O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, disse esta quarta-feira, em Paris, que vai trabalhar para o “reforço e continuidade” do ensino do português em França e do francês em Portugal.

O interesse dos dois países foi sempre que a língua de cada um dos países pudesse ser reforçada no outro país e é para isso que trabalharemos, para esse reforço e para essa continuidade, algo que tem corrido bem e que nós queremos certamente que continue a correr bem”, declarou o ministro português.

“Para isso estamos aqui hoje, para poder reforçar esse trabalho”, referiu. O ministro português foi o primeiro homólogo a ser recebido pelo recém-empossado ministro francês da Educação, Jean-Michel Blanquer, que apontou a língua portuguesa como “uma língua do futuro no século XXI”, que a França “encoraja fortemente”.

“O português é uma língua muito importante em França porque Portugal é importante para a França, há muitos portugueses em França, muitos franceses de origem portuguesa”, lembrou Jean-Michel Blanquer. Para o ministro francês, Portugal é “um grande país amigo”.

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“Temos também um interesse pela lusofonia, pelo Brasil, pelos países africanos lusófonos e pelo conjunto dos países lusófonos do mundo”, acrescentou.

Em julho do ano passado, Tiago Brandão Rodrigues assinou com a anterior ministra da Educação francesa, Najat Vallaud-Belkacem, um protocolo que colocou o ensino de português no dispositivo EILE (Ensino Internacional de Língua Estrangeiro), e, consequentemente, no mesmo patamar de visibilidade de línguas já oferecidas no sistema de ensino francês, como o inglês, o espanhol, o alemão e o italiano. Graças ao dispositivo EILE, o ensino do português como língua estrangeira chegou a nove mil alunos no 1º ciclo em França e o número é “para crescer”, acrescentou Tiago Brandão Rodrigues.

Em Portugal, o ensino do francês chega a “aproximadamente 230.000” alunos, de acordo com o ministro, que sublinhou que “o ensino do francês em Portugal tem um legado histórico forte” e que “o ensino do português [em França] também tem um legado histórico forte” embora não estivesse situado no sistema de ensino “da forma que agora o está”. A atual “capacidade de progressão” do ensino do português em França “é muito maior”, concluiu.

O titular da pasta da Educação acrescentou que o objetivo é “potenciar, por um lado, o português em França”, face a “uma comunidade tão grande” de portugueses e “havendo também tantos franceses e filhos de outras nacionalidades aqui residentes a terem interesse” por Portugal.

Por outro lado, [é importante] também continuarmos este esforço para que haja um crescimento do francês, algo que está a acontecer no momento em Portugal com um interesse crescente pela língua francesa por tantos e tantos dos nossos alunos do ensino básico e secundário”, continuou Tiago Brandão Rodrigues, reiterando que a reunião serve para “delinear caminhos para fortalecer esta colaboração que tem sido tão profícua”.