que “muito provavelmente têm razões para estar zangados porque sentem que a sua vida não avançou”. E diz ao partido que se “prepare para a luta com muita força e convicção”.
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Acordos com o PSD? "Reflexão terá de ser feita na Comissão Política Nacional", diz Inês Sousa Real
A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, não exclui acordos com o PSD, mas repete que “há valores que não são negociáveis”.
A líder do partido, a única eleita nestas eleições, diz-se orgulhosa e deixa ainda críticas a Marcelo Rebelo de Sousa, acusando-o de contribuir para o aumento da “instabilidade política”.
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Ventura promete lutar pela "estabilidade" e volta a admitir um acordo sem pessoas do Chega: "Tudo farei para evitar governo do PS"
À saída da sala onde discursou, André Ventura respondeu aos jornalistas, reiterou que os portugueses “não quiseram dar uma maioria absoluta a ninguém” e sim um “governo dividido”.
“Os portugueses quiseram dizer ‘construam um governo com estas duas forças e é isso que eu tentarei fazer, os outros tomarão as suas ações”, garantiu o líder do Chega, que acrescentou ainda que o dirá também ao Presidente da República.
Perante os resultados, Ventura insiste que o Chega se tornou um “partido fundamental, que pode bloquear tudo, do qual dependerá o Orçamento do Estado”, mas “evidentemente” também um partido que pode fazer cedências porque “é um partido que será responsável”.
Ventura reiterou que “não haverá um acordo de incidência parlamentar”, mas deixa espaço para que o Chega não esteja no governo: “Mantém-se [ser lateral ter pessoas do partido no governo], o Chega está disposto a sentar-se à mesa e negociar um acordo de governo.”
“Amanhã tentarei levar a cabo os poderes que os portugueses hoje deram ao Chega”, garantiu, atirando para “amanhã” essa tentativa porque ainda tem de reunir os órgãos do partido. “Há uma coisa certa: não haverá acordo de incidência parlamentar, é um acordo de governo, sobre os detalhes desse acordo de governo falaremos nos próximos dias.”
Ventura garantiu ainda: “Tudo farei para evitar que o PS se mantenha no governo, se o PSD não quiser será uma escolha que o PSD fará e que poderá atirar o país para um cenário de instabilidade a breve trecho. Da nossa parte haverá uma luta para haver estabilidade.”
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Luís Montenegro já discursa: "Parece incontornável que a AD ganhou as eleições e que o PS perdeu as eleições"
Está a discursar Luís Montenegro. “É um privilégio estar aqui”, que fala ainda da “maturidade” demonstrada pelo povo português. “Felizmente estas eleições motivaram a adesão dos portugueses de participar nesta eleição.”
Montenegro deixa uma palavra para todos os que estiveram nesta campanha. “Todos juntos, com o debate que tivemos, temos colaborado para a recuperação da participação dos portugueses nestas eleições. É mérito de todos.”
“Parece incontornável que a AD ganhou as eleições e que o PS perdeu as eleições.”
“Os portugueses disseram que queriam mudar de governo, de políticas, que os grandes partidos possam apresentar-se de forma renovada, devem privilegiar mais o diálogo entre líderes e entre partidos.”
Montenegro diz depois que AD terá recuperado mais 200 mil votos e mais mandatos. “É minha expectativa fundada que o Presidente da República me possa indigitar para forma governo.”
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Rui Rocha quer continuar na liderança da IL, apesar de não ter atingido objetivo: "Sinto-me com enorme energia para continuar"
“Os próximos dias serão determinantes, mas sinto-me com enorme energia para continuar a defender as ideias liberais”, afirmou Rui Rocha, quando questionado sobre se tiraria consequências do facto de não ter atingido o objetivo que fixou, de aumentar de 8 para 12 deputados a representação do partido no Parlamento.
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Pedro Nuno declara "sintonia absoluta" com Carlos César quando questionado sobre carta a Marcelo
Questionado sobre as iniciativas de Carlos César que se queixou a Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Nuno Santos declarou: “podem ter a certeza que há uma absoluta sintonia entre secretário geral do PS e presidente é total”. Não quis comentar o que vai dizer ao Presidente da República: “O que vou dizer ao PR, vou dizer ao PR”.
O que falhou? “Não vou fazer nenhuma análise, vamos deixar quem passa horas a comentar o que fazemos e dizemos. O PS é um partido com grande história, muito forte, com respeito por todas as pessoas que lideraram o PS, os sucessos são de todos nós e as derrotas também, mas neste momento sou eu que estou a liderar”.
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Pedro Nuno diz que haverá "pressões" mas diz que "não estava a pensar no Presidente da República
Sobre as “pressões” de que falou Pedro Nuno Santos diz que não sabe de “onde vem e que não estava a pensar no Presidente da República”.
E não revela o que levará para dizer ao Presidente, assumindo apenas que o “pressuposto” de que parte o PS é de ter perdido estas eleições para a AD.
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Rui Rocha sublinha mais 40 mil votos na IL, mas diz que será preciso esperar pela nova composição do Parlamento
Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal, começou por felicitar Luís Montenegro e a AD que venceu as eleições.
Num primeiro balanço dos resultados, afirmou: “Crescemos em votação e em percentagem, mantivemos o grupo parlamentar, consolidámo-nos como quarta força política nacional. Conseguimos consolidar IL em portugal e ganhar a simpatia de mais 40 mil portugueses.”
“Estamos na estrada, no caminho de tornar Portugal mais liberal, vamos continuar a lutar por isso”, afirmou, na primeira reação oficial da IL mais de quatro horas depois de divulgadas as sondagens.
Sobre os cenários de governabilidade, prefere esperar: “Quanto ao cenário, as coisas ainda não estão clarificadas, teremos de aguardar composição final no parlamento. (…) Não será pela IL que não haverá uma solução estável de governação.”
[Ouça aqui as declarações na íntegra]