A procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, disse esta segunda-feira, no Porto, que as participações em Portugal de violência doméstica aumentaram 50 por cento, entre 2013 e 2015.
“Entre 2013 e 2015, a participação de violência doméstica aumentou 50 por cento”, declarou Joana Marques Vidal, durante a sessão de abertura do colóquio denominado “Violência Doméstica”, que decorre esta segunda-feira à tarde, no Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto (DIAP).
Segundo a procuradora-geral da República, o número de participações de violência doméstica são “avassaladores”, mas admitiu que o seu aumento se explica porque “há mais consciência cívica”, e porque “há mais confiança nas respostas dos que participam”.
Joana Marques Vidal também anunciou esta segunda-feira que a Comarca do Porto foi a que registou mais participações de violência doméstica no ano de 2015.
“É oportuno ser no Porto [que se realiza o colóquio sobre Violência Doméstica], porque verificámos que as participações na Comarca do Porto são superiores [às de] qualquer outro sítio do país”, declarou a procuradora-geral da República.
Depois da Comarca do Porto, com maior número de registo deste tipo de participações, seguem-se as comarcas de Lisboa, em segundo lugar, de Lisboa Este, em terceiro, e depois de Braga, Lisboa Norte e de Aveiro, por esta ordem.
De 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2015, registaram-se 29 homicídios de mulheres e houve, nos últimos 12 anos, uma média anual de 36 mulheres mortas, disse, durante o colóquio “Violência Doméstica”, a procuradora-geral distrital do Porto, Maria Raquel Desterro.
Na violência doméstica, um crime público, as principais vítimas são as mulheres, recordou Joana Marques Vidal, referindo que a questão é de “direitos humanos”, mas também é “de cidadania e envolve toda a comunidade”.