“O processo [da memorização] começa com a atenção”, disse Michele Brennan, neuropsicóloga, no blogue Psychcentral. Se alguém estiver a falar consigo e não estiver a prestar atenção à conversa dificilmente se vai lembrar do que lhe foi dito. Pode parecer lógico, mas a memória só se poderá formar se o cérebro receber os estímulos suficientes para registar essa informação.

Quando ouvimos um som, observamos o ambiente ou tocamos num objeto, os nossos sentidos vão recolher informação que é enviada ao nosso cérebro e armazenada por um grupo de neurónios específicos. Quando precisamos de reviver essa memória, esses neurónios comunicam entre si. A comunicação será tanto melhor quanto mais saudáveis estiverem esses neurónios.

Um estudo, feito no 2000, com taxistas e condutores de autocarros britânicos mostrou que quatro anos a conduzir pelas 25 mil ruas de Londres aumentavam o hipocampo, a região do cérebro responsável pela memória. Conseguir memorizar os mapas de Londres fez com que os neurónios destes condutores criassem mais ligações entre eles (conexões sinápticas) que melhoram a comunicação. O mesmo tipo de ligações que se formam quando tentamos decorar alguma coisa ou relacionar um nome a uma cara.

Estar pouco atento ao mundo que nos rodeia, implica que tenhamos menos ou piores memórias. Por isso é que pessoas com défice de atenção têm uma memória pior, assim como as pessoas que sofrem de problemas psicológicos, como ansiedade ou depressão. Mas não são os únicos. Quantas vezes, a caminho de casa, vai tão distraído com os seus pensamentos que nem sabe como lá chegou? Se tiver acontecido algo invulgar no percurso, decerto que não terá memória desse acontecimento.

Para treinar a memória e desenvolver as regiões do cérebro responsáveis por estes processo, ao mesmo tempo que estimula a atenção, existem vários exercícios que pode fazer: aprender a tocar um instrumento ou a falar uma nova língua, manter-se física e socialmente ativo, montar um puzzle ou resolver desafios matemáticos e contar histórias passadas ou escrever à mão.

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