Não é preciso ser teólogo para afirmar, com alguma certeza, que os bons humoristas estão inexoravelmente condenados. Não, não é o que estão a pensar: não estão predestinados ao inferno, como aliás ninguém está, mas ao céu, que é o destino natural de todos os que fazem da alegria a sua forma de ser e estar neste mundo.

Nas caixas de comentários das redes sociais, há uma presença obrigatória: a dos ‘haters’, uns avençados que odeiam tudo e todos. O pior nem sequer são as suas razões sem razão, onde abundam as incoerências e as falsidades, mas o facto de que são, por regra, muito chatos. Como não são cristãos – a caridade é o sinal distintivo dos seguidores de Cristo – não sabem o que é a alegria, que é uma atitude genuinamente cristã.

Antes de prosseguir com este Requiescat in pace (RIP), devo confessar que não conheço pessoalmente o Ricardo Araújo Pereira (RAP). Apesar de certa vez se ter referido criticamente a uma crónica minha, salvo erro no Governo Sombra, admiro-o desde o seu magistral sketch do “homem que parece que aconteceu não sei o quê”. Não concordo com tudo o que diz, mas aprecio a sua graça e bom humor e é, precisamente por esta sua tão grave culpa, que temo que esteja inexoravelmente condenado. Ao céu, claro!

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