É já no sábado que se realizam as eleições para os órgãos de direção do Futebol Clube do Porto. É um momento de escolha sobre o futuro que queremos para o nosso clube.
Pela minha parte, voltarei a confiar o meu voto a Pinto da Costa. Nos últimos 42 anos, o presidente tem feito dessa confiança um excelente uso, transformando o FCP no grande clube desportivo da democracia portuguesa. O sucesso desportivo do nosso Porto não tem comparação em Portugal e mesmo à escala mundial, fazendo de Pinto da Costa o presidente mais titulado de sempre. É obra!
Proponho-me, por isso, a partilhar os critérios em que se baseia a minha opção.
Em primeiro lugar, valorizo as provas dadas. Julgo que se trata de um aspeto indisputado. Pinto da Costa provou, em toda a sua vida e carreira, rigor, ambição, dedicação e paixão ímpares pelo FCP, que nunca trocou, em nenhum momento, por outros projetos, legítimos que fossem. Para ele, nenhuma ambição foi, em nenhum momento, maior do que o seu amor ao FCP.
Em segundo lugar coloco a coragem. Hoje, como sempre, o nosso clube está rodeado de adversários poderosos. Vejo Pinto da Costa sempre com a mesma combatividade em defesa do FCP e vejo no seu adversário mais energia nesta disputa interna do que na defesa do Porto perante os seus adversários. Faz toda a diferença. Não quero para o Porto um presidente que só levanta a voz para atacar outros portistas.
Em terceiro lugar, realço o grupo de trabalho. Notável, a capacidade que Pinto da Costa mostrou de se rodear de uma equipa renovada, de gerações muito diversas, com pessoas com invejável currículo profissional, que aceitam servir desinteressadamente o clube. Marta Massada, António Oliveira, João Rafael Koehler, Vítor Baia, Vítor Hugo, Nuno Namora, Rita Moreira, entre tantos outros, dão todas as garantias de competência e de portismo. A liderança do Conselho Superior pelo Cardeal D. Américo Aguiar dá também um sinal fortíssimo de envolvimento com a sociedade. Cereja no topo do bolo, a concretização da renovação do contrato com Sérgio Conceição, exemplo maior do estado de espírito que alimentou as nossas vitórias nestas décadas. Será que é razoável trocar tudo isto pela ilusão de um diretor desportivo recrutado fora do país, mesmo que o seu nome comece pela letra Z?
Finalmente, destaco o projeto. Pinto da Costa mostrou nestas eleições que tem clara consciência dos exigentes desafios que se colocam à manutenção do FCP na senda do sucesso. Mas, em vez de lamúrias inúteis e de críticas que só provocam divisão, apresenta propostas concretas e soluções cuja execução está à vista de todos.
Sei que grande parte dos sócios do nosso clube não conheceu outro presidente que não Pinto da Costa. Podem pensar que o nosso sucesso está garantido à partida. Nada mais falso. Tive de esperar pela adolescência para ver o meu clube campeão. Mas valeu a pena. Com Pinto da Costa vivemos dias felizes, com que alguns de nós nunca tinham sonhado. Ele sonhou por nós e contribuiu com o seu talento, o seu trabalho e a sua paixão, para transformar o FCP num dos maiores baluartes do desporto mundial.
As dificuldades desta época desportiva, também agravadas pelo divisionismo alimentado dentro do clube, levam muitos ao desânimo. Mas essa não é a alma do Dragão. Lembremos Nietzche: “O que não me mata torna-me mais forte”.
Temos o enorme privilégio de continuar a contar com Pinto da Costa. Vamos aproveitá-lo. Sempre pelo Porto.
Manuel Pizarro, médico, sócio nº 26.042