Recentemente, entrou mais um player “humano” para o processo de aprendizagem. Este intruso, a dita “Inteligência Artificial”, veio ocupar um espaço que se pensava não existir.

Segundo a UNESCO, apenas sete países em todo o mundo têm dedicado tempo de estudo, regulamentação e integração desse “estranho na sala”. Esses estudos têm-se dedicado ao papel da Inteligência Artificial na Educação, o papel do educador nesta interação e as competências que ambos, educadores e educandos, deverão dominar para que a integração do “estranho” seja efetiva.

Assim, tem sido entendido por estes países e, mais recentemente pela UNESCO, que o “intruso” deverá ser bem recebido, acarinhado e entendido como um convidado que vai adicionar muito valor à dinâmica.

Dos muitos desafios que este, agora convidado, encerra, tem a ver com a viciação dos resultados obtidos pelos nossos alunos nos diferentes tipos de métodos de avaliação.

Assumindo que este nosso convidado é bem-vindo, temos de procurar formas de o receber convenientemente. Uma forma de o fazer é educar aqueles que têm a responsabilidade de o bem receber – os educadores. Assim, a UNESCO acaba de lançar o que chamou “Estrutura de competências de IA para professores”. Aqui é explicado o que o educador deverá saber sobre Inteligência Artificial, especialmente a de tipo generativa, estruturado em diferentes níveis de proficiência, e como a utilizar em diferentes contextos.

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Mais uma vez, aqui a recomendação é integrar este terceiro membro, não só como “professor assistente virtual”, mas também como parceiro na conceção e correção das ditas avaliações. Para além de mais, nesta lógica de integração, refere que a utilização da IA em avaliações deve ser estimulada, evidentemente, com os respetivos cuidados.

Claro que o mercado não tardou em responder a esta necessidade disponibilizando já várias aplicações que atendem a esses propósitos.

Gostaria destacar o esforço do Ministério da Educação Inglês que vai disponibilizar, já este ano letivo, um instrumento de apoio a todos os professores ingleses munido de uma potente inteligência artificial. O “Aila” suportará a atividade docente em todas as suas vertentes: preparação de aulas, criação de materiais pedagógicos, criação de instrumentos de avaliação e auxílio na sua correção.

Já o “Jill Watson”, um esforço da Universidade da Georgia (USA) para a criação de um “Teaching Assistant” alimentado por IA, responderá a todas as questões de um determinado grupo de alunos sobre as matérias que estão a ser entregues. Assim, o Docente não terá de alimentar fóruns ou responder a chats colocando este “Assistant” ao seu serviço.

Portanto, aqui o desafio não é “como evito que os meus alunos usem IA para a resolução dos desafios que lhes lanço” mas sim “como incluir estes instrumentos como elementos essenciais no processo de avaliação”.

Outra recomendação (esta minha): não vale a pena adiar o inevitável. Toda a comunidade educativa vai ter de se habituar à ideia que este “convidado” já se instalou e veio para ficar. Portanto, todos nós devemos estar já à procura de capacitação nesta área. Como a encontrar?! Perguntem ao ChatGPT!