Donald Trump terá acusado os alemães de serem “muito maus”, numa reunião em Bruxelas com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, por causa dos “milhões de carros que vendem nos Estados Unidos”, prometendo arranjar forma de impedir que isso aconteça. Juncker, contudo, fala em problemas na tradução linguística e nega que Trump tenha sido agressivo.

As declarações, que estão a ser avançadas pela revista alemã Der Spiegel, terão sido feitas durante a recente visita do Presidente dos Estados Unidos a Bruxelas.

Trump, segundo a revista, terá dito mesmo “os alemães são maus, muito maus”, justificando isso com o desequilíbrio comercial que os EUA têm com a Alemanha: “Olhem para os milhões de carros que vendem nos Estados Unidos. Terrível! Mas nós vamos parar com isso”, terá dito.

O presidente da Comissão Europeia interveio para lembrar a Donald Trump que o comércio livre tem beneficiado os Estados Unidos, aliás, como já o tinha feito com o vice-presidente norte-americana, Mike Pence, por altura da viagem deste a Bruxelas, em fevereiro.

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Na altura, Jean-Claude Juncker terá dito ao governante norte-americano que os EUA estão mais dependentes do comércio com a União Europeia do que gostam de admitir, em especial Estados como o de Mike Pence, o Indiana.

Na sequência desta fuga de informação, o presidente da Comissão Europeia foi questionado pelos jornalistas antes da abertura da cimeira do G7 em Taormina, Itália, e negou a suposta “agressividade” das palavras do norte-americano. “Eu não quero comentar, mas devo comentar”, começou por dizer Juncker. “Não é verdade que tenha dito isso sobre os alemães”, afirmou, defendendo que o encontro com Trump foi “franco e construtivo”.

“Não é verdade que o Presidente Trump tenha tido uma abordagem agressiva. É um problema de tradução. Ele não disse que os alemães se portavam mal, disse que havia um problema. Não foi agressivo”, defendeu Juncker.

Já o Presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que também participou no encontro com Trump em Bruxelas, preferiu dizer que não quer “participar nesta cultura de fugas” de informação.