Os sindicatos da Função Pública lamentaram esta quarta-feira a ausência de propostas do Governo durante a primeira reunião de negociação geral, numa altura em que o Executivo estará a ultimar a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano.
“Nada, não houve nada. Foi uma reunião de negociação de fingir. Um simulacro de negociação”, disse aos jornalistas a coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Função Pública, Ana Avoila, no final da reunião com a secretária de Estado da Administração e do Emprego Público, Carolina Ferra.
A estrutura defende uma atualização salarial de 4%, mínimo de 50 euros.
“Temos congelados os salários há muitos anos e temos vindo a perder sistematicamente poder de compra. O Estado é uma entidade patronal que deve dar o exemplo para o setor privado”, acrescentou.
O secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP), Nobre dos Santos, disse também que o encontro de hoje serviu apenas para o sindicato defender os pontos de vista apresentados no caderno reivindicativo para 2017.
“Estávamos à espera de uma reação mas infelizmente isso não se passou. O Governo tem em curso a preparação do Orçamento do Estado para 2017 e por isso hoje não tinha condições para avançar”, disse Nobre dos Santos, referindo que espera que a postura seja diferente na reunião do final da próxima semana.
Para o sindicalista, as questões devem ser abordadas “com transparência” no sentido de conseguir “o regresso à normalidade” na Função Pública.
O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), o primeiro a ser ouvido nesta ronda negocial considerou que o Governo mostrou abertura para negociar a atualização das pensões e dos salários no próximo ano, afirmando que este assunto não está ainda fechado.
“A nossa proposta, de atualização nominal de 2%, é perfeitamente razoável”, disse aos jornalistas a presidente do STE, Helena Rodrigues, uma vez que tendo em conta a inflação estimada para o próximo ano, o valor da “atualização ficará abaixo do 1%”.