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Reverence Festival: o que não pode perder

Este artigo tem mais de 5 anos

Mais um ano, mais um alinhamento de luxo. O Reverence Festival regressa esta quinta-feira a Valada, com os britânicos The Sisters Of Mercy como cabeças de cartaz. Mas há muito mais para ver.

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Getty Images

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Começa esta quinta-feira mais uma edição do Reverence Festival, dedicado ao rock alternativo, ao stoner e ao psych. Instalado há apenas três anos no parque de merendas da Valada, uma pequena aldeia ribatejana a oito quilómetros do Cartaxo, o Reverence já conquistou um lugar de destaque entre os festivais de verão portugueses. Os fãs são muitos e há até quem o considere o melhor de entre os que por cá se fazem. Gostos à parte, uma coisa é certa — o evento tem trazido a Portugal alguns dos grandes nomes da música alternativa, como os Eletric Wizard, que passaram pela Valada em 2014 na companhia dos Hawkwind, e os Sleep. Este ano não é exceção.

A edição de 2016 volta a ter um cartaz de luxo, encabeçado pelos britânicos The Sisters Of Mercy, que não passavam por Portugal desde 2009. A acompanhá-los estarão no sábado os também britânicos The Damned, num dia que parece ser dedicado ao rock gótico. Mas, como é costume, também não faltaram sonoridades mais psicadélicas, com o ex-Hawkwind Nik Turner e muitos outros. Um dos grandes destaques deste ano são também os The Brian Jonestown Massacre, pela primeira vez em Portugal.

Além dos dois palcos principais, por onde passarão as bandas internacionais, o festival tem este ano um terceiro palco dedicado à música nacional — o Palco Indigente, com curadoria de Nuno Calado. Por lá passarão nomes bem estabelecidos do panorama musical, como os Miss Lava ou os Phantom Vision. O palco só estará a funcionar na sexta-feira e no sábado, em horário mais reduzido (das 14h às 21h).

A faltar ficarão os britânicos Killing Joke, que anunciaram o cancelamento da atuação no início desta semana. Em comunicado, a organização do Reverence afirmou que, apesar dos esforços feitos, não foi possível evitar a “decisão da banda, da qual ainda não obteve um comunicado oficial”. A substituí-los estarão os portugueses The Quartet of Whoa, que saltam assim do Palco Indigente para o Palco Sontronics. No lugar deles, tocarão os Névoa, que ainda há pouco tempo passaram pelo Amplifest, no Porto. Pode ver os horários aqui:

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Com um cartaz tão recheado, pode ser difícil escolher o que ver. Por esse motivo, selecionámos algumas das bandas que vão passar pelos dois palcos principais.

8 de setembro, quinta-feira

Thee Oh Sees

A frase “nunca vi os Thee Oh Sees ao vivo” está prestes a tornar-se num mito. Depois de três passagens por Portugal, em 2010, 2012 e 2014, esta última pelo palco secundário do Paredes de Coura, a banda de São Francisco voltou este ano para mais um concerto estrondoso, desta vez no palco principal do festival minhoto. Menos de um mês depois, volta aos palcos portugueses para apresentar (mais uma vez) A Weird Exits, o novo álbum lançado a 12 de agosto.

Conhecidos pelos seus concertos explosivos, os Thee Oh Sees fizeram levantar pó em Paredes de Coura. Houve mosh com fartura e crowdsurfing aos magotes. Do concerto do Reverence — onde são cabeça de cartaz no primeiro dia — não se espera menos do que isso. Afinal, a banda está prestes a completar 20 anos de existência e o título de uma das melhores bandas de garage rock não é em vão.

Os Thee Oh Sees tocam à 1h10 no Palco Rio, o único que estará a funcionar no primeiro dia.

J.C. Satàn

Depois dos Blaak Heat (21h40) e antes dos portugueses Riding Pânico (meia-noite), sobem ao palco os franceses J.C. Satàn, uma das bandas de destaque do primeiro dia. Desconhecidos para muitos, a banda sediada em Bordéus tem vindo a pouco e pouco a ganhar terreno entre os amantes de garage rock.

Nascidos por volta de 2010, os J.C. Satàn começaram por ser um projeto descomprometido do guitarrista Arthur. Ao baixo e à guitarra, veio depois juntar-se a voz de Paula, que na altura não tinha qualquer experiência de banda. Mais preocupados em encher o Myspace de música, nenhum dos dois tinha intenções de levar o projeto para a frente. Só que a brincadeira foi-se tornando séria e, depois de vários EPs, lá lançaram o primeiro álbum — homónimo — em 2015.

Com influências que vão desde os The Doors aos Pixies (ou pelo menos assim admite o fundador da banda, Arthur), o grupo tem um som eclético, com riffs arrastados a fazer lembrar o melhor do doom dos anos 70, arranjos psicadélicos, a energia do garage rock norte-americano e uma pitada de pop aqui e ali. As músicas são explosivas, negras, mas ficam no ouvido. No Reverence, irão apresentar o seu mais recente trabalho de originais, Faraway Land.

Os J.C. Satàn tocam às 22h50 no Palco Rio, antes dos portugueses Riding Pânico, que sobem ao palco à meia-noite.

9 de setembro, sexta-feira

The Brian Jonestown Massacre

Os Brian Jonestown Massacre já não são estranhos ao Reverence. Depois de alguns membros terem passado pela Valada, a banda irá finalmente juntar-se em palco para o primeiro concerto em Portugal.

Com uma legião de fãs espalhados pelos quatro cantos do mundo, os The Brian Jonestown Massacre são uma das bandas mais respeitadas do psych rock atual. Fundado em 1990, na cidade norte-americana de São Francisco, o grupo liderado por Anton Newcombe tornou-se também famoso pelos seus concertos energéticos. Há 25 anos na estrada, as suas digressões tornaram-se mesmo lendárias.

A banda foi uma das protagonistas do documentário Dig! (2004), que explorou a relação de amor-ódio com a banda de rock norte-americana The Dandy Warhols. Dig!, co-produzido pelo português Vasco Nunes, foi rodado ao longo de um período de sete anos e ganhou o prémio de melhor documentário atribuído pelo grande júri do Sundance Film Festival.

No concerto do Reverence, os The Brian Jonestown Massacre irão apresentar o mais recente trabalho de originais, Revelation, lançado em 2014.

Os The Brian Jonestown Massacre atuam às 23h20 no Palco Sontronics.

The Raveonettes

O duo dinamarquês de indie rock The Raveonettes nasceu em 2001 pelas mãos de Sune Rose Wagner e Sharin Foo e desde então não tem parado de crescer. Depois de editarem Pe’ahi, em 2004, a banda decidiu embarcar numa nova aventura e lançar todos os meses um novo tema — acabadinho de gravar — através do seu site, um projeto que tem sido apelidado de “anti-álbum”. A última música, “A Good Fight”, saiu no passado dia 29 de agosto, e é um retrato de uma relação disfuncional, com os seus altos e baixos.

A viagem “esquizofrénica” e “desconexa”, como eles próprios lhe chamam, que têm feito ao longo de 2016 tem chamado a atenção dos apreciadores de indie rock. Os The Raveonettes são, por esse motivo, uma das bandas mais esperadas da edição deste ano do Reverence.

Os dinamarqueses The Raveonettes às 22h20, no Palco Rio.

A Place To Bury Strangers

Depois de uma passagem pela Valada em 2014, os norte-americanos A Place to Bury Strangers regressam ao palco do Reverence Festival já este sábado para apresentarem o seu mais recente trabalho, o álbum Transfixiation, lançado em 2015. Com uma legião de fãs no mundo inteiro, a banda fundada em 2003 ficou conhecida entre os críticos como a banda “mais barulhenta” de Nova Iorque. O seu som, uma mistura entre o psicadelismo e o shoegaze, agrada tanto aos fãs de música mais pesada como aos amantes do space rock.

O grupo esteve para passar por Portugal em março deste ano para dois concertos em Lisboa (no Musicbox) e no Porto (nos Maus Hábitos). Porém, sem qualquer explicação aparente, as datas desapareçam dos cartazes da tour. Na altura, o Musicbox explicou em comunicado que os cancelamentos se deviam a “erros de comunicação entre as diferentes partes que trabalham a agenda da banda: agente nacional, agente europeu e management“. Mas a espera terminou, e os fãs vão finalmente poder rever os A Place To Bury Strangers.

Os nova-iorquinos A Place To Bury Strangers tocam no Palco Rio à 00h50.

10 de setembro, sábado

The Sisters Of Mercy

Os britânicos The Sister Of Mercy são os grandes cabeças de cartaz da edição deste ano do Reverence. Fundados em 1977, são uma das mais importantes e influentes bandas de rock do Reino Unido e um dos pioneiros do rock gótico e do qual se têm tentado desvincular. Porém — e por se descreverem como uma banda de rock e nada mais do que isso –, os Sisters Of Mercy são presença constante em festivais dedicados ao estilo e serão sempre associados ao universo gótico.

Apesar do estatuto de banda de culto, a discografia dos Sisters Of Mercy é muito curta. Desde que lançaram em 1985 First and Last and Always, o famoso álbum de estreia, os britânicos editaram apenas mais dois discos — Floodland, em 1987, e Vision Thing, em 1990. Mas os concertos têm sido recorrentes, e para o Reverence Festival espera-se que componham uma setlist recheadinha de grandes êxitos, como “Temple of Love”, “Dominion” ou “Lucretia, My Reflection”.

O último concerto em Portugal data de 2009, altura em que o grupo liderado por Andrew Eldritch atuou no Coliseu de Lisboa. Apesar das críticas devastadoras, que descreviam Eldritch como um fantasma no meio do nevoeiro, muitos fãs descreveram o concerto como memorável. No que diz respeito ao Reverence, é esperar para ver.

Os The Sisters Of Mercy tocam às 23h30, no Palco Rio, antes dos holandeses Radar Man From The Moon e depois dos The Damned.

Nik Turner’s New Space Ritual

É impossível falar de Nik Turner sem falar dos Hawkwind. Formados em 1969, os Hawkwind foram uma das primeiras bandas de space rock e hoje são sobretudo lembrados pela sua originalidade e inovação. Ao longo de mais de 60 anos de carreira, foram muitos os músicos talentosos que passaram pelo grupo. A par do vocalista Dave Brock, um dos mais famosos é Lemmy Kilmister, fundador dos Motörhead.

Nik Turner entrou para a mítica banda no ano da sua fundação, como saxofonista, e por lá permaneceu até 1976, data em que desavenças com os restantes membros da banda levaram à sua saída. Durante esse período, o mais importante da carreira dos Hawkwind, a banda conheceu vários sucessos comerciais. Alguns dos temas mais famosos, como “D-rider”, “Brainstorm” ou “Master of the Universe”, foram co-escritos por Turner durante esses anos.

O saxofonista voltou a colaborar com os Hawkwind em 1982, gravando alguns temas que nunca chegaram a ver a luz do dia. Dois anos depois, voltou a ser expulso pelo temperamental Dave Brock.

Depois de os Hawkwind terem passado pelo Reverence em 2014, é agora vez de Nik Turner apresentar no sábado o seu projeto a solo, Nik Turner’s New Space Ritual.

Os Nik Turner’s New Space Ritual tocam às 20h30, no Palco Sontronics.

The Damned

Os The Damned dispensam apresentações. Fundados em 1976, há exatamente 40 anos, são uma das bandas de punk mais influentes do Reino Unido. Além disso, foram — juntamente com os Sex Pistols e os The Clash — uma das bandas que ajudou a espalhar o movimento punk, não só no seu país, mas também nos Estados Unidos da América. Nos anos 80, com a explosão do pós-punk, o som dos The Damned começou a aproximar-se mais do rock gótico, movimento que acabaram também por influenciar.

Mas os feitos alcançados pelo grupo britânico não ficam por aqui. Os The Damned foram a primeira banda de punk do Reino Unido a lançar um single (“New Rose”, incluído no EP com o mesmo nome), um álbum, Damned Damned Damned (1977), e a fazer uma digressão nos Estados Unidos. E tudo isso num curto espaço de tempo.

Na passagem por Portugal, os The Damned deverão tocar na íntegra Damned Damned Damned, uma vez que o concerto do Reverence surge integrado na tour de comemoração dos 40 anos do Ep New Rose, de 1976.

https://www.youtube.com/watch?v=rTfyUqVqX-0

Os The Damned atuam às 21h20 no Palco Rio, antes dos Sisters Of Mercy.

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